Autodenominam-se os “queixosos”, que não estão a atacar, mas sim a dar uma segunda oportunidade aos governos europeus. “Nós somos as provas de que a crise climática existe, e somos nós, a nova geração, que vamos acartar com as consequências das gerações anteriores à nossa”, começa por contar André Oliveira à VISÃO.
Tudo começou quando, há quatro anos, os irmãos Sofia e André foram desafiados pela GLAN – uma organização sem fins lucrativos que apoia ações legais contra violações de direitos humanos – a juntarem-se à Catarina, à Cláudia, à Mariana e ao Martim para exporem as suas preocupações com as alterações climáticas. “Como a nossa geração é que vai sofrer com as alterações, a GLAN fez algo que nunca tinha sido feito: juntou o caso das alterações climáticas com os direitos humanos”, explica o adolescente de 13 anos.
Os seis conheceram-se em Leiria, e desde esse momento que sentem que podem fazer a diferença. “Foi uma sensação mesmo boa, porque ficámos logo muito unidos e temos uma causa em comum que nos diz muito”, recorda Sofia Oliveira, de 16 anos. Assim nasceu a Youth4ClimateJustice, a cara do processo.
A ação destes jovens é mais prática do que técnica, até porque para isso têm toda uma equipa de advogados que completam essa parte e que prepararam o processo contra os países. “Nós somos os porta-vozes, os queixosos que querem passar a mensagem”, explica André.
Sofia acrescenta que também investem muito tempo em investigação: “Vemos e analisamos muitos documentários e reunimos semanalmente para falar sobre as informações que fomos recolhendo. Reunimos também para que possamos perceber em que ponto estamos em tribunal e dar a voz do grupo.”
Para que se possa compreender como é que se faz a queixa de 33 países ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, André explica que, numa fase inicial, os jovens pediram ao tribunal que avisasse e notificasse todos os países processados. Depois deste passo, cada Estado teve de apresentar medidas e testemunhos de como vão tentar combater as alterações climáticas. Essas medidas foram enviadas de volta ao Tribunal, que mais tarde devolveu aos jovens. Neste momento, e até dia 9 de Fevereiro, os membros da Youth4ClimateJustice têm de analisar as propostas dos países: “Temos de perceber se fazem sentido, se são válidas ou se estão só a tentar enganar-nos”.
Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, República Checa, Alemanha, Grécia, Dinamarca, Estónia, Finlândia, França, Croácia, Hungria, Irlanda, Itália, Lituânia, Luxemburgo, Letónia, Malta , Holanda, Polónia, Portugal, Roménia, República Eslovaca, Eslovénia, Espanha, Suécia bem como Noruega, Rússia, Suíça, Turquia, Ucrânia e Reino Unido são os países que estão a ser processados desde o dia 3 de setembro de 2020.
O grupo acredita que este processo vai resultar em medidas reais e que ainda se está a tempo de salvar o planeta. Para André, as propostas vão ser apenas executadas a longo prazo: “Não acredito que os países deixem de, por exemplo, produzir energia com combustíveis fósseis de um dia para o outro. Vai ser uma transição lenta. Diria que só perto de 2050 é que a maioria estará a utilizar indústria verde.”
Já Sofia garante que o processo demonstra o caráter urgente de atuação: “As alterações climáticas já eram tão extremas em 2021… Como será em 2022? O nosso caso vai mexer com muitas pessoas e há vários adultos e crianças que se estão a mexer para que alguma coisa seja feita”, diz. “O nosso futuro está em jogo, e estamos a dar uma oportunidade a todos, oportunidade à geração anterior, porque sabemos que eles erraram e é preciso remediar isso.”
O caso dos seis jovens está a ter grandes repercussões fora de Portugal, mas garantem que não querem ser uma versão portuguesa da Greta Thunberg. “Queremos ser só a Sofia e o André. Até porque temos formas diferentes de agir. A Greta é mais de manifestações, ela já está muito frustrada e eu entendo-a. Mas a nossa ação é mais legal, mais burocrática. Queremos espalhar a esperança e mostrar que com pequenas ações podemos mudar e cuidar do planeta”, afirma André.
Se André e Sofia tivessem de escolher um ídolo, não seria Greta, mas sim uma pessoa que está no seu antípoda geracional: David Attenborough. “Ele inspira-nos muito com as suas entrevistas, porque começa sempre por mostrar como a natureza é linda, e de repente explica como tudo está devastado e como já não há muito que fazer”, começa por descrever Sofia. “Mas o mais incrível é que ele ainda tem esperança e consegue passar essa mensagem. E nós queremos continuar a espalhar também essa esperança.”
Essa esperança, no entanto, não pode ser só movida pelos mais novos. “As crianças e os jovens têm de ser ouvidos, mas os adultos também têm de estar alerta. São eles que têm mais poder e que podem votar em pessoas que realmente podem fazer algo pelo nosso planeta”, reafirma o jovem.
São também os mais velhos que têm de equilibrar o que é mais importante: o dinheiro e o ambiente. “O dinheiro é muito importante na nossa sociedade e vai sempre continuar a ser. Mas se equilibrarmos o dinheiro e o ambiente, pegando num para ter o outro, conseguimos salvar o planeta”, confere Sofia. Neste momento, é preciso “gastar dinheiro para recuperar o nosso ambiente.”
A mensagem que deixam é esta: “Isto não é um ataque”. “Para os governos, eu gostava de dizer que eles são os governantes do povo e que são eles que têm a voz e por isso é importantíssimo agir. Isto não é um ataque. É uma segunda oportunidade, e uma oportunidade para que possam resolver aquilo que está a acontecer”.
Os seis conheceram-se em Leiria, e desde esse momento que sentem que podem fazer a diferença. “Foi uma sensação mesmo boa, porque ficámos logo muito unidos e temos uma causa em comum que nos diz muito”, recorda Sofia Oliveira, de 16 anos. Assim nasceu a Youth4ClimateJustice, a cara do processo.
A ação destes jovens é mais prática do que técnica, até porque para isso têm toda uma equipa de advogados que completam essa parte e que prepararam o processo contra os países. “Nós somos os porta-vozes, os queixosos que querem passar a mensagem”, explica André.
Sofia acrescenta que também investem muito tempo em investigação: “Vemos e analisamos muitos documentários e reunimos semanalmente para falar sobre as informações que fomos recolhendo. Reunimos também para que possamos perceber em que ponto estamos em tribunal e dar a voz do grupo.”
Para que se possa compreender como é que se faz a queixa de 33 países ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, André explica que, numa fase inicial, os jovens pediram ao tribunal que avisasse e notificasse todos os países processados. Depois deste passo, cada Estado teve de apresentar medidas e testemunhos de como vão tentar combater as alterações climáticas. Essas medidas foram enviadas de volta ao Tribunal, que mais tarde devolveu aos jovens. Neste momento, e até dia 9 de Fevereiro, os membros da Youth4ClimateJustice têm de analisar as propostas dos países: “Temos de perceber se fazem sentido, se são válidas ou se estão só a tentar enganar-nos”.
Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, República Checa, Alemanha, Grécia, Dinamarca, Estónia, Finlândia, França, Croácia, Hungria, Irlanda, Itália, Lituânia, Luxemburgo, Letónia, Malta , Holanda, Polónia, Portugal, Roménia, República Eslovaca, Eslovénia, Espanha, Suécia bem como Noruega, Rússia, Suíça, Turquia, Ucrânia e Reino Unido são os países que estão a ser processados desde o dia 3 de setembro de 2020.
O grupo acredita que este processo vai resultar em medidas reais e que ainda se está a tempo de salvar o planeta. Para André, as propostas vão ser apenas executadas a longo prazo: “Não acredito que os países deixem de, por exemplo, produzir energia com combustíveis fósseis de um dia para o outro. Vai ser uma transição lenta. Diria que só perto de 2050 é que a maioria estará a utilizar indústria verde.”
Já Sofia garante que o processo demonstra o caráter urgente de atuação: “As alterações climáticas já eram tão extremas em 2021… Como será em 2022? O nosso caso vai mexer com muitas pessoas e há vários adultos e crianças que se estão a mexer para que alguma coisa seja feita”, diz. “O nosso futuro está em jogo, e estamos a dar uma oportunidade a todos, oportunidade à geração anterior, porque sabemos que eles erraram e é preciso remediar isso.”
O caso dos seis jovens está a ter grandes repercussões fora de Portugal, mas garantem que não querem ser uma versão portuguesa da Greta Thunberg. “Queremos ser só a Sofia e o André. Até porque temos formas diferentes de agir. A Greta é mais de manifestações, ela já está muito frustrada e eu entendo-a. Mas a nossa ação é mais legal, mais burocrática. Queremos espalhar a esperança e mostrar que com pequenas ações podemos mudar e cuidar do planeta”, afirma André.
Se André e Sofia tivessem de escolher um ídolo, não seria Greta, mas sim uma pessoa que está no seu antípoda geracional: David Attenborough. “Ele inspira-nos muito com as suas entrevistas, porque começa sempre por mostrar como a natureza é linda, e de repente explica como tudo está devastado e como já não há muito que fazer”, começa por descrever Sofia. “Mas o mais incrível é que ele ainda tem esperança e consegue passar essa mensagem. E nós queremos continuar a espalhar também essa esperança.”
Essa esperança, no entanto, não pode ser só movida pelos mais novos. “As crianças e os jovens têm de ser ouvidos, mas os adultos também têm de estar alerta. São eles que têm mais poder e que podem votar em pessoas que realmente podem fazer algo pelo nosso planeta”, reafirma o jovem.
São também os mais velhos que têm de equilibrar o que é mais importante: o dinheiro e o ambiente. “O dinheiro é muito importante na nossa sociedade e vai sempre continuar a ser. Mas se equilibrarmos o dinheiro e o ambiente, pegando num para ter o outro, conseguimos salvar o planeta”, confere Sofia. Neste momento, é preciso “gastar dinheiro para recuperar o nosso ambiente.”
A mensagem que deixam é esta: “Isto não é um ataque”. “Para os governos, eu gostava de dizer que eles são os governantes do povo e que são eles que têm a voz e por isso é importantíssimo agir. Isto não é um ataque. É uma segunda oportunidade, e uma oportunidade para que possam resolver aquilo que está a acontecer”.
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