Depois de comprar o enterro da segunda denúncia criminal da Procuradoria-Geral da República, Michel Temer disse que a verdade venceu. Conversa fiada. O que prevaleceu foi o fisiologismo. A verdade continua encoberta pelo véu da impunidade, que só será levantado quando Temer deixar a Presidência e for realmente processado. Até lá, Temer terá de lidar com a nova verdade que o cerca. Ele se tornou um personagem menor. Diminuiu entre uma denúncia e outra. Tem agora 251 deputados apoiadores —menos da metade da Câmara.
Considerando-se que Temer precisaria de 308 votos para aprovar na Câmara uma reforma previdenciária que sua equipe econômica considera vital, o presidente está em apuros. Sobretudo porque seu nanismo tende a aumentar à medida que se aproxima o ano eleitoral de 2018. Temer ficou parecido com a personagem de uma história do escritor Josué Guimarães —uma mulher que diminuía diariamente de tamanho.
Para evitar que a personagem percebesse o seu encolhimento, os familiares diminuíam as dimensões dos móveis. Serravam os pés das mesas e das cadeiras. Se não conseguir concluir suas reformas econômicas, Temer chegará ao final do mandato dormindo numa caixa de fósforo. Ele dirá que está tudo normal. Mas estranhará o curioso fenômeno que transformará seu filho, Michelzinho, num gigante.
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