quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022
O genocídio negro
Será que, se fosse um branco andando e mexendo na mochila, tinham atirado no meu irmão três vezes?” Foi dessa forma que Fabiana Teófilo reagiu ao assassinato de seu irmão Durval Teófilo Filho, no dia 2 deste mês, em São Gonçalo (RJ), uma das cidades mais violentas do país. Durval tinha 38 anos, era casado e pai de uma menina de seis anos, Letícia, que tinha o hábito de esperar o pai retornar do trabalho.
Antes de trabalhar como repositor de supermercado _ o profissional que reabastece as prateleiras, à medida que estas vão sendo esvaziadas _, Durval foi letrista em plataformas da Petrobras. O pintor letrista é responsável por escrever sinalizações para orientar, por exemplo, a aproximação de barcos e helicópteros às plataformas.
Na noite fatídica, ao chegar perto do portão de entrada de seu condomínio no Colubandê, em São Gonçalo, Durval parou para buscar a chave do portão dentro da mochila. Naquele momento, foi alvejado por três tiros disparados por Aurélio Alves Bezerra, sargento da Marinha. Ele atirou de dentro de seu carro, sob a alegação de que temia ser assaltado. O militar era vizinho da vítima no condomínio.
“É mais um preto morto, e vai ficar por isso mesmo?”, questionou, indignada, Fabiana, a irmã de Teófilo. “Já passei por isso diversas vezes. [A morte de] meu pai foi assim, já tive primos que foi assim, mas, agora, de novo? Agora, não! Vou atrás de onde tiver que ir, entendeu? A justiça tem que ser feita.”
Durval se mudou com a família para o Colubandê, justamente para fugir da comunidade do Capote, um exemplo da violência em forma de guerra-civil que assola os grandes centros urbanos deste país há décadas. E a intensidade está aumentando.
Os dados oficiais de mortes violentas mostram queda no número de casos, segundo o Atlas da Violência. O problema é que a qualidade e, portanto, a credibilidade das informações, repassadas pelas secretarias estaduais de segurança pública, são hoje discutíveis, uma vez que o número de cidadãos mortos de forma violenta, mas sem causa determinada, tem crescido de maneira exponencial. Como essa estatística não entra no cômputo geral de assassinatos, criou-se a falsa impressão de que a violência está diminuindo. Em alguns Estados, o número de casos que não entram na estatística é superior ao de registro de mortes violentas com causa determinada, o que nos remete à famosa frase de Hamlet: “Há algo de podre no reino da Dinamarca”.
No fundo, do jeito que estão, as estatísticas sobre violêdncia mascaram a verdadeira dimensão da tragédia que nos leva a concluir que, no Brasil, viver não é preciso. “Vendo as câmeras, ouvindo a fala do delegado e pelo que os vizinhos estão falando, tenho certeza de que isso aconteceu porque ele é preto. Mesmo eles falando que ele era morador do condomínio, o vizinho não quis saber. Para mim, foi racismo sim”, disse Luziane, a viúva de Durval.
Ora, Durval morreu porque era negro. Quando um negro é visto nas ruas de São Paulo, por exemplo, a primeira reação dos viventes, principalmente, dos que estão devidamente acomodados dentro de seus automóveis, com as janelas e portas travadas, e com o ar condicionado ligado porque ninguém suporta o calor que faz aqui nos trópicos, é achar que se trata de um assaltante. Isso está impregnado no imaginário coletivo de uma sociedade racista desde a sua fundação.
Durval agora é parte de uma estatística macabra que, de tão comum, integra a paisagem de nossa sociedade. Em 2019 (último dado disponmível), e nos anos anteriores, do total de brasileiros que, ao longo daquele ano, saíram de casa para morrer, 77% eram negros. No gráfico, a proporção por Estado. Em Alagoas, apenas 1% dos cidadãos que sucumbiram, vítimas de morte violenta em 2019, não eram negros.
