O Brasil vive uma enxurrada de más notícias. Não há citado
um grave terremoto, nem um ataque terrorista, ou um tufão arrasou qualquer
região. Afora uma persistente enchente no Norte do país, por mais de 40 dias,
que só há pouco recebeu a visita de Didi, a faxineira do Planalto, não se tem
notícia até o momento de uma série de catástrofes. Em compensação chove
noticiário sobre as mazelas sempre freqüentes da sociedade brasileira. Os
esforços do governo para debelar o alastramento de escândalos parece não dar
resultado. Os fatos são mais contundentes do que o besteirol com que tentam
debelá-los.
Pipocam por todo canto notícias que demonstram indubitavelmente
o quanto o país está entregue às baratas políticas, disputando poder com
milícias de corruptos em todos os níveis. O escândalo da vez fica para o
senador Gim Argello (PTB-DF), que foi pressionado a renunciar à indicação para
ministro do Tribunal de Contas da União devido ao seu prontuário. O senador,
que teve a indicação apoiada mesmo por Didi, tem uma ficha de dar inveja a
muito bandido sem que parece nunca ninguém, nem os altos poderes, se deram
conta. Além de responder a seis inquéritos no Supremo Tribunal Federal, Argello
ainda é investigado por lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva,
falsidade ideológica, peculato (desvio de dinheiro público) e crime contra a
lei de licitações. Seria um poderoso ministro do TCU, mas com um repertório
digno de criminosos.
Nessa onda de más notícias, ainda há outras muito parecidas
com muitas nas quais o Brasil aparece sempre na rabeira. Uma delas é que o
avanço do PIB ficará em 18º lugar entre 21 países da América Latina, quando o
governo insiste no crescimento brasileiro do país que vai pra frente, segundo o
slogan da ditadura. E sai novo levantamento que também coloca o Brasil outra
vez mal na fita. Entre as 30 cidades mais violentas, 11 delas estão aqui e o
Brasil lidera como o país que tem mais cidades violentas no mundo apesar de
todos os “esforços” anunciados pelos governos.
Mais do que nunca o governo se enrosca numa luta feroz com o
próprio desmazelo, e mesmo um certo desleixo, com que vem tratando o público
sempre de olho no que o privado tem a oferecer para não largar o osso do poder.
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