A presidente Dilma ligeiramente reuniu 16 dos 39 ministros
para fazer o seu balanço da Copa das Copas. Em mais um espetaculoso encontro
para uso interno de campanha, com ampla cobertura, e os dizeres mais
desbaratados, a presidente e asseclas enfatizaram que tudo correu bem mesmo que
menos de um terço das obras tenham sido concluídas, com sete anos para serem
feitas, dentro do acertado com a Fifa, e o que restou vai mesmo ficar para o
futuro.
O evento se prestou para mais um rasga-seda dos puxa-sacos
bem aplicados. Todos escondendo o que não se realizou nem sequer se discutiu
como se pode manter o que deu certo. Foi mais um balanço para servir durante a
campanha no horário eleitoral. Mais um palanque eleitoreiro divulgado pelo
canal oficial do governo, com dinheiro público, nas barbas do TSE.
Famoso frasista desastrado do governo, o ministro Mercadante,
da Casa Civil até ensaiou um brado: “Perdemos a taça, mas o Brasil ganhou”. Bem
claro fica que a perda da taça é de somenos importância diante da vitória do
Brasil (deles). Afinal, assumiram que tudo foi construído, incorporaram mesmo a
hospitalidade do brasileiro como coisa vitória deles. Ou seja, saíram
anunciando que o país (deles) venceu o pessimismo, mas nunca a desorganização e
a falta de empenho nas obras. Em outras palavras, mais certas, o brasileiro
ganhou a taça do anfitrião, mas perdeu a Copa das conquistas na saúde,
educação, mobilidade urbana, que não foram contabilizadas nem sequer discutidas.
Confirma com a nova reunião que a Copa nada mais foi do que
um desejo de um partido para promover sua hegemonia no poder. Ou alguém ainda
acredita que Hitler promoveu os Jogos Olímpicos de 1936 só porque eram bons
para a Alemanha? Serviram, e muito bem, aos interesses do partido nazista de
garantir ampla maioria na população, satisfeita em grandes feitos. Lá como
aqui, apenas não deu para vibrar no esporte como queriam os governos. Hitler
viu a supremacia alemã ser derrotada pelo atleta negro James Cleveland
"Jesse" Owens (1913-1980), quando desejava que só festejasse
vitórias alemãs. A presidente também ficou frustrada por ter de entregar a taça
a outra seleção que não a brasileira, o que seria o coroamento majestoso para uma
largada retumbante à campanha eleitoral.
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