terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Desculpas, nem morta


Pedir desculpas não está no vocabulário dos políticos, empresários, funcionários públicos e governantes brasileiros. Parece a eles um gesto humilhante. O grande ato de humildade, que revela civilidade, não consta no DNA deles, saturados de arrogância e oxigenados pela prepotência. Enfim, cretinos. A sempre presente autoridade do "sabe com quem tá falando", vício danado de tempos coloniais, se incorpora quando se instalam como servidores públicos, quando se servem à vontade.

Não pedem desculpas, não dão satisfação. Quando alguém viu um desses políticos, de qualquer partido, confessar que sabia sobre o agravamento do problema hídrico e agora se desculpa porque não tomou as devidas providências? Também ninguém sabia de corrupção campeando há anos na Petrobras. Como não há um deles se mostrando consternado com a roubalheira que pode levar o país para o buraco, quebrar a maior empresa do país.

Se dizem autoridade, mas não passam de canalhas.

Dilma dá o exemplo de que não se deve pedir desculpas. Como não se desculpou nenhuma vez, não mostrou indignação com a canalhice vigente no país. É o governo da tirania de quem faz o que quer, quando quer e como acha melhor para sua imagem. Não é exemplo de democrata, mas a imagem de uma ditadora.

Na última semana, quando reinava soberana na Toca de Ali Babá, diante de uma cambada de ministros, se achava a dona da cocada. Era mais uma figura bufona. A democracia estava bem longe em Nova Iorque, onde o prefeito Bill de Blasio dava uma lição aos governantes de republiquetas.

Diante de uma possível meganevasca na cidade, tomou todas as medidas as mais exageradas (como só se viu depois) para enfrentar o temporal. Saíram ilesos a cidade e o prefeito, que junto à equipe municipal de meteorologia foi pedir desculpas na televisão por se prevenir tanto. Mereceu aplausos e apoio.

Um gesto que não se vê no Brasil. Nem falta previsão em casos de desastres esperados, ou em qualquer ato que atinja a população, como se recusam a pedir desculpas quando se mostraram os mais incapazes para administrar.

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