Com apenas 7% da opinião pública a seu favor, a permanência de Dilma no poder nada tem a ver com democracia, mas com Estado de Direito. É este que a sustenta contra aquela. Para resolver tais casos, a Constituição disponibiliza o processo de impeachment. Que tem lei própria. Que é um instituto de natureza eminentemente política, nem surdo nem mudo, com motivações éticas e regras claras. Golpe, só não percebe quem não quer, foi dado ao país antes, durante e depois da eleição. Antes, com governança irresponsável, com franquias à corrupção, com esbanjamento dos recursos públicos para fins eleitorais, com negligência no controle dos gastos, com a ruína da aritmética. Durante, com repetição de despudoradas mistificações, com ocultação da realidade nacional, com a estratégia serial killer de reputações e a imputação aos adversários das maldades que o governo viria a cometer. Depois, no agir como se o dia 27 de outubro nada tivesse a ver com o dia 26. E transcorresse noutro país, sob outra realidade, perante outro povo. Mas o que é isso, companheira?
A presidente, por tudo que fez e deixou de fazer, precipitou a nação no descrédito e nos afundou numa crise em que não deveríamos estar. A improbidade se instalou no governo como quem reclina a poltrona e põe os pés sobre a mesa. É um seriado de infinitos episódios. Milhões de brasileiros que não perceberam isso antes compreenderam agora, em dois meses. Emendar-se o governo não vai! Então, a mobilização em favor do impeachment é ato de respeito próprio. É questão de decoro nacional. Expiação ante o mundo civilizado. Contrapor que isso causaria faniquitos em Stédile e outros como ele, não é argumento. É afofar a cama dos brutamontes! Para isentar-se de qualquer culpa por toda improbidade praticada em sua gestão, seria necessário que a presidente estivesse muito longe daqui, comandando, quem sabe, outro país e outro governo. No Brasil, não vejo como.
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