sexta-feira, 11 de julho de 2014

Querem também aparelhar o futebol

Os homens de governo, os que têm a responsabilidade dos destinos
dos povos, devem abster-se de proteger os clubes esportivos, sobretudo os nossos
Lima Barreto, Feiras e Mafuás

Numa corrida em defesa da presidente, dentro do esquema tático de retranca em torno da candidata, Aldo Rebelo (PCdoB), agora conclama que o governo “não pode ser excluído da competência de zelar pelo interesse público dentro do esporte”. Grande financiador da Copa com quase R$ 10 bilhões públicos investidos para uma competição de financiamento inteiramente privado, como foi anunciado, o governo agora tenta outra jogada nesta prorrogação da derrota para os alemães.

O ministro sugere o aparelhamento do esporte que em boa parte, como admitiu, financia sem quase nenhuma ingerência na regulamentação e na gestão dos clubes. Para Aldo, apenas agora "o futebol e o esporte são matérias de interesse público", e o Estado deve "retomar algum tipo de protagonismo" nessa questão.
Mesmo sabendo de tal situação, o próprio governo, sob o comando de Aldo Rebelo literalmente abriu as pernas para a Fifa, que lucrou bilhões livres de impostos, e para suas “exigências”. Foi o porteiro comunista que escancarou as portas do país para a monopolista Fifa, em nome do povo, para o povo, pelo povo, que paga muito bem porteiros dessa laia.

Com que caráter o mesmo vai defender uma gerência maior sobre o futebol e outros esportes se escancara o país em nome de grandes eventos esportivos só para ter a primazia de capitalizar os juros eleitorais? É mais uma cortina de fumaça para esconder os interesses escusos que fizeram o PT, aliados e seu guru supremo defenderem essas competições como alavancadoras do progresso. Pílula dourada que os brasileiros terão de pagar agora a peso de ouro.

A coletiva do ministro só reforçou nas entrelinhas que a Copa foi um evento inteiramente dedicado a reforçar a administração petista e de aliados, como o PC do B do ministro, para assegurar com vantagens o continuísmo de poder. Ninguém é burro o suficiente para ignorar que esses eventos esportivos, que tanto serviram a ditaduras no passado, não seriam usados pela pseudo democracia do presente para louvar seus governantes. Ou ainda acham que Lula só trouxe a Copa para dar um Itaquerão de graça ao Coríntians, seu clube de coração que não tinha estádio?


A defesa do ministro de um aparelhamento do esporte - contrário à liberalização e privatização dos clubes como nos Estados Unidos, Alemanha e outras democracias – abre brecha para as aberrações que já são criadas pelos governos petistas. Como a daquele prefeito, torcedor do Vasco, que doou área pública na margem lagunar para seu clube do coração instalar um centro de treinamento. A doação, aprovada pelos vereadores, foi feita em nome de se oferecer uma escolinha à garotada local, quando se sabe que CT é um espaço particular. Em suma, o aparelhamento proposto pelo ministro bem pode ser mais um atalho para “iniciativas” dessa laia para privilegiar uns e outros dos governos. 

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