segunda-feira, 27 de agosto de 2018

A primeira vítima

Novidade eleitoral: a antiga assessoria de imprensa dos candidatos, que dava sua versão do que estava acontecendo, foi trocada por assessorias digitais, que dão sua versão do que não aconteceu. Inventa-se uma nova realidade política, que nada tem a ver com a realidade propriamente dita – tática utilizada, com êxito, pelos nazistas, orientados por Joseph Goebbels.

Espalhar que Bolsonaro não irá a todos os debates porque tem medo não é verdade: ele tem se saído bem, já que lhe fazem sempre as perguntas, para as quais já tem resposta. Não vai porque, líder nas pesquisas, é o alvo natural dos demais candidatos. Collor não foi a debates, também. E ganhou.


Espalhar que Lula é o favorito porque, embora não possa se candidatar, lidera as pesquisas, é falso. Se não pode se candidatar não é favorito. Ele sabe que não é candidato, finge que é mas já escalou seu reserva. E quer seu nome na urna para levar o eleitor menos informado a votar no reserva.

Os partidos que apoiam Alckmin dizem que ele crescerá com o domínio do tempo de TV. Pode ser – mas os partidos não acreditam no que dizem, tanto que seus dirigentes fazem comícios louvando candidatos adversários. Alckmin está mal nas pesquisas. Para subir, precisa mostrar que não é só um Picolé de Chuchu. Mas quem nasceu para Chuchu, Chuchu é e será.

Nas eleições de 2018, como nas guerras, a primeira vítima é a verdade.

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