Máquina de compra de votos
Já foi o tempo de se garantir a boquinha
nos governos e legislativos com dentadura, saco de cimento, caixão e outras
fórmulas bem mais bizarras. A Republiqueta Estrelada solucionou muito bem a
compra de votos descarada. Resolveu acionar a máquina pública para se fantasiar
de projeto social, principalmente a partir de ano pré-eleitoral. Nada daqueles
cabides de emprego e de doações particulares. Agora doam-se, ou melhor, são
entregues às prefeituras maquinários para se fazer obra que nunca sairá do
papel, mas garantem propaganda forte junto às massas. São agrados eleitoreiros
que passam na cara da Justiça, que como sempre fica de olhos vendados. Como
pode proibir uma “doação” tão impactante junto à população? Vai condenar o
beneficiado na ponta? Para não dar tiro no pé, prefere se restringir a ser mais
uma estátua.
Assim o kit Máquina está tratorando em
quatro de cada cinco prefeituras com a distribuição de 7.326 veículos. E antes
das eleições está prevista a entrega de mais 11 mil entre motoniveladora, retroescavadeira e caminhão-caçamba.
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E falando de máquina, eis uma historinha de tempos bem mais
recentes do que se pensa. Ilustra o que os simpatizantes da Republiqueta
Estrelada são capazes de fazer com máquinas. São as mágicas orgias para
engambelar o povo. Governo de Vila dos Patos anunciou com toda pompa um
convênio (leiam-se cifrões pagos com dinheiro do povo) com uma organização,
sediada a léguas de distância, para desenvolver a piscicultura na região e até
conseguiu a doação de uma máquina para cavar os tanques. Poucos anos são
passados, nem se fala do convênio que custou um bom dinheiro e não deu em nada,
nem sequer sabe-se da tal máquina em que buraco se enfiou, ou foi enfiada. E de
peixe criado nem barrigudinho.
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Ainda não se esqueça daquele “presente” recebido, por
coincidência, também por Vila dos Patos. O governo da época soltou foguetório,
anunciou por seca e meca o fim da falta de água na cidade. Enfim tinham uma
perfuratriz especialíssima para acabar com o sofrimento da população. A máquina
chegou e aí descobriram que não era para qualquer um operar. Saíram atrás de
contratar um operador. Como era especialista, ganhava mais do que o governo
podia pagar. E lá se foi a solução por água abaixo, pois tinha-se o veículo,
mas ninguém para fazê-lo funcionar. Nenhum poço foi perfurado e a máquina tomou
chá de sumiço. A seca também continuou.
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