O candidato à presidência pelo PV assume a fragilidade
política do movimento ambientalista e critica o racha entre o grupo de Marina
Silva e o PV. Defende, no entanto, uma reaproximação.
O médico sanitarista Eduardo Jorge, que concorre à
presidência da República pelo Partido Verde (PV), credencia-se para ocupar o
lugar de candidato incômodo desta eleição. Pretende discutir temas áridos, como
reforma política, implementação do parlamentarismo, e tabus, a exemplo da
legalização do aborto e da maconha.
Fundador do Partido dos Trabalhadores, em que ficou 20 anos,
e ex-secretário municipal do tucano José Serra, Jorge vê um modelo de
Estado desgastado. “O nosso Estado, além de intervencionista ao extremo, é
parasita, com uma estrutura de presidencialismo imperial”, diz ele, que defende
as consultas públicas e plebiscitos.
Autor da lei dos genéricos, o ex-deputado federal pelo PT
sabe que tem “zero ou alguma chance” de vencer o pleito deste ano. Também é
ciente que será difícil repetir o sucesso da ex-correligionária Marina
Silva. A ambientalista, vice de Eduardo Campos (PSB), obteve 20 milhões de
votos em 2010. A saída dela do PV para tentar criar a Rede foi nefasta, segundo
Jorge, para a causa ambiental. “A organização do movimento político ambiental é
frágil no país e aí ainda se dividiu. A gente devia ter se mantido unido e
ampliado o PV”, analisa o candidato, que deixa a porta aberta para a volta de
Marina.
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