quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Você viu Lula por aí?


Localizar Edison Lobão, ministro das Minas e Energia, desaparecido desde que Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, há mais de um mês, citou seu nome como envolvido no escândalo que abala a empresa e o governo?

Ou localizar Lula, que mora em São Bernardo do Campo, São Paulo, e tem sido visto com frequência em compromissos das campanhas de Dilma Rousseff, candidata à reeleição, e de Alexandre Padilha, candidato ao governo paulista?

Depende de quem esteja à caça de Lobão e de Lula. À caça de Lobão ninguém está – a não ser, talvez, algum jornalista curioso. E ainda assim por sua conta e risco – não por encomenda da empresa onde trabalha.

À caça de Lula deveria estar a Polícia Federal. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, ela tenta ouvir Lula há sete meses sobre confissões feitas por Marcos Valério, um dos operadores do esquema do mensalão, preso e condenado a mais de 40 anos de cadeiaa.

Valério acusa Lula de juntamente com o ex-ministro José Dirceu ter tramado a doação ilegal de dinheiro ao PT pela Portugal Telecom. O ex-ministro Antonio Palocci, da Fazenda, já foi ouvido a respeito pela Polícia Federal. Negou tudo, naturalmente. E Lula?

Ora, pois sim. Lula sabe que a Polícia Federal quer ouvi-lo. A Polícia Federal sabe que Lula sabe. Mas não o intima – como faria com qualquer mortal comum. Espera que Lula, um dia, admita depor. E a procure.

Isso tem nome. Para dizer o mínimo, negligência, da parte da Polícia Federal. Ou cumplicidade.

Ricardo Noblat

***
Segundo o PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva só deve falar com a Polícia Federal após o término da eleição na avaliação da cúpula do PT. Desde fevereiro, Lula é convidado pela Polícia Federal (PF) para colaborar nas novas investigações instauradas sobre o esquema do mensalão. O medo dos petistas é de que o interrogatório seja vazado à imprensa e prejudique a tentativa de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT). 

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