Um homem é assassinado pelo ódio político insuflado por Bolsonaro. Bolsonaro, coerente, culpa o assassinado e se solidariza com o assassino. E o irmão do assassinado, que é eleitor de Bolsonaro, não apenas aceita falar com ele ao telefone como afirma que Bolsonaro é contra a violência e não tem nada com o crime. Em que país vive esse sujeito a quem não chegam os discursos de Bolsonaro pregando exatamente o que matou seu irmão?
Em que país vivem seus seguidores, infensos à inflação (nos dois dígitos), ao desemprego (11 milhões de pessoas neste momento), à fome (35 milhões) e à pobreza (63 milhões)? E que país é este, sem corrupção, em que todo o dinheiro roubado no passado virou moeda de troco diante dos R$ 60 bilhões que Bolsonaro já desviou para se reeleger?
Este país é o Brasil, onde, por muito menos, presidentes se mataram com um tiro no peito e foram depostos ou impichados. É o país que, outrora tão vigilante à menor suspeita de subversão, baderna e terrorismo por grupos clandestinos, assiste bovinamente à prática de tudo isso, só que agora pelo próprio Estado. E é o país em que, outro dia mesmo, milhões estavam gritando nas ruas.
Bolsonaro tem razão: o brasileiro precisa ser estudado. Deve ser hoje o único povo do mundo que assiste à demolição de seu país, horária, descarada, em todos os níveis, e fica quieto em casa, se tiver uma.
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