Diante dessa realidade, seria de se esperar que a campanha eleitoral dos presidenciáveis abordasse prioritariamente esses dois problemas gravíssimos, mas não é isso que se vê nos programas eleitorais, em que os candidatos irresponsavelmente nos prometem céus e terras, representando partidos que mais parecem as Organizações Tabajara a nos informar: “Seus problemas acabaram!”. Mas na verdade eles estão apenas começando…
O governo pega dinheiro emprestado com investidores para honrar os compromissos. Em troca, compromete-se a resgatar seus títulos com alguma correção, que pode ser prefixada (definida com antecedência) ou seguir a Selic, a inflação ou o câmbio.
Atualmente, a Selic está em 6,5% ao ano, no menor nível da história. No entanto, por causa das turbulências no mercado financeiro, esse papel continua a ser o mais atraente aos investidores. Como o governo não consegue pagar, vai rolando a dívida através da emissão de mais títulos, e a bola de neve segue aumentando, ameaçadoramente.
Apesar da gravidade da situação, o assunto não é discutido e a mídia se omite, criminosamente, porque está tão endividada quanto o governo e não pode enfrentar os banqueiros.
O buraco nas contas da Previdência chegou a R$ 268,8 bilhões no ano passado, em meio às discussões sobre a reforma no Congresso. Mas também no caso do déficit do INSS os candidatos são reticentes. E não é para menos. Os militares pesam 16 vezes mais no rombo da Previdência do que os segurados do INSS.
É espantoso que as Forças Armadas estejam fora da reforma da Previdência. O déficit da reforma (aposentadoria) de cada militar foi de ficou em R$ 99,4 mil no ano passado. E entre os servidores civis da União, o prejuízo do INSS foi de R$ 66,2 mil, contra apenas R$ 6,25 mil de cada segurado do INSS.
Não há um estudo, nenhuma palavra sobre os prejuízos bilionários da pejotização – a transformação de empregados em pessoas jurídicas, para que as empresas e seus funcionários possam sonegar INSS, FGTS e Imposto de Renda.
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