Aos 88 anos, Zygmunt Bauman viu alguns dos maiores horrores
da história recente. Como polonês de origem judaica, sofreu com o nazismo.
Depois, sob o regime comunista, suportou a repressão da Primavera de 1968 e, de
novo, o antissemitismo soviético. E, já instalado na Inglaterra, suas lúcidas
reflexões sobre a “modernidade líquida” chocaram o thatcherismo e outras
manifestações da realidade contemporânea. O pensador, Prêmio Príncipe de
Astúrias de Comunicação e Humanidades em 2010, todavia não pensa em calar a voz
e acaba de publicar um ensaio intitulado com uma pergunta retórica( "A riqueza
de uns poucos beneficia a todos?”) em que tenta desvendar as chaves de por que
essa ideia se instalou na sociedade moderna.
“Cada vez que há uma crise econômica, sempre há um político que sai a dizer que os consumidores mostrarão o caminho para sair da depressão, que quando as pessoas voltam às lojas, tudo retomará a normalidade. É uma questão difícil, porque cada vez somos mais conscientes de que as assertivas em que se baseia essa afirmação são incorretas”
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