O dia nasceu pela enésima vez desde que o mundo é mundo.
Nada mudou nem foi o fim. Estamos vivos e, entre mortos e feridos, salvaram-se
todos. E para maior contentamento, o Brasil continua no mesmo lugar. Não foi o
caos. O que pode ter acontecido é ter surgido, espera-se, uma nova consciência
das urnas.
A hora é de limpar a casa, varrer o pó, juntar os cacos que
foram muitos sob o bombardeio da leviandade e da mentira, e até muito da
canalhice, cenário composto pelos governista, o que obrigou a que se dividisse o
país. Acendamos uma vela no altar da nossa consciência, pois precisamos muito
dela para as lutas que virão.
Devemos ter aprendido mais sobre democracia sob o embate do
tacape petista e o mais importante é saber que não se faz mais um país de
quatro em quatro anos, com a vitória de um ou outro nas urnas, mas na
constância das batalhas diárias contra qualquer palavra, gesto ou ato contra o
cidadão.
A mais sórdida campanha que um só partido protagonizou,
inoculou e administrou, tem muitas lições a dar. Não se pode mais permitir que
as campanhas sejam travadas como atos de desconstrução do adversário em
detrimento do debate de propostas. Que não mais tenham vez e voz os
marqueteiros com seus estratagemas para esconder mazelas e divulgar
irrealidades, nem muito menos disputem a primazia os números de pesquisas. A
propaganda e a pesquisa eleitoral disputaram voto a voto quem mais se
aproximava da vitória. Saíram derrotados. Um por jogar todas as técnicas de
camuflagem e ocultarem propostas; o outro por fazer do desejo do eleitor um
jogo de sobe e desce, um jogo de azar.
A eleição de 2014 deixou claro que não mais se deve permitir
a reeleição, quando o governo tem a seu dispor a massa da máquina pública, o
Erário e até o batalhão de ministros, assessores e o comissariado a trabalhar
na campanha em detrimento da governabilidade. Ficamos no mínimo dois meses à
deriva sem que se movesse um palito de fósforo em prol do país, mas mexeram
todos os pauzinhos para a reeleição, que se tornou mais importante que a
governança do Brasil.
O dia é para se pensar e reunir forças para mudanças
urgentes como o fim da reeleição e do voto obrigatório, as duas molas que
propiciaram a cretinice exibida na mídia, espalhada pelas redes. O primeiro vai
permitir que o governo encontre em seus quadros candidato coerente e capaz de o
representar; sem a obrigatoriedade ditatorial de ir às urnas, o eleitor terá de
ser conquistado com propostas mais convincentes do que promessas. Não valerão
tanto os truques de marqueteiros, a performance em debates, mas a apresentação
de propostas, o que foi determinantemente jogado no lixo nestas eleições.
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