Marcelo Odebrecht confirmou a Sergio Moro que a designação “amigo” nas planilhas de corrupção da empreiteira se referia ao tal Luiz Inácio, o “Lula”. Conforme se especulava há tempos, esse Lula, que inclusive presidiu o Brasil por um tempão, recebeu dezenas de milhões de reais em dinheiro vivo a título de propina pelo assalto ao Estado brasileiro, especialmente à Petrobras – R$ 40 milhões até onde a vista alcança, por enquanto. A Lava Jato já tem os detalhes de todo o organograma do assalto governamental – vamos repetir: governamental – da quadrilha petista, inclusive com as delinquências subsidiárias de Dilma, Palocci e Mantega, os afilhados do Brasil. Aí se deu o milagre.
Diretamente do reino das togas esvoaçantes – o mesmo de onde vinham os raios paralisantes contra o impeachment – desaba sobre o país a mística lista de Fachin. Contendo políticos de todos os principais partidos do país, devidamente premiados com autorizações de inquéritos, a lista consegue de imediato o efeito pretendido: a opinião pública (que Deus a tenha) conclui que todo mundo roubou, não só o PT. Alívio instantâneo para os autores do maior assalto da história da República.
O sistema de influências sobre as disputas eleitorais é gigantesco e cheio de distorções – e é claro que já apareceram os paladinos de um sistema puro, em que as diversas forças da sociedade não influenciariam o voto de ninguém. É a eleição do mundo da Lua. Na Terra, quem é influente pode e deve influenciar – seja uma empresa, seja um rostinho bonito da TV, seja o pipoqueiro da esquina.
Uma empreiteira gulosa pode apostar num candidato pilantra achando que vai ganhar dinheiro no mandato dele, assim como um cantor ignorante pode afiançar um candidato demagogo achando que vai ficar bem na foto. Duas formas de influência igualmente doentes e legítimas. O que se passou no Brasil foi que, no âmbito das empresas, disseminou-se a cultura da doação generalizada – contribuir com tudo quanto é campanha virou uma espécie de seguro de vida empresarial na gangorra da política. Houve até empresário (muitos) fazendo doação clandestina só porque não queria aparecer – e parecer estar num jogo de cartas marcadas. O caixa dois se espalhou de forma fútil. E hoje serve aos que querem misturar futilidade com criminalidade.
Qualquer desses candidatos apontados pela delação da Odebrecht como beneficiários de doações por fora deve ser investigado e punido. Mas aí se impõe a pergunta: quantos na lista de Fachin eram governantes vendendo o governo para empresas privadas? Políticos usando sua condição de mandatários para formar um fabuloso caixa partidário e pessoal a partir de propina – vamos repetir: propina – institucionalizada nas relações com o governo, muitas vezes fantasiada de doação legal ao partido?
Vamos responder a essas perguntas pela enésima vez, porque brasileiro não desiste nunca: só o PT, o Partido dos Trabalhadores, a sigla imaculada da alma mais honesta do planeta, sistematizou a corrupção dessa forma e nessa escala – construindo um duto dos cofres públicos para o caixa do partido e, sabe-se agora, também com ramal para os bolsos dos guerreiros do povo.
Uma pesquisa mostrou Cunha à frente de Dirceu como vilão da Lava Jato. Outra pergunta: qual dos dois ferrou mais a sua vida, caro leitor? Respondemos por você: com toda a gincana de corrupção atribuída a Cunha, quem arrebentou suas finanças foi o projeto de Dirceu e meliantes associados. A gangue de Lula (e mais ninguém) prostituiu a União.
A lista de Fachin, coincidentemente divulgada em cima da revelação crucial de Marcelo Odebrecht sobre o esquema, prova que anjo da guarda existe. Mas logo terá de passar o bastão ao santo padroeiro dos presidiários.
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