Localizar Edison Lobão, ministro das Minas e Energia,
desaparecido desde que Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, há mais de
um mês, citou seu nome como envolvido no escândalo que abala a empresa e o
governo?
Ou localizar Lula, que mora em São Bernardo do Campo, São
Paulo, e tem sido visto com frequência em compromissos das campanhas de Dilma
Rousseff, candidata à reeleição, e de Alexandre Padilha, candidato ao governo
paulista?
Depende de quem esteja à caça de Lobão e de Lula. À caça de
Lobão ninguém está – a não ser, talvez, algum jornalista curioso. E ainda assim
por sua conta e risco – não por encomenda da empresa onde trabalha.
À caça de Lula deveria estar a Polícia Federal. Segundo o
jornal O Estado de S. Paulo, ela tenta ouvir Lula há sete meses sobre
confissões feitas por Marcos Valério, um dos operadores do esquema do mensalão,
preso e condenado a mais de 40 anos de cadeiaa.
Valério acusa Lula de juntamente com o ex-ministro José
Dirceu ter tramado a doação ilegal de dinheiro ao PT pela Portugal Telecom. O
ex-ministro Antonio Palocci, da Fazenda, já foi ouvido a respeito pela Polícia
Federal. Negou tudo, naturalmente. E Lula?
Ora, pois sim. Lula sabe que a Polícia Federal quer ouvi-lo. A Polícia Federal
sabe que Lula sabe. Mas não o intima – como faria com qualquer mortal comum.
Espera que Lula, um dia, admita depor. E a procure.
Isso tem nome. Para dizer o mínimo, negligência, da parte da
Polícia Federal. Ou cumplicidade.
Ricardo Noblat
***
Segundo o PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva só deve falar com a Polícia Federal após o término da eleição na avaliação da cúpula do PT. Desde fevereiro, Lula é convidado pela Polícia Federal (PF) para colaborar nas novas investigações instauradas sobre o esquema do mensalão. O medo dos petistas é de que o interrogatório seja vazado à imprensa e prejudique a tentativa de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT).
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