“Pelo menos desde a década de 1980, quando as taxas de homicídios começam a crescer no país, vê-se também crescer os homicídios entre a população negra, especialmente na sua parcela mais jovem. Embora o caráter racial da violência letal tenha demorado a ter presença constante nos estudos mais gerais da violência, as organizações que compõem o movimento negro há décadas tematizam essa questão, nomeando-as de diferentes modos, conforme apontado por Ramos (2021): discriminação racial (1978-1988), violência racial (1989-2006) e genocídio negro (2007-2018). Nesse sentido, a desigualdade racial se perpetua nos indicadores sociais da violência ao longo do tempo e parece não dar sinais de melhora, mesmo quando os números mais gerais melhoram”, diz o último Atlas de Violência.
Antes de trabalhar como repositor de supermercado _ o profissional que reabastece as prateleiras, à medida que estas vão sendo esvaziadas _, Durval foi letrista em plataformas da Petrobras. O pintor letrista é responsável por escrever sinalizações para orientar, por exemplo, a aproximação de barcos e helicópteros às plataformas.
Na noite fatídica, ao chegar perto do portão de entrada de seu condomínio no Colubandê, em São Gonçalo, Durval parou para buscar a chave do portão dentro da mochila. Naquele momento, foi alvejado por três tiros disparados por Aurélio Alves Bezerra, sargento da Marinha. Ele atirou de dentro de seu carro, sob a alegação de que temia ser assaltado. O militar era vizinho da vítima no condomínio.
“É mais um preto morto, e vai ficar por isso mesmo?”, questionou, indignada, Fabiana, a irmã de Teófilo. “Já passei por isso diversas vezes. [A morte de] meu pai foi assim, já tive primos que foi assim, mas, agora, de novo? Agora, não! Vou atrás de onde tiver que ir, entendeu? A justiça tem que ser feita.”
Durval se mudou com a família para o Colubandê, justamente para fugir da comunidade do Capote, um exemplo da violência em forma de guerra-civil que assola os grandes centros urbanos deste país há décadas. E a intensidade está aumentando.
Os dados oficiais de mortes violentas mostram queda no número de casos, segundo o Atlas da Violência. O problema é que a qualidade e, portanto, a credibilidade das informações, repassadas pelas secretarias estaduais de segurança pública, são hoje discutíveis, uma vez que o número de cidadãos mortos de forma violenta, mas sem causa determinada, tem crescido de maneira exponencial. Como essa estatística não entra no cômputo geral de assassinatos, criou-se a falsa impressão de que a violência está diminuindo. Em alguns Estados, o número de casos que não entram na estatística é superior ao de registro de mortes violentas com causa determinada, o que nos remete à famosa frase de Hamlet: “Há algo de podre no reino da Dinamarca”.
No fundo, do jeito que estão, as estatísticas sobre violêdncia mascaram a verdadeira dimensão da tragédia que nos leva a concluir que, no Brasil, viver não é preciso. “Vendo as câmeras, ouvindo a fala do delegado e pelo que os vizinhos estão falando, tenho certeza de que isso aconteceu porque ele é preto. Mesmo eles falando que ele era morador do condomínio, o vizinho não quis saber. Para mim, foi racismo sim”, disse Luziane, a viúva de Durval.
Ora, Durval morreu porque era negro. Quando um negro é visto nas ruas de São Paulo, por exemplo, a primeira reação dos viventes, principalmente, dos que estão devidamente acomodados dentro de seus automóveis, com as janelas e portas travadas, e com o ar condicionado ligado porque ninguém suporta o calor que faz aqui nos trópicos, é achar que se trata de um assaltante. Isso está impregnado no imaginário coletivo de uma sociedade racista desde a sua fundação.
Durval agora é parte de uma estatística macabra que, de tão comum, integra a paisagem de nossa sociedade. Em 2019 (último dado disponmível), e nos anos anteriores, do total de brasileiros que, ao longo daquele ano, saíram de casa para morrer, 77% eram negros. No gráfico, a proporção por Estado. Em Alagoas, apenas 1% dos cidadãos que sucumbiram, vítimas de morte violenta em 2019, não eram negros.
