quarta-feira, 16 de julho de 2014

‘Contas’ prestadas às pressas


A presidente Dilma ligeiramente reuniu 16 dos 39 ministros para fazer o seu balanço da Copa das Copas. Em mais um espetaculoso encontro para uso interno de campanha, com ampla cobertura, e os dizeres mais desbaratados, a presidente e asseclas enfatizaram que tudo correu bem mesmo que menos de um terço das obras tenham sido concluídas, com sete anos para serem feitas, dentro do acertado com a Fifa, e o que restou vai mesmo ficar para o futuro.

O evento se prestou para mais um rasga-seda dos puxa-sacos bem aplicados. Todos escondendo o que não se realizou nem sequer se discutiu como se pode manter o que deu certo. Foi mais um balanço para servir durante a campanha no horário eleitoral. Mais um palanque eleitoreiro divulgado pelo canal oficial do governo, com dinheiro público, nas barbas do TSE.

Famoso frasista desastrado do governo, o ministro Mercadante, da Casa Civil até ensaiou um brado: “Perdemos a taça, mas o Brasil ganhou”. Bem claro fica que a perda da taça é de somenos importância diante da vitória do Brasil (deles). Afinal, assumiram que tudo foi construído, incorporaram mesmo a hospitalidade do brasileiro como coisa vitória deles. Ou seja, saíram anunciando que o país (deles) venceu o pessimismo, mas nunca a desorganização e a falta de empenho nas obras. Em outras palavras, mais certas, o brasileiro ganhou a taça do anfitrião, mas perdeu a Copa das conquistas na saúde, educação, mobilidade urbana, que não foram contabilizadas nem sequer discutidas.

Confirma com a nova reunião que a Copa nada mais foi do que um desejo de um partido para promover sua hegemonia no poder. Ou alguém ainda acredita que Hitler promoveu os Jogos Olímpicos de 1936 só porque eram bons para a Alemanha? Serviram, e muito bem, aos interesses do partido nazista de garantir ampla maioria na população, satisfeita em grandes feitos. Lá como aqui, apenas não deu para vibrar no esporte como queriam os governos. Hitler viu a supremacia alemã ser derrotada pelo atleta negro James Cleveland "Jesse" Owens (1913-1980), quando desejava que só festejasse vitórias alemãs. A presidente também ficou frustrada por ter de entregar a taça a outra seleção que não a brasileira, o que seria o coroamento majestoso para uma largada retumbante à campanha eleitoral.

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