sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

Tristes trópicos!

Que fim de ano melancólico, o do presidente Michel Temer. Em menos de uma semana, colheu três frustrações: ficou sem ministro do Trabalho, teve que cancelar o repouso em uma das poucas áreas a salvo de balas perdidas no Rio de Janeiro, e foi obrigado a engolir parte do decreto de concessão do indulto de Natal a presos condenados.

O ministro Ronaldo Nogueira (PTB-RS) deixou o cargo com a desculpa de que precisa cuidar de sua reeleição à Câmara dos Deputados. Que nada! Saiu porque foram descobertas graves irregularidades na sua gestão – desde pagamentos superfaturados a funcionários à não execução de serviços em contratos. Celebre se for só isso.


Temer desistiu de passar o réveillon na Restinga da Marambaia, no Rio, à beira mar plantado e aos cuidados da Marinha porque ali não haveria estrutura médica suficiente para atendê-lo em caso de necessidade. Que nada! A verdade é outra. Simplesmente ele não anda bem de saúde. E seus médicos o aconselharam a permanecer em Brasília.

A decisão da ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, de suspender trechos do indulto presidencial de Natal que beneficiava criminosos envolvidos com corrupção foi um desastre político para Temer. Quem comemorou um índice de popularidade de minguados 6% não precisava passar por mais uma vergonha dessas.

O primeiro presidente da República do Brasil denunciado por corrupção no exercício do cargo é também aquele que tentou sem sucesso indultar condenados por corrupção. Está bom ou Temer quer mais?

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