“Pelo menos desde a década de 1980, quando as taxas de homicídios começam a crescer no país, vê-se também crescer os homicídios entre a população negra, especialmente na sua parcela mais jovem. Embora o caráter racial da violência letal tenha demorado a ter presença constante nos estudos mais gerais da violência, as organizações que compõem o movimento negro há décadas tematizam essa questão, nomeando-as de diferentes modos, conforme apontado por Ramos (2021): discriminação racial (1978-1988), violência racial (1989-2006) e genocídio negro (2007-2018). Nesse sentido, a desigualdade racial se perpetua nos indicadores sociais da violência ao longo do tempo e parece não dar sinais de melhora, mesmo quando os números mais gerais melhoram”, diz o último Atlas de Violência.
Sob o Bolso-Reichnaro
Na segunda-feira, o youtuber Bruno Aiub, vulgo Monark, e o conhecido Kim Kataguiri, vulgo deputado federal (DEM-SP), defenderam o direito de existência no Brasil de um partido nazista. Na terça, um ex-BBB, vulgo comentarista político, tratou do assunto em seu canal e ergueu o braço à maneira nazista. Diante do clamor nacional, todos amarelaram. Um estava "bêbado", outro foi "mal interpretado" e o terceiro queria ser "galhofeiro". Quem não sabe beber, se expressar ou fazer galhofa não deve descer para o play. Inúmeras vozes responsáveis repudiaram as declarações. Só Jair Bolsonaro, vulgo presidente da República, não se manifestou.
Mas há mais debaixo disso do que a irresponsabilidade de três patetas. Desde 2019, em vários estados, sujeitos têm passeado em shoppings com suásticas no braço, abanado bandeiras nazistas na janela e enviado emojis referentes a Adolf Hitler. Um professor, temo que com jovens sob sua influência, decorou o fundo da piscina com uma suástica.
Há estímulos para tal. Em 2021, o secretário especial de Cultura de Bolsonaro, Roberto Alvim, citou em pronunciamento oficial uma frase de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda do Reich. Em seguida, Filipe Martins, assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, fez para milhões um gesto dos supremacistas brancos. Bolsonaro não se alterou. E nem podia porque, pouco depois, recebeu em palácio uma líder da extrema direita alemã e neta do ministro das Finanças de Hitler.
Em 2020, estimava-se em 530 o número de células nazistas no país --uma célula é um grupo de pessoas numa mesma cidade. Por quanto esse número já não terá se multiplicado pela ação de youtubers, podcasters e —perigo— influencers?
Em breve, será muito fácil calcular. Como não há mais possibilidade de um apoiador de Bolsonaro ser um democrata, as eleições dirão exatamente quantos brasileiros ergueram o braço dentro da urna.
Mas há mais debaixo disso do que a irresponsabilidade de três patetas. Desde 2019, em vários estados, sujeitos têm passeado em shoppings com suásticas no braço, abanado bandeiras nazistas na janela e enviado emojis referentes a Adolf Hitler. Um professor, temo que com jovens sob sua influência, decorou o fundo da piscina com uma suástica.
Há estímulos para tal. Em 2021, o secretário especial de Cultura de Bolsonaro, Roberto Alvim, citou em pronunciamento oficial uma frase de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda do Reich. Em seguida, Filipe Martins, assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, fez para milhões um gesto dos supremacistas brancos. Bolsonaro não se alterou. E nem podia porque, pouco depois, recebeu em palácio uma líder da extrema direita alemã e neta do ministro das Finanças de Hitler.
Em 2020, estimava-se em 530 o número de células nazistas no país --uma célula é um grupo de pessoas numa mesma cidade. Por quanto esse número já não terá se multiplicado pela ação de youtubers, podcasters e —perigo— influencers?
Em breve, será muito fácil calcular. Como não há mais possibilidade de um apoiador de Bolsonaro ser um democrata, as eleições dirão exatamente quantos brasileiros ergueram o braço dentro da urna.
Crime e castigo
Interrogado pelo comissário, jurou inocência. Inquirido pelo delegado, voltou a jurar. Não acreditaram. Foi indiciado, pronunciado, julgado, condenado. Sempre gritando que estava inocente.
No fim de cinco anos de prisão, acabou convencido de que era mesmo culpado. Pediu que o julgassem novamente, para agravamento de pena. Em vez disto, soltaram-no porque findara a pena.
Saiu confuso, já não tinha certeza se era culpado ou inocente, ou as duas coisas ao mesmo tempo. Como toda gente.
No fim de cinco anos de prisão, acabou convencido de que era mesmo culpado. Pediu que o julgassem novamente, para agravamento de pena. Em vez disto, soltaram-no porque findara a pena.
Saiu confuso, já não tinha certeza se era culpado ou inocente, ou as duas coisas ao mesmo tempo. Como toda gente.
Carlos Drummond de Andrade, "Contos plausíveis"
No gesto de Adrilles, só faltou desmunhecar como Hitler
Não consigo mais acompanhar a sucessão de comentaristas que surgem a cada ano. Adrilles Jorge: nunca tinha ouvido falar. Juro. Soube que é ex-participante do BBB (não assisto) e, até horas atrás, comentarista da Jovem Pan (não ouço rádio). Falha minha.
Eu o vi apenas fazendo a saudação nazista, após discorrer sobre as repercussões do caso Monark (que, como disse ontem, também não conhecia, até que Sergio Moro deu uma entrevista ao canal Flow). Sim, Adrilles Jorge fez uma saudação nazista, a mais informal, digamos assim, com o braço direito dobrado lateralmente em 90 graus para cima, com a mão espalmada para a frente. Só faltou dar a desmunhecada para trás de Adolf Hitler. Depois do escândalo geral, ele foi dizer que não fez a saudação nazista, apenas deu tchau. Mentira, como aquela do bolsonarista Filipe Martins, que fez um gesto supremacista no Senado. Adrilles Jorge tentou bancar o engraçado, como fica claro pelo vídeo. Ele agora será investigado pelo Ministério Público de São Paulo, visto que divulgar nazismo no Brasil é crime — e fazer gesto nazista, em especial num meio de comunicação, é divulgar nazismo, não tem jeito, mesmo que você jure ser “antinazista por natureza”, para citar o gajo.
Na sequência, chamaram a minha atenção para um tweet de Fernando Holiday, o vereador do Partido Novo. Ele saiu em defesa de Kim Kataguiri, seu ex-companheiro de MBL, que no programa de Monark disse achar um erro a criminalização do nazismo na Alemanha e, nesse contexto, afirmou que, “por mais absurdo, idiota, antidemocrático, bizarro, tosco que [seja] o [que o] sujeito defenda, isso não deve ser crime”. Olhe, Kataguiri, na Alemanha deu certo, e fez parte do programa de desnazificação do país. No seu tweet, continuando, Fernando Holiday escreveu a seguinte genialidade: “Se o defensor da descriminalização das drogas não é tratado como traficante e o defensor da descriminalização do aborto não é tratado como assassino… Por que um defensor da descriminalização do nazismo deve ser visto como nazista? Obs.: sou contra as três descriminalizações”.
Alguém precisaria dizer a Fernando Holiday que os defensores da descriminalização das drogas não obrigam ninguém a consumir drogas e depois levam o viciado à força para dentro de um forno. E que os defensores da legalização do aborto também não obrigam mulheres a abortar e, em seguida, as matam em câmaras de gás. Já quem é a favor da descriminalização do nazismo, mesmo se declarando não nazista, dá uma baita mão a quem quer instalar uma ditadura e assassinar em massa judeus, ciganos, pretos, gays e pessoas com deficiências físicas e mentais. Além de inimigos políticos, obviamente.
Se houvesse permissão para a criação de um partido nazista, seria natural que se criasse também um partido escravocrata, por exemplo. Afinal de contas, se é possível ter no programa o extermínio de judeus — o antissemitismo é indissociável do nazismo, lhe é ESSENCIAL, repito –, por que outra agremiação não poderia querer que voltássemos a ter escravidão? O mesmo vale para um eventual partido misógino, que retiraria das mulheres o direito de votar, por exemplo.
Nazismo não é ideologia. É uma construção alucinada de um psicopata. Psicopatas não podem ter partidos. Ah, mas nazistas podem manifestar-se livremente nos Estados Unidos. Danem-se os Estados Unidos. Copiemos os acertos deles, não os erros. Nesse caso, adotemos o paradoxo da tolerância, que está na boca do povo desde ontem: o de ser intolerante com os intolerantes. São as minhas considerações finais. Não voltarei ao assunto.
Nada disso tem graça.
Eu o vi apenas fazendo a saudação nazista, após discorrer sobre as repercussões do caso Monark (que, como disse ontem, também não conhecia, até que Sergio Moro deu uma entrevista ao canal Flow). Sim, Adrilles Jorge fez uma saudação nazista, a mais informal, digamos assim, com o braço direito dobrado lateralmente em 90 graus para cima, com a mão espalmada para a frente. Só faltou dar a desmunhecada para trás de Adolf Hitler. Depois do escândalo geral, ele foi dizer que não fez a saudação nazista, apenas deu tchau. Mentira, como aquela do bolsonarista Filipe Martins, que fez um gesto supremacista no Senado. Adrilles Jorge tentou bancar o engraçado, como fica claro pelo vídeo. Ele agora será investigado pelo Ministério Público de São Paulo, visto que divulgar nazismo no Brasil é crime — e fazer gesto nazista, em especial num meio de comunicação, é divulgar nazismo, não tem jeito, mesmo que você jure ser “antinazista por natureza”, para citar o gajo.
Na sequência, chamaram a minha atenção para um tweet de Fernando Holiday, o vereador do Partido Novo. Ele saiu em defesa de Kim Kataguiri, seu ex-companheiro de MBL, que no programa de Monark disse achar um erro a criminalização do nazismo na Alemanha e, nesse contexto, afirmou que, “por mais absurdo, idiota, antidemocrático, bizarro, tosco que [seja] o [que o] sujeito defenda, isso não deve ser crime”. Olhe, Kataguiri, na Alemanha deu certo, e fez parte do programa de desnazificação do país. No seu tweet, continuando, Fernando Holiday escreveu a seguinte genialidade: “Se o defensor da descriminalização das drogas não é tratado como traficante e o defensor da descriminalização do aborto não é tratado como assassino… Por que um defensor da descriminalização do nazismo deve ser visto como nazista? Obs.: sou contra as três descriminalizações”.
Alguém precisaria dizer a Fernando Holiday que os defensores da descriminalização das drogas não obrigam ninguém a consumir drogas e depois levam o viciado à força para dentro de um forno. E que os defensores da legalização do aborto também não obrigam mulheres a abortar e, em seguida, as matam em câmaras de gás. Já quem é a favor da descriminalização do nazismo, mesmo se declarando não nazista, dá uma baita mão a quem quer instalar uma ditadura e assassinar em massa judeus, ciganos, pretos, gays e pessoas com deficiências físicas e mentais. Além de inimigos políticos, obviamente.
Se houvesse permissão para a criação de um partido nazista, seria natural que se criasse também um partido escravocrata, por exemplo. Afinal de contas, se é possível ter no programa o extermínio de judeus — o antissemitismo é indissociável do nazismo, lhe é ESSENCIAL, repito –, por que outra agremiação não poderia querer que voltássemos a ter escravidão? O mesmo vale para um eventual partido misógino, que retiraria das mulheres o direito de votar, por exemplo.
Nazismo não é ideologia. É uma construção alucinada de um psicopata. Psicopatas não podem ter partidos. Ah, mas nazistas podem manifestar-se livremente nos Estados Unidos. Danem-se os Estados Unidos. Copiemos os acertos deles, não os erros. Nesse caso, adotemos o paradoxo da tolerância, que está na boca do povo desde ontem: o de ser intolerante com os intolerantes. São as minhas considerações finais. Não voltarei ao assunto.
Nada disso tem graça.
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