Os conflitos do Oriente Médio podem ser analisados sob dois prismas. O primeiro, o da luta pela sobrevivência de dois povos, os Judeus e os Árabes e islâmicos. O segundo, o da geopolítica no controle das reservas de petróleo, fundamentais para a sobrevivência das nações. A economia é a base de nossas percepções e ações.
Ao término da Primeira Guerra, e queda do Império Otomano, que se estendia por quase todo o mundo Árabe e islâmico, os Mandatos Britânico e da França se estenderam à parte significativa da região. Em 1948, ao término dos Mandatos, a ONU estabeleceu duas áreas na Palestina, para a criação do Estado de Israel, e de Estado Palestino. Na sequência de guerras, Israel se expandiu sobre os territórios da Cisjordânia, em terras agricultáveis, às Colinas de Golan, onde estão as maiores reservas de água da região, e a áreas de Gaza, na fronteira com o Egito. O conflito geopolítico toma dimensão.
Thomas Piketty, Diretor da Escola de Economia de Paris e Professor Emérito da London Business School, diz que “É hora dos países ocidentais abandonarem a sua arrogância e levarem os BRICS a sério. O PIB PPP dos BRICS – Paridade de Poder de Compra (poder de compra em cada país), ultrapassa os 40 trilhões de euros em 2022, em comparação com 30 trilhões de euros para os países do G7. Os BRICS criaram o seu próprio banco de desenvolvimento, (que) poderá competir no futuro com o FMI e o Banco Mundial, se estas instituições não forem reformadas em seus sistemas de voto”.
Robert Kennedy Jr., candidato independente à Presidência dos Estados Unidos, disse recentemente que “Israel é a nossa fortaleza. É quase como ter um porta-aviões no Oriente Médio. Se Israel desaparecer, os BRICS vão controlar 90% do petróleo do mundo e isso seria uma catástrofe para nossos interesses”.
Hoje, os Estados Unidos consomem cerca de 20% do petróleo do mundo. O Oriente Médio detém 51% das reservas mundiais, a OPEP 71%, os Estados Unidos 2%; Estados Unidos e Canadá, 12,5%. A Guerra do Iraque colocou os Estados Unidos dentro do Oriente Médio, com o controle estratégico do Iraque e manutenção hoje de cerca de 2500 militares no país. Os BRICS estarão ampliando o número de participantes em janeiro de 2024, incluindo o Egito, Iran, Arabia Saudita e Emirados.
A economia está na base de nossas ações, na guerra e na paz. Na Segunda Guerra, o PIB dos países Aliados subiu em média +31%, e dos países do Eixo caiu em -24%; o PIB dos Estados Unidos aumentou em +70%; o da Inglaterra em +15%. Na Guerra da Ucrânia, no primeiro ano de guerra o PIB da Ucrânia caiu em -20%; o dos Estados Unidos aumentou em +9%; o da Rússia em +22%.
Guerras e conquistas, muito pouco campo para ideais no tabuleiro da geopolítica. Nas guerras, há mais “bucha de canhão” do que se possa imaginar, nos povos e soldados que se matam por suas “nações".
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