terça-feira, 4 de novembro de 2014
TCE-RJ faz auditoria em 91 Câmaras
O presidente do Tribunal de Contas do Estado do Rio de
Janeiro (TCE-RJ), Jonas Lopes, determinou que, após a conclusão da auditoria
destinada a examinar a legitimidade e a legalidade das despesas feitas pela
Câmara dos Vereadores de São João de Meriti com passagens aéreas, hospedagem e
traslados para a participação de 20 vereadores e dois suplentes no Curso de
Capacitação para Agentes Públicos Municipais, entre 30 de outubro e 3 de
novembro, em João Pessoa (PB), sejam realizadas inspeções especiais, com o
mesmo objetivo, nas demais
90 Câmaras de Vereadores do estado fiscalizadas pelo TCE-RJ.
Em todas as inspeções especiais que serão feitas nos 91
municípios, os auditores do TCE-RJ verificarão, além da legitimidade e
legalidade das despesas, a pertinência dos cursos de capacitação para o
exercício do mandato dos vereadores.
No primeiro levantamento relativo às investigações dos
gastos pela Câmara de São João de Meriti, os técnicos do TCE-RJ descobriram
que, nos últimos cinco anos, o órgão público gastou em torno de R$ 750 mil
somente com inscrições de vereadores em cursos de capacitação.
A apuração dos gastos municipais com cursos de capacitação
para vereadores, tanto na Câmara de São João de Meriti quanto nas outras 90,
será retroativa a 2010. Em 2009, o TCE-RJ condenou o então presidente da Câmara
de Mesquita, André Taffarel Inácio dos Santos, a pagar uma multa de 5 mil
Ufir-RJ (correspondente à época a R$ 11.376,00) e a devolver 670 mil Ufir-RJ (equivalente
a R$ 1,5 milhão) aos cofres públicos. A imputação do débito foi decidida pelo
Tribunal de Contas após a constatação de irregularidades nas despesas com um
curso para os vereadores daquele município.
Após a concessão do direito de defesa e a análise dos
recursos apresentados por André Taffarel, o TCE-RJ manteve a condenação e
encerrou o caso dia 5 de novembro de 2013, quando decidiu pela abertura de
processo especial de cobrança da dívida e o encaminhou à Procuradoria-Geral do
Estado (PGE), a quem cabe exigir do ex-presidente da Câmara de Mesquita a
devolução do dinheiro ao erário.
O risco de uma "corte bolivariana"
O Supremo Tribunal Federal corre o risco de tornar-se
uma "corte bolivariana" com a possibilidade de governos do PT terem
nomeado 10 de seus 11 membros a partir de 2016.
A afirmação é do único personagem desta conta hipotética a
não ter sido indicado pelos presidentes petistas Lula e Dilma Rousseff: o ministro
Gilmar Mendes, 58.
Indicado por Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 2002, ele
teme que, a exemplo do que ocorre na Venezuela, o STF perca o papel de
contrapeso institucional e passe a "cumprir e chancelar" vontades do
Executivo.
A expressão bolivarianismo serve para designar as políticas
intervencionistas em todas as esferas públicas preconizadas por Hugo Chávez
(1954-2013) na Venezuela e por aliados seus, como Cristina Kirchner, na
Argentina.
"Não tenho bola de cristal, é importante que [o STF] não
se converta numa corte bolivariana", disse. "Isto tem de ser avisado
e denunciado."
Sobre a eleição, Mendes fez críticas a Lula ao comentar
representação do PSDB contra o uso, na propaganda do PT, de um discurso do
petista em Belo Horizonte com ataques ao tucano Aécio Neves.
Lula questionou o que o Aécio fazia quando Dilma lutava pela
democracia e o associou ao consumo de álcool. Ao lembrar do caso, Mendes disse:
"Diante de tal absurdo, será que o autor da frase também passaria no teste
do bafômetro? Porque nós sabemos, toda Brasília sabe, eu convivi com o
presidente Lula, de que não se trata de um abstêmio", afirmou.
Lembra o filminho dos banqueiros?
Quando Neca
Setúbal defendeu a autonomia do BC, o PT crucificou Marina Silva e produziu um
filme mostrando uma família de trabalhadores de cuja mesa sumia a comida.
