O progresso tecnológico, que tomou conta do mundo e, em especial, de nosso país, cuja vanguarda igualmente preocupa, parece que não deixou espaço para o desenvolvimento humano. Digo isso, leitor, mas imagino que o que digo não passa de bobagem. Esse progresso, bem utilizado, pode ser a ferramenta ideal para a construção de um mundo novo e melhor. Claro que jamais gozarei disso, mas tenho certeza de que meus filhos e netos não se espantam com o que digo.
Transcrevo aqui (mais uma vez) frase do jornalista e escritor Otto Lara Resende: “A política é a arte de enfiar a mão na merda. Os delicados pedem desculpa e se retiram (vide Milton Campos)”. Milton, destaque na galeria dos grandes mineiros, figura ímpar, foi governador de Minas, além de senador. Foi também, em 1964, ministro da Justiça do general Humberto de Alencar Castello Branco, em sua curta passagem pela Presidência da República, quando ainda não se imaginava qual seria o destino da ditadura ferreamente imposta ao povo brasileiro.
Sandra Starling, em recente artigo em O TEMPO, diante desta balbúrdia em que nos meteram, disse que busca “consolo em textos de antigos escritores, com certeza desconhecidos pelos jovens, que hoje se digladiam nas redes sociais”. Sandra se refere ao livro “À Sombra das Chuteiras Imortais”, do dramaturgo e cronista Nelson Rodrigues, preparado pelo escritor mineiro Ruy Castro. E há quem, como eu, se distraia revendo grandes filmes do faroeste norte-americano…
Que, mambembe, volta à cena com Donald Trump fazendo o papel do bandido, mas sem a presença do mocinho. O embate com Hillary Clinton atemorizou o mundo, que já sofre essa queda de braço irracional (porque radical) de esquerda e direita, que, na realidade, só tem levado mais sofrimento aos desvalidos de tudo. E é nesse exato instante que ouço do prefeito eleito Alexandre Kalil a afirmação de que veio para governar para os pobres: “Quem não quiser governar para os pobres, eu darei nomes”. Seria Kalil o mocinho que faltava aos pobres?
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