Não sei de onde Jaguar tirou o "Blearghh!", mas é perfeito. Parece inglês, mas dicionários como o "Webster" e o "Cambridge" não o registram. Donde poderia muito bem ser incorporado ao português, e com mais propriedade do que outras interjeições em inglês que estão indevidamente se impondo por aqui. Ninguém mais fala "Epa!" —fala "Oops!". Ninguém exclama "Pô!" ou "Genial!", mas "Uau!", tradução de "Wow!". E ouço dizer que, nas redes sociais, usa-se "Cof! Cof!" —"Cough! Cough!" mal pronunciado— para insinuar tosse no sentido de ironia.
É verdade que os gibis americanos sempre nos impuseram essas coisas. "Brrr!" é sentir frio. "Gulp!" é engolir em seco. "Boo!" é dar um susto. "Bang!" é um tiro ou explosão. "Hmmm..." é pensar, ponderar. "ZZZ" é dormir. Mas a submissão ao colonizador tem limites. Em breve estaremos gritando "Ouch!" [autch] e não "Ai!" a uma martelada no dedo e fazendo "Atchoo!" em vez de "Atchim!" ao espirrar.
Por que soluções com séculos de eficácia comprovada são substituídas por outras piores? O último brasileiro a se manter fiel a "Rá-rá-rá!" ao rir por escrito é o nosso José Simão. O pessoal hoje prefere "Rsrsrsrsrs", que para mim soa como um rosnado, ou cacareja em uníssono escrevendo "Kkkkkkkkkk!".
O uníssono deveria ser reservado ao "Blearghh!" e dirigido a —você sabe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário