Depois que o alemão Johannes Gutenberg criou no Século XV a tipologia, invenção que possibilitaria o surgimento de jornais, revistas e livros, causando desemprego de copistas, a imprensa floresceu embelezada pelas fotografias, cuja técnica era desenvolvida simultaneamente em vários países, mas a primeira foto conhecida foi exibida em 1826 pelo francês Joseph Nicéphore Niépce.
Pouco depois, em 1844, o norte-americano Samuel Morse criou o telégrafo com fio e levou à informação à distância, inclusive com cabos submarinos, mudando os rumos da comunicação.
Em seguida, os irmãos franceses Auguste e Louis Lumiére criaram o cinema em 1895 e depois a foto colorida. Com a popularização do cinema mudo e falado, logo apareceu que dissesse que o teatro ia se acabar…
Simultaneamente, o italiano Guglielmo Marconi inventou a telegrafia sem fio e fez a informação cruzar o Canal da Mancha em 1899, e ninguém sabia que dali logo se derivaria o rádio, que até o advento do celular era o mais popular meio de comunicação.
Naquela época, com as rádios fornecendo informações de graça e em tempo real, disseram que a imprensa ia se exaurir, mas a profecia era uma bobagem.
Mais adiante, em 1918, o escocês John Logie Baird começou a transmitir imagens e surgiu o milagre da televisão, repetindo-se as velhas profecias de que o teatro iria se acabar…
E agora, no novo milênio, a internet traz a informação em tempo real, com textos, fotos, filmagens e tudo mais, e logo surgem as velhas visões apocalípticas de que desta vez a grande mídia não vai conseguir escapar.
Deslumbrada com o sucesso das redes sociais nas eleições, a família Bolsonaro embarcou nessa canoa furada e abriu uma guerra contra a imprensa, com apoio de milhões de fanáticos que também acreditam nessa bobajada.
Acontece que não mais que de repente, como diria Vinicius de Moraes, surgiu do nada a primeira pandemia deste milênio, assustando para valer a população mundial, que literalmente está se vendo pela famosa hora da morte.
E onde as pessoas foram buscar as informações sobre o coronavírus? Nas redes sociais? Ora, ora, isso “non ecziste”, diria padre Quevedo, enfrentando as bruxas da comunicação. As redes sociais são coisas de amadores. Nos momentos cruciais, é preciso consultar os profissionais, que mantêm na grande mídia o comando das informações concretas e confiáveis.
Pouca gente entende que a imprensa é como a medicina e sempre funcionará como uma espécie de “clínica geral” da sociedade, apontando seus males e tratamentos.
É sabido que não se deve falar mal dos médicos, porque a qualquer momento você pode precisar deles. Da mesma forma, é bom respeitar os jornalistas, porque a gente continua precisando desesperadamente deles.
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