À Dilma não bastará remover as pedras da corrupção da Petrobras; terá que começar a cortar em sua própria carne
Acossada pelas denúncias de corrupção na Petrobras, a então candidata Dilma Rousseff prometeu, durante as eleições, que não deixaria “pedra sobre pedra” nas investigações.
Com a eleição ganha, o tsunami sobre a empresa – hoje
humilhada e despojada de boa parte de sua riqueza – continua amontoando novas
pilhas de pedras de acusações, segundo denúncias da polícia federal. É o que
revelam as últimas prisões de altos funcionários das maiores empresas
brasileiras que trabalham para a petroleira e que seria o grande exército de
“corruptores” e não só de corruptos que ainda deverão ser revelados.
O esforço hercúleo de Rousseff para derrubar o muro cada vez
mais alto da corrupção na Petrobras se torna cada dia mais árduo e difícil, e
ameaça sepultar a presidenta e seu novo Governo antes mesmo de começar.
O Brasil está atônito e envergonhado, incrédulo. O país até
pouco tempo atrás admirado por sua vitalidade econômica aparece interna e
externamente como objeto de um dos maiores escândalos políticos de corrupção de
sua história democrática.
É possível que a atávica passividade e resignação dos
brasileiros com a corrupção esteja acabando e que a sociedade, desta vez, exija
do novo Governo medidas rápidas, exemplares, sem ambiguidades, sem
dissimulações, sem se refugiar na página bíblica de Pilatos lavando as mãos.
O Brasil não é mais o mesmo dos tempos do escândalo de
corrupção do “mensalão”. A sociedade cresceu e amadureceu, e se tornou mais
sensível aos excessos desse casamento mafioso entre a política e o grande
empresariado.
Já não adianta tentar convencer a população a engolir
qualquer desculpa. Até os que preferiram votar em Rousseff como reconhecimento
aos avanços sociais realizados pelos Governos do PT hoje exigem dela medidas
concretas. Ela terá que cumprir com sua promessa de “não deixar pedra sobre
pedra” para chegar ao fundo do poço dessa enxurrada de corrupção que hoje está
à vista de todos e que não admite deturpações possíveis.
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