terça-feira, 11 de novembro de 2014

O Brasil e o bolivarismo


Nada temos com Simon Bolívar, que é herói de outro mundo, forjado numa mitologia política que não nos diz respeito.
 A inclusão do Brasil num projeto socialista bolivariano, que transformaria o continente numa pátria única – a “Grande Pátria”, de que falava Hugo Chávez -, subverte não apenas o princípio da soberania, mas sobretudo força uma unidade política artificial.

Nada temos com Simon Bolívar, que é herói de outro mundo, forjado numa mitologia política que não nos diz respeito. Vale tanto para nós quanto Tiradentes, por exemplo, para os bolivianos.

Sublimar personagens históricos para, a partir deles, criar símbolos de unidade nacional é recurso usual – e de certa forma legítimo -, vigente em todas as nações. Os norte-americanos têm seus Pais Fundadores, cultivados até hoje como fator de união cultural e política. Não há presidente que não os mencione. Idem os europeus – franceses, alemães, ingleses, italianos etc.

Temos também nossos Pais Fundadores, embora já há algumas décadas submetidos a um processo de depreciação ideológica. Mas figuras como José Bonifácio, Gonçalves Ledo, Pedro I e II, Tiradentes, Joaquim Nabuco, Duque de Caxias e Ruy Barbosa (para citar apenas alguns) estão na origem de nossa formação nacional - obra complexa e em curso, dadas as dimensões continentais e a índole multicultural do país.

Quando, porém, se afirma que “nunca antes neste país” se fez nada de relevante, e se busca anular todo o passado – dispensando-se inclusive de conhecê-lo -, empastelando seu meio milênio de história como um transe equivocado, conspira-se contra sua memória, o maior patrimônio civilizatório de qualquer nação.
Leia mais o artigo de Ruy Fabiano  


O Foro de São Paulo, entidade fundada em 1990 por Lula e Fidel Castro, intenta a unidade do continente a partir do elo ideológico – bolivarismo é sinônimo de socialismo -, o que é, em si, um fator beligerante, como se tem visto.

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