Basta pensar no Leste Europeu sob o domínio comunista — um exemplo que Cas Mudde e Cristóbal Rovira Kaltwasser defendem no seu pequeno tratado sobre o assunto (“Populism: A Very Short Introduction”).
Lech Walesa, na Polônia, ou Václav Havel, na Tchecoslováquia, eram líderes populistas contra a elite moscovita —e ainda bem.
Saber se o populismo é bom ou mau, para usar a terminologia infantil, não deve ser apenas uma mera questão teórica. É preciso olhar para as consequências políticas do ideário.
Nos casos de Walesa ou Hável, o populismo de ambos fez-se em nome da democracia liberal contra a tirania. Sobre os populistas de hoje, aplica-se o mesmo raciocínio: o que resultou das suas palavras, atos ou omissões?
Yascha Mounk e Jordan Kyle publicaram um artigo na revista The Atlantic que resume algumas das suas conclusões empíricas. Os autores olharam para 46 líderes populistas em 33 democracias no período entre 1990 e 2018. Os sinais não são animadores.
Para começar, os líderes populistas tendem a se perpetuar no poder: a média é seis anos e meio contra os três anos dos democratas “normais”.
Além disso, 50% dos líderes populistas analisados reescreveram, na totalidade ou em parte, as respectivas constituições com o fino propósito de enterrar a limitação de mandatos ou de suspender o poder moderador do sistema de “checks and balances”.
Como consequência, verifica-se uma regressão mais acentuada da “qualidade da democracia” quando existem populistas na praça: uma regressão de 7% na liberdade de imprensa; de 8% nas liberdades civis; de 13% nos direitos políticos.
Em matéria de corrupção, a besta negra do populista clássico, 40% dos líderes populistas sob estudo estão ou estiveram indiciados pela prática de crimes.
Moral da história? O problema do populismo contemporâneo não está nos seus princípios, muito menos na sua lógica eleitoral. Está nas consequências mensuráveis da má governação. Saber se essa tendência se mantém no futuro é pergunta para angustiar os democratas liberais.
Saber se o populismo é bom ou mau, para usar a terminologia infantil, não deve ser apenas uma mera questão teórica. É preciso olhar para as consequências políticas do ideário.
Nos casos de Walesa ou Hável, o populismo de ambos fez-se em nome da democracia liberal contra a tirania. Sobre os populistas de hoje, aplica-se o mesmo raciocínio: o que resultou das suas palavras, atos ou omissões?
Yascha Mounk e Jordan Kyle publicaram um artigo na revista The Atlantic que resume algumas das suas conclusões empíricas. Os autores olharam para 46 líderes populistas em 33 democracias no período entre 1990 e 2018. Os sinais não são animadores.
Para começar, os líderes populistas tendem a se perpetuar no poder: a média é seis anos e meio contra os três anos dos democratas “normais”.
Além disso, 50% dos líderes populistas analisados reescreveram, na totalidade ou em parte, as respectivas constituições com o fino propósito de enterrar a limitação de mandatos ou de suspender o poder moderador do sistema de “checks and balances”.
Como consequência, verifica-se uma regressão mais acentuada da “qualidade da democracia” quando existem populistas na praça: uma regressão de 7% na liberdade de imprensa; de 8% nas liberdades civis; de 13% nos direitos políticos.
Em matéria de corrupção, a besta negra do populista clássico, 40% dos líderes populistas sob estudo estão ou estiveram indiciados pela prática de crimes.
Moral da história? O problema do populismo contemporâneo não está nos seus princípios, muito menos na sua lógica eleitoral. Está nas consequências mensuráveis da má governação. Saber se essa tendência se mantém no futuro é pergunta para angustiar os democratas liberais.
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