A ferramenta de monitoramento das redes da Fundação Getulio
Vargas tem mostrado com eloquência que os temas da transparência e do combate à
corrupção vieram para ficar.
Assim, análises que atribuíam a ascensão de Marina Silva à
sua superexposição de mídia ficaram prejudicadas. O buraco é mais embaixo.
Além de uma demanda histórica por ética na política, há a
figura da própria Marina. Sua biografia é mais eloquente que qualquer discurso
ou marquetagem eleitoral. Querem um teste? Suprimam o som dos debates
televisivos e perguntem a um popular quem lhe parece mais confiável entre os
candidatos.
Assim como qualquer cidadão brasileiro que vive de sua
profissão, Marina foi seringueira, doméstica e professora antes de ser
política. Como qualquer um de nós, que vive de seu trabalho e tem um nome a
zelar, ao contrário do “caçador de marajás” ou do que denunciou “os 300
picaretas” antes de se juntar a eles. Como diz o ditado popular, “diz-me com
quem andas, e eu te direi quem és!"
O eleitor resolveu cobrar o que fizeram Lula, Collor, Dilma
e até mesmo Aécio Neves, noves fora a vida de políticos profissionais. Já
buscaram o pão com o suor do rosto ou sempre viveram às custas do poder público?
Quanto mais os analistas criticam a candidata por não ter
jogo de cintura e não abrir mão de seus princípios e valores, mais a sua figura
ascética ganha adesão. Não consideram que talvez o país esteja cansado de
indistinção moral, da geleia geral das coalizões espúrias e das alianças de
bordel.
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