Nada temos com Simon Bolívar, que é herói de outro mundo, forjado numa mitologia política que não nos diz respeito.
Nada temos com Simon Bolívar, que é herói de outro mundo,
forjado numa mitologia política que não nos diz respeito. Vale tanto para nós
quanto Tiradentes, por exemplo, para os bolivianos.
Sublimar personagens históricos para, a partir deles, criar
símbolos de unidade nacional é recurso usual – e de certa forma legítimo -,
vigente em todas as nações. Os norte-americanos têm seus Pais Fundadores,
cultivados até hoje como fator de união cultural e política. Não há presidente
que não os mencione. Idem os europeus – franceses, alemães, ingleses, italianos
etc.
Temos também nossos Pais Fundadores, embora já há algumas
décadas submetidos a um processo de depreciação ideológica. Mas figuras como
José Bonifácio, Gonçalves Ledo, Pedro I e II, Tiradentes, Joaquim Nabuco, Duque
de Caxias e Ruy Barbosa (para citar apenas alguns) estão na origem de nossa
formação nacional - obra complexa e em curso, dadas as dimensões continentais e
a índole multicultural do país.
Quando, porém, se afirma que “nunca antes neste país” se fez
nada de relevante, e se busca anular todo o passado – dispensando-se inclusive
de conhecê-lo -, empastelando seu meio milênio de história como um transe
equivocado, conspira-se contra sua memória, o maior patrimônio civilizatório de
qualquer nação.
Leia mais o artigo de Ruy Fabiano
O Foro de São Paulo, entidade fundada em 1990 por Lula e Fidel Castro, intenta a unidade do continente a partir do elo ideológico – bolivarismo é sinônimo de socialismo -, o que é, em si, um fator beligerante, como se tem visto.
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