quinta-feira, 19 de agosto de 2021
General, muitos não estão aqui
O general Braga Netto mentiu sobre a História do país, ao dizer que não houve ditadura no Brasil. Ontem foi a vez de o general Ramos ofender os fatos. O ministro da Defesa disse que se tivesse havido ditadura “muitos não estariam aqui”. Ele está querendo dizer que as mortes foram poucas, e isso é odioso. Mas está também usando o mesmo método identificado pela Polícia Federal nos disseminadores de fake news, que é o de dissolver a fronteira entre a mentira e a verdade. Essa técnica de Steve Banon serve para o assalto ao poder, mas tem tido também como consequência trágica a morte de centenas de milhares de brasileiros pela Covid.
Muitos não estão aqui porque foram assassinados pela ditadura que o general Braga Netto nega ter existido. Para o general Ramos, segundo disse ontem, tudo é apenas uma questão semântica. Nesse raciocínio, basta usar algum eufemismo que o problema desaparece. Generais, muitos brasileiros foram assassinados dentro de quartéis militares e por ordem de seus comandantes. Por isso não estão aqui. A técnica da negação faz vítimas ainda hoje. Milhares de vítimas desta pandemia poderiam estar aqui. Teriam sido protegidos da morte se mentiras sobre a Covid-19 e sobre as medidas de proteção, o uso de máscara, a cloroquina e as vacinas, não tivessem sido divulgadas com tanta insistência pelo presidente da República e pelos bolsonaristas.
A mentira do general Braga Netto tenta matar os fatos de ontem. As mentiras do presidente Bolsonaro e de seus apoiadores matam pessoas no presente. A mentira colocada em documento oficial pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo é uma colaboração à morte de brasileiros e um flagrante de desvio de função. Em vez de proteger a sociedade, a Procuradoria-Geral da República (PGR) nega a ciência, rasga o princípio da precaução e desmoraliza a máscara.
Lindôra Araújo tenta desmentir o que a ciência já provou. Disse que não “é possível realizar testes rigorosos” sobre a eficácia da máscara. Segundo ela, os estudos que existem são “somente observacionais e epidemiológicos”. E ela continua com seu insulto à ciência afirmando que o presidente não foi notificado de que deveria usar máscaras em eventos públicos e chega ao cúmulo de afirmar que na ocasião dos fatos Bolsonaro “não estava doente, nem apresentava sintomas de Covid-19”, como se só os pacientes devessem usar a medida de proteção. O presidente fora questionado em ação pelo seu comportamento delinquente de promover aglomerações, em geral com recursos públicos, e nelas não usar máscaras, e ainda ter tirado a proteção de duas crianças. Lindôra acha que “inexistem elementos mínimos” para uma ação contra o presidente.
A mentira é terrível. A mentira histórica dos generais, a da subprocuradora, e a dos influenciadores bolsonaristas. E é terrível porque atinge a vida e a democracia.
Quando procuram se esconder na semântica ