sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Conta corrente para todos na Índia


Mais de 100 milhões de pessoas já recebem benefícios sociais por meio dos bancos
O primeiro-ministro da Índia, o nacionalista hindu Narendra Modi, considera a inclusão financeira “uma prioridade nacional” para facilitar o crescimento inclusivo de um país que se desenvolve em diferentes velocidades. Em seu primeiro discurso no dia da Independência, em agosto do ano passado, lançou a estratégia Projeto do Primeiro-Ministro do Dinheiro do Povo. Seu objetivo, que todas as famílias —tanto no campo quanto nas cidades— tenham acesso a serviços financeiros dá frutos: em menos de cinco meses foram abertas mais de 100 milhões de contas correntes sob essa iniciativa.

“Se queremos eliminar a pobreza, temos que eliminar a discriminação financeira. Temos que conectar todas as pessoas com o sistema financeiro”, afirmou Modi. Agora, as grandes camadas pobres da sociedade podem abrir uma conta sem depositar uma rúpia e ter acesso a serviços como contas de banco com cartão para retirar dinheiro em caixas automáticos, créditos, transferências, seguro e pensões. Com essas contas, o Governo também poderá enviar dinheiro para outros programas destinados aos mais pobres, como bolsas de estudo. Como incentivo para a bancarização, os que abrem contas sob esse programa recebem um seguro contra acidentes e outro de vida.

Nos primeiros dias da campanha, em meados do ano passado, foram abertas 15 milhões de novas contas, volume que esta semana subiu para 103 milhões. É um número elevado em um país de 1,2 bilhão de habitantes marcado pela desigualdade e cujo acesso ao setor bancário é inferior à média mundial.

Com essa iniciativa o Governo espera que os cidadãos abandonem o costume de guardar as economias embaixo do colchão ou de outras maneiras informais, e façam depósitos nas agências. Analistas que apoiam o projeto destacam, além disso, que os mais pobres costumam depender de canais informais de crédito, como os agiotas, que frequentemente cobram juros até cinco vezes mais altos do que os bancos. Acrescentam que, com a bancarização, o dinheiro que o Governo destina aos excluídos poderá chegar de fato aos beneficiados e não se perderá no caminho.

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