sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Em ética, PT é pior que governo militar


Senador que está se aposentando após 41 anos de vida pública, Pedro Simon diz que ataques da campanha petista e a falta de comando do PSB derrotaram Marina

Após quatro mandatos como senador, um como governador e quatro como deputado estadual, Pedro Simon (Caxias do Sul, 1930) está deixando a vida pública. O que era para ser uma aposentadoria por vontade própria, transformou-se em um “exílio” forçado.

Simon (PMDB) havia decidido, no ano passado, que não iria concorrer a mais nenhum cargo eletivo. Seria a primeira eleição em 41 anos que ele só pediria votos para os outros. Foi forçado a mudar de ideia com a morte de Eduardo Campos (PSB), no dia 13 de agosto. O nome que ele apoiava ao Senado pelo Rio Grande do Sul, Beto Albuquerque, virou o candidato a vice-presidente na chapa derrotada de Marina Silva. Coube a Simon assumir uma candidatura, que diz ele, não tinha chances de vitória. Teve 16% dos votos para o Senado e acabou em terceiro lugar na disputa.

Na primeira entrevista após a derrota nas urnas, o expoente do PMDB gaúcho analisa as eleições deste ano dizendo que os ataques do PT e a falta de comando do PSB resultaram na derrota de Marina Silva no primeiro turno. Elogia a gestão Itamar Franco (1992-1994), afirma que até a ditadura militar tinha mais ética e moral do que o Governo petista e que o PMDB vive há mais de duas décadas, às custas de migalhas.
 Houve um momento que acreditei que o PT teria uma garra, uma coragem de um grande partido. Eles pareciam as comunidades de base que existiam no MDB. A luta que eles tinham quando eram oposição era qualquer coisa de notável. Quando chegaram ao poder, foi o pior partido do poder. Na história brasileira não há um período tão doloroso como em dois momentos nos últimos anos: o mensalão e a corrupção na Petrobras. O PT chegou ao governo e se tornou o partido mais triste, mais vergonhoso de nossa história. Foi pior até do que a ditadura militar, no campo da ética, da seriedade.
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 Não é a primeira vez, talvez nem seja a última, em que Pedro Simon critica severamente o PT. No ano passado, condenou a restrição a novos partidos e chamou Dilma de “política vulgar” - "começando a perder a credibilidade", comparando o pacote governista ao pacote apresentado pela ditadura, que fechou o Congresso Nacional."começando a perder a credibilidade". As críticas eram ao projeto de lei que restringiu o acesso de novos partidos à propaganda em rádio e TV e ao fundo partidário. Simon se disse mesmo arrependido de ter votado em Dilma nas últimas eleições.

Simon inclusive questionou se Dilma estaria fazendo isso porque "se deixou ludibriar pela paixão do cargo e quer se manter no cargo, custe o que custar". Na prática, a matéria restringia a criação do Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva.


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