segunda-feira, 1 de setembro de 2014

202,8 milhões: e agora?

"Manifestação", do argentino Antonio Berni
Alcançamos no Brasil a respeitável cifra de 202,8 milhões de habitantes. Quantos deles são cidadãos plenos com os direitos garantidos e cumpridores das obrigações cívicas e sociais?

Há 44 anos, em 1970, os míticos 90 milhões de brasileiros eram convocados por uma sanguinária ditadura militar para grandes empreitadas. Na geração seguinte, multiplicados por pouco mais do que dois, desfeito o milagre, alcançamos a respeitável cifra de 202,8 milhões de habitantes – quantos deles são cidadãos plenos com os direitos garantidos e cumpridores das obrigações cívicas e sociais?
Os censos começaram precariamente no Brasil-colônia, no século XVIII, a primeira contagem científica data de 1940, dois anos depois da criação do IBGE graças à presença no Brasil do eminente demógrafo italiano, Giorgio Mortara, um refugiado do fascismo. Éramos então cerca de 41 milhões de súditos de outra implacável ditadura, dita “modernizadora” – o Estado Novo.
Estamos sendo continuamente batidos pela demografia, não obstante a excelência do IBGE ao longo dos seus 74 anos de existência. Os saltos qualitativos acabam sempre neutralizados pela invencível parceria entre o crescimento populacional e a frouxidão com que as políticas públicas são implementadas e administradas. E continuam assim, mesmo com uma razoável taxa de crescimento populacional (0,86%).

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