terça-feira, 23 de setembro de 2014

Gestão sem ética é indigestão

 

A ferramenta de monitoramento das redes da Fundação Getulio Vargas tem mostrado com eloquência que os temas da transparência e do combate à corrupção vieram para ficar.

Assim, análises que atribuíam a ascensão de Marina Silva à sua superexposição de mídia ficaram prejudicadas. O buraco é mais embaixo.

Além de uma demanda histórica por ética na política, há a figura da própria Marina. Sua biografia é mais eloquente que qualquer discurso ou marquetagem eleitoral. Querem um teste? Suprimam o som dos debates televisivos e perguntem a um popular quem lhe parece mais confiável entre os candidatos.

Assim como qualquer cidadão brasileiro que vive de sua profissão, Marina foi seringueira, doméstica e professora antes de ser política. Como qualquer um de nós, que vive de seu trabalho e tem um nome a zelar, ao contrário do “caçador de marajás” ou do que denunciou “os 300 picaretas” antes de se juntar a eles. Como diz o ditado popular, “diz-me com quem andas, e eu te direi quem és!"

O eleitor resolveu cobrar o que fizeram Lula, Collor, Dilma e até mesmo Aécio Neves, noves fora a vida de políticos profissionais. Já buscaram o pão com o suor do rosto ou sempre viveram às custas do poder público?

Quanto mais os analistas criticam a candidata por não ter jogo de cintura e não abrir mão de seus princípios e valores, mais a sua figura ascética ganha adesão. Não consideram que talvez o país esteja cansado de indistinção moral, da geleia geral das coalizões espúrias e das alianças de bordel.

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