sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Só um embargo infringente acode o sapo barbudo

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              I

Sou o embargo infringente
Que ajudou Zé Dirceu,
Sou primo de Zebedeu,
Me dano na aguardente!
Lula já veio sorridente,
Deixou de ser carrancudo,
Me convidou para um estudo,
Achei ele diferente:
Só um embargo infringente
Acode o sapo barbudo.

             II

Brandiu o toco de dedo
Em comício na Bahia,
Rezou à Virgem Maria
Dizendo que não tinha medo,
É um homem sem segredo,
Morreu quem sabia de tudo.
Apesar de topetudo,
Ele bota pano quente:
Só um embargo infringente
Acode o sapo barbudo.

               III

Lula tomou uma Pitu
Pras bandas de Santo Antão,
Chamou até Lampião
Pra dançar maracatu,
Uma tijela de angu,
Com pé de galinha e tudo,
Ele disse que era escudo
Da Lavajato indecente:
Só um embargo infringente
Acode o sapo barbudo.

               IV

Às quatro da madrugada
Saiu brandindo uma cueca:
- Quem manda nessa meleca
É a nossa cumpanheirada!
Essa Justiça comprada
Veio e bagunçou com tudo,
Desmanchou meu sobretudo
Esfriou meu café quente:
Só um embargo infringente
Acode o sapo barbudo.

             V

- O sítio de Atibaia,
Triplex no Guarujá,
Tudo mijo de gambá,
Doida é quem rasga saia,
Moro é da mesma laia
De quem vive atrás de estudo,
A caneta do peitudo
Pôs fim ao sonho da gente!
Só um embargo infringente
Acode o sapo barbudo.

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