Eram gaúchos, não eram cantores sertanejos, mas já eram representantes do agronegócio que como hoje vieram amarrar seus cavalos e tratores no Maracanãzinho. A Revolução de 30 c0meçou bem intencionada apesar de distante do povo, mas o projeto acabou tendo a reprovação dos quartéis e depois, a Revolução Constitucionalista, a Intentona Comunista e a Revolta Integralista enterraram os ideais e colocaram definitivamente no poder um Vargas já simpatizante dos nazistas.
Estabeleceu=se a ditadura que só acabou em 1945 com a convocação de eleições gerais. Por que me lembrei dessa história hoje? Ora, porque tem tudo a ver. Os cavalos simbólicos representados por motos, os sertanejos, as armas e esse machismo político e cultural que se estabeleceu e tenta permanecer no poder se parece muito com o machismo político daqueles anos.
Estou escrevendo antes de saber como a Convenção evoluiu, mas arrisco a adivinhação. A arrogância dos gaúchos que amarraram seus pangarés no obelisco da Cinelândia no Rio se parece muito com a violência e a prepotência dos bolsonaristas. Eles estão apavorados com a iminência da derrota nas urnas e por isso são contra, mas entram no jogo. Se fossem contra mesmo não participariam. Estão só preparando as justificativas para a tentativa de golpe que certamente organizarão na certeza da derrota.
Eles tentam impor um Brasil do agro- patrão em cima de um Brasil dos sem terra. A política naquela época era feita por uma oligarquia que passava, como todas, muito longe do povo. Hoje querem a mesma coisa em nome desse povo que eles desconhecem. A História mudou, mas certas coisas permanecem para nos ensinar. Como não existe mais obelisco nem bosta de cavalo para limpar vamos só nos livrar desse ranço e dessa cultura da morte que os bolsonaristas querem nos impor.
Chega de amarrar cavalo e boi na sombra. Vamos trabalhar para que o Brasil volte às páginas da História contando coisas boas e melhorando a condição de vida do povo.
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