Assim vai andando a presidente Dilma, imaginando fácil afastar as pedaladas dos pedidos de impeachment apresentados contra ela. Gatinhos sem força para obstá-la.
Só que Madame errou de bicho. É um leão que busca impedir sua trajetória. Porque se as pedaladas são superáveis, o mesmo não acontece com o desemprego em massa, o aumento de impostos, taxas e tarifas, a alta do custo de vida, a perda do poder aquisitivo dos salários, as greves, a queda na produção industrial, os elevados juros e a incapacidade de seu governo enfrentar tantos obstáculos de uma só vez.
Traduzindo: se a presidente for afastada, será em função desse conjunto de empecilhos não resolvidos, jamais por conta de haver manipulado números orçamentários. Fica óbvio que de forma pacífica a população não aceitará por mais tempo tamanho conjunto de desgraças. Encontra-se a um passo de explodir. Para evitar o inevitável, a solução será procurada através dos mecanismos constitucionais e jurídicos que sobraram: o impeachment capaz de debelar o caos já estabelecido no país. Certeza não há de que o novo governo a ser estabelecido terá condições de afastar a indignação e a revolta já batendo às portas da sociedade, mas inexiste outra alternativa. Com ou sem Michel Temer, antecipando-se ou não as eleições, algo acontecerá.
O leão não espera. Presas e garras estão à vista de todos. Os urros já se ouvem, enquanto o governo ilude-se na esperança de ser o miado de um gatinho.
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