Cerca de 7,5 milhões de adultos não sabem ler e escrever no país
A Alemanha é o país dos grandes filósofos, escritores e... analfabetos. Uma
pesquisa divulgada na semana passada revela que 7,5 milhões de alemães não
sabem ler e escrever. Segundo Urda Thiessen, professora de alfabetização para
adultos entre 18 e 64 anos de idade, o sistema alemão favorece os melhores e
oferece poucas chances aos mais fracos. Quem termina o primeiro ano escolar sem
saber ler ou escrever corre o risco de ficar analfabeto para sempre.
—
No sistema de educação regular, não há nenhuma chance de recuperação desse
déficit no início do período escolar, provocado muitas vezes por doenças ou
crises familiares, como a separação dos pais — diz Thiessen.
Frequentemente,
os analfabetos têm um QI normal ou até mais alto do que a média da população.
Quer dizer, eles não deixaram de aprender a ler por falta de inteligência, mas
sim por problemas que não foram observados pelo professor.
—
Na Alemanha, há escola gratuita para todos, mas os professores da escola
primária, em classes com 30 ou mais alunos, não têm tempo para se ocupar com
alunos problemáticos — explica.
Apenas começamos a atacar o problema de frente — diz, embora a associação onde trabalha exista há mais de 20 anos.
Urda Thiessen
Leia mais Alemanha enfrenta a praga invisível do analfabetismo
E naquele país lá embaixo...
Um
relatório divulgado este ano pela Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) aponta que o Brasil aparece em 8°
lugar entre os países com maior número de analfabetos adultos. Ao todo, o
estudo avaliou a situação de 150 países.
De
acordo com a mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad),
feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2012 e
divulgada em setembro de 2013, a taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou
mais foi estimada em 8,7%, o que corresponde a 13,2 milhões de analfabetos no
país.
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