O flagrante de contato de mucosas entre as offshores panamenhas das famílias Santana e Odebrecht intermediado por um notório operador de subornos do “petrolão” conforme instruções precisas escritas de próprio punho pela sorridente senhora Santana, com pagamentos da Odebrecht para o marqueteiro de Dilma durante a campanha de Dilma, pôs munição viva na roleta russa do “caixa-2-pau-pra-toda-obra” que vem sendo jogada pelo PT e desenhou com minúcias chocantes os contornos da “Internacional Bolivarianista” que instalou uma rede de ajuda mutua de presidentes eleitos de extensa ficha policial em países diversos da África e da América Latina com o concurso de campanhas roteirizadas pelo marqueteiro de Lula e “Conselheiro nº 1 de Dilma Presidenta” pagas com “obras” bilionárias para a Odebrecht, bancadas algumas pelo BNDES, tudo isso dando vida à receita que ele tantas vezes festejou no Foro de São Paulo.
Com o país atolado na sua assumida incapacidade de formular mais que o ataque ao poder e de construir o que quer que vá além dos meios de mantê-lo, a nova coleção de provas configura o universo real do petismo no governo à imagem e semelhança do sindicalismo pelego getulista onde finca raízes no qual, uma vez tomada uma corporação numa determinada praça tudo que ha a fazer é não perder mais as “reeleições” por aclamação de eleitores expostos às pressões, violências, chantagens e reformulações da regra que garantem a quem se dispuser a praticá-las sem nenhum limite manter para sempre o livre dispor do imposto sindical correspondente.
“Governar é locupletar-se dos meios de ganhar a próxima eleição” é a única lição que se aprende nessa escola. Faz todo o sentido, portanto, que os governos do PT desdenhem completamente os profissionais do fazer mas erijam em eminências pardas todo poderosas os assessores do dizer com notória especialização em revestir superfícies podres de purpurina dourada, não importa em que latitude, não importa em que idioma.
As provas acumuladas contra os Silva, os Santana e os Odebrecht às vésperas de um momento de catarse como o do 36º aniversário do partido parecem ter precipitado manifestações descoordenadas dos setores mais “soft” e mais “hardcore” do golpismo genético no PT, o que explica o anuncio em sequência do “divórcio de Dilma” (sem separação de corpos) e início oficial da construção da grande mentira de 2018 embutido na “reafirmação” preventiva como efeito de um “programa econômico” que é a causa da desgraça profunda que o Brasil vai viver nos próximos tres anos e mais, seguido da rasteira em Jose Eduardo Cardoso, uma vez refeito o partido do susto, para por em curso mais um dos “arranjos” judiciais no figurino do Foro de São Paulo para os quais o PT se vem articulando desde o primeiro dia dos seus quatro governos, e se faz necessário nesta emergência para manter Lula vivo até o momento de protagoniza-la.
Que ninguém se impressione com a falta de sentido real das “propostas” do partido; é isso mesmo que dá sentido prático a esse angu dialético. Ao reagir a todo e qualquer fato novo com bofetadas na cara da lógica e do senso comum, o PT tem conseguido fazer com que cada bofetada nova pareça menos chocante que a anterior, o que vai dessensibilizando o ouvinte até que agredir a lógica torna-se a regra, e portanto, a lógica, e não a excessão, que é aquilo que, por inusitado, aciona nossos alarmes cognitivos. É com esse expediente que ele se tem dedicado ultimamente à empreitada de transmutar o castigo em crime e fazer da adesão ao impeachment sem o qual não sobrevive o Brasil uma espécie de “confissão de culpa” da intenção oculta não de prender os criminosos, mas de deixar vagos os seus postos na organização criminosa.
A “DR” pública do 36º aniversário do partido confirmou o que já se sabe desde o início da prova de apnéia que já vai muito além do limite do dano irreversível imposta à economia brasileira a partir da subida de Joaquim Levy ao palco: Dilma Rousseff não tem o mesmo estômago de Lula para recomendar com ar piedoso aos miseráveis que estrebucham em seus braços que tomem mais uns bons goles de veneno para se curar, mas também não tem grandeza bastante para sair de cima e deixar o país vir respirar na superfície. Ego por ego, os dois se anulam mutuamente, o que vai otimamente bem para o Brasil dos “Sem Crise” onde “demissão” é palavra fora do dicionário e aumento de salário se dá por decurso de prazo, haja o que houver com o “país real”, em que se irmanam, no mínimo na absoluta falta de pressa, situação e oposição.
Uma leitura objetiva do rame-rame e do prende-e-solta destes dois anos de enfrentamento surdo entre a trincheira solitária de Curitiba e o grande território ocupado do Judiciário de modo nenhum autoriza que se deixe de levar a sério a ameaça prometida de castrar a Polícia Federal e assumir oficialmente que nesta terra de avessos, pau que não bate em delcídio também não bate em marcelo nem, muito menos, em luis, por mais ululantes que sejam os fatos.
Só a rua salva este país. Se no próximo dia 13 o Brasil não der prova indiscutivel de apoio maciço à sua última célula saudavel, a doença terá vencido e não haverá segunda chance.
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