A boataria foi desmentida imediatamente pela Policia Federal, pela filha do doleiro e pelo então ministro da Justiça. De nada adiantou. Os rumores continuaram até a noite, quando se deu o anúncio da reeleição de Dilma Rousseff. Candidatos adversários de Dilma, obvia e lamentavelmente, também não foram poupados.
Campanhas ardilosas foram e são lançadas contra tudo e contra todos, a todo momento, pela internet. Fake news disseminam ainda mais ódio entre grupos, confundem eleitores, transtornam e distorcem processos que poderiam ser limpos e legais. A temperatura dessa febre certamente vai subir em 2018.
Não, não será nada fácil.
No Brasil, estudos feitos pelo Grupo de Pesquisas em Politicas Públicas para o Acesso à Informação, da Universidade de São Paulo, apontam que 12 milhões de pessoas espalham noticias falsas sem a menor cerimonia. O Grupo monitorou 500 páginas digitais de conteúdo politico falso ou distorcido. Esse mal, às vezes, está muito mais perto de nós do que a gente imagina. Conheço pessoas que se animam com qualquer noticia contra a "esquerda" ou a "direita" e contra "eles", publicam qualquer noticia sem checar.
Estranho comportamento para um público que se diz atento às noticias falsas. Pesquisa realizada em janeiro deste ano, para a BBC, pela respeitada GlobeScan/Sustainability Surveys com internautas de 18 países, concluiu que os brasileiros são o povo mais preocupado em separar o joio do trigo. Será?
Depois do Brasil, vem França, Russia, China e Estados Unidos. Não cabe duvidar da pesquisa, mas, sinceramente, pode sobrar algum ceticismo. Barbas de molho. Todo cuidado é pouco ao replicar noticias. Feitiço contra o feiticeiro, tiro no pé, tudo pode acontecer. Nas redes, a campanha eleitoral de 2018 ja começou. Não é oficial, nem legal, mas a maldade já toma corpo.
Em 2018, as notícias falsas, mesmo sendo falsas, ficarão no ar durante toda a campanha eleitoral, ou o tempo que seus autores quiserem. A reforma aprovada por Temer garantiu que os provedores não terão obrigação de tirar do ar informações denunciadas como inverídicas. É recomendável que a gente duvide um pouco de tudo. Sob pena de pagarmos todos o mesmo pato.
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