sábado, 11 de março de 2017

Choro e ranger de dentes

No Congresso, ressurge a proposta de ser anistiado o recebimento de ajuda eleitoral pelo caixa dois. Não se encontram deputados e senadores dispostos a votar contra. Depois que o Supremo Tribunal Federal admitiu como crime até o caixa um, Suas Excelências replicam com a iniciativa celerada.

Foi mais uma vez protelada a divulgação da lista do procurador Rodrigo Janot, no caso, a segunda, quando nem a primeira é conhecida. Deputados, senadores e ministros andam apavorados com a perspectiva de ter seus nomes conhecidos, na semana que vem. Mas também confiam em que, de novo, mudarão a lei para escapar de incriminações.

O risco é de novamente ficarem impunes os parlamentares que se elegeram com dinheiro podre. Sofrem também os vigaristas hoje sem mandato. No Congresso, há quem esteja sem dormir, pois pelo menos 150 seriam referidos como beneficiados pelas falcatruas.

Outra sombra a pairar sobre a Praça dos Três Poderes refere-se ao futuro. Nas eleições do ano que vem, quando a maioria disputará a reeleição, estão proibidas as doações por empresas. Campanhas milionárias, só por candidatos milionários. Como a maioria parlamentar disputará as preferências do eleitor? O fundo partidário não chegará para todos, talvez nem para os caciques. A quase totalidade das empresas, com as empreiteiras à frente, decidiram não abrir os cofres. Resultado: choro e ranger de dentes…
Quantos governadores integram a lista? Se forem os 27, não haverá surpresa. Mas uns poucos escaparão. Não muitos, porque as empreiteiras agiram nos Estados até com mais desfaçatez. Sofrem os que pretendiam candidatar-se à reeleição, abrindo-se para eles a frustração de buscar outros caminhos.

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