Segundo a
repórter Claudia Safatle, Nosso Guia fez três sugestões à doutora Dilma para o
lugar de Guido Mantega: Henrique Meirelles, Luiz Carlos Trabuco e Nelson
Barbosa, ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda. Cada um é cada um,
mas o simples fato de se colocar Meirelles na roda mostra como as campanhas
eleitorais têm uma opção preferencial pela mistificação.
Quando a
educadora Neca Setúbal defendeu a autonomia do Banco Central, o PT crucificou
Marina Silva e produziu uma peça histórica: um filmezinho mostrava uma família
de trabalhadores de cuja mesa sumia a comida, fazendo contraponto com uma
reunião de banqueiros sorridentes.
Pudera. A
família de Neca Setúbal é grande acionista do maior banco do país, o Itaú, e,
nele, seu irmão Roberto é o principal executivo.
Lula deve ter
seus motivos para sugerir o nome de Trabuco, presidente do Bradesco, que vem a
ser o segundo maior banco. É na entrada de Meirelles na lista de Nosso Guia que
a porca torce o rabo. Ex-presidente do Banco de Boston, ele dirigiu o Banco
Central de 2003 a 2010, e sua administração foi vista como um dos fatores que
mantiveram o barco petista à tona no mundo financeiro.
Neca defendeu
a autonomia do Banco Central botando a cara na vitrine. Numa conversa
protocolar com o embaixador americano Clifford Sobel, em agosto de 2006,
Meirelles fez a mesma coisa, no escurinho do cinema.
Faça o que eu digo...
Sábado de gente nas ruas contra a reeleição, e até pedindo a
saída de Dilma, deu mais ibope lá fora. Foi mais para inglês ver do que para
uso interno. A imprensa dos jornalões, em particular, preferiu passar
rapidamente sobre o assunto e, quando o fez, tratou a manifestação como “coisa
da direita”, “bando de aloprados”.
Mas o caso não foi assim tratado pelo PT. Está atento ao que
pode ser uma cópia de suas manifestações e se espalhar como epidemia. O ato
pode ser um embrião do que aconteceu em 2013 e esse é o partido que não tolera
ser contrariado. Vixe, nem pensar em copiar suas tramoias. É assim desde que
nasceu. Está sempre com a verdade como Moisés com as Tábuas da Lei. Para os
petistas, Lula também ouviu a Sarça ardente. Ai de quem diga o contrário.
Herege!
Os petistas estão colhendo o que plantaram. Não há nenhum
golpe à vista como já vislumbram do cesto da gávea instalado no Serpentário do
Ipiranga. Sabem e vão fazer disso um escarcéu. Esperem e verão Lula e seus
discípulos bradarem trovões e outros aumentativos contra o "golpismo",
que entra desde já na lista de seus amaldiçoados para jogar como confete na
galera.
Esquecem que foram os iniciadores dessa tática de tomar as
ruas contra os adversários. Antes com a militância ideológica, hoje com a
militância de aluguel. São velhos conhecidos os gritos de "Abaixo a Rede
Globo", quem se lembra, que paradoxalmente foi até muito mais petista do
que se imagina. Deu aquela mãozinha na primeira vitória e até aliviou a barra
de Dilma na última campanha. E ainda agora silencia sobre qualquer
manifestação.
Sempre se acostumaram a ser adeptos do faça o que eu digo,
mas não façam o que eu faço. Quem se atrever estará cometendo crime. E aí vem o
bato, prendo e arrebento, que sempre escondem por trás das bandeiras vermelhas.
Apenas os petistas têm direito autoral sobre os famosos
golpismos que espalharam sempre contra os governos como donos da verdade
indiscutíveis e mesmo as falsas, em que são especialistas. Vão bufar, espumar e
soltar os cachorros, que dizer, fazer o que sempre fazem. Para depois sujarem a
barra que não são de ferro, mas porcalhões.
Aquelas manifestações em São Paulo e Brasília ainda podem ter
desdobramento, mas sem dúvida que terá troco de chumbo grosso do PT, que já se
arma para a temporada.
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