Hoje, as religiões têm até seus próprios partidos políticos, sempre baseados em dogmas e “princípios divinos”, produzindo novos ópios para os povos. O radicalismo religioso é o fundamento “moral” do Estado Islâmico.
Na hora em que as religiões se politizam, sempre em nome de um “Deus” a que só eles têm acesso, que só eles conhecem e interpretam, vale a pena rever o que o filósofo holandês Baruch Spinoza escreveu no século XVII, usando seu racionalismo para falar, também ele, em nome de Deus.
“Para de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa. Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.
Para de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz e te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio, como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti?
Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar. Para de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Me aborrece que me louvem. Me cansa que agradeçam. Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo.
Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro de ti... aí é que estou.”
Nelson Motta
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