Quase 36 milhões de homens, mulheres e crianças - 0,5% da
população global - vivem em situação de escravidão moderna no mundo, segundo
levantamento divulgado nesta segunda-feira pela organização de direitos humanos
Walk Free Foundation.
O Brasil, apesar de ter um dos menores índices de escravidão
do continente americano (atrás de Canadá, EUA e Cuba), ainda abriga 155,3 mil
pessoas nessa situação, que abrange desde trabalho forçado ou por dívidas,
tráfico humano ou sexual até casamentos forçados, em que uma das partes é
subserviente.
"Depois da Europa, o continente americano é a região
com a menor prevalência de escravatura moderna no mundo. Ainda assim, cerca de
1,28 milhão de pessoas (no continente) são vítimas de escravatura, na sua
maioria por meio do tráfico sexual e exploração laboral, (sobretudo)
trabalhadores agrícolas com baixas qualificações e elevada mobilidade",
diz o relatório.
"Um dos principais fatores na região são as fortes
tendências migratórias transnacionais, que levam pessoas vulneráveis a
abandonar seus lares em busca de trabalho. As condições de trabalho são muitas
vezes deploráveis e podem incluir servidão por dívida, confinamento físico,
ausência de dias de descanso, falta de água potável, retenção de salários e
horas extras ilegais, muitas vezes sob ameaça de deportação."
Não surpreende, portanto, que o empobrecido Haiti lidere o
ranking da região: 2,3% de sua população vive em condições de escravatura
moderna, segundo o Índice Global de Escravatura.
O relatório destaca que o Brasil está entre os países com
"respostas governamentais mais firmes" contra o problema, ao
encorajar as empresas a pressionarem pelo fim do trabalho escravo nas diversas
etapas de sua cadeia produtiva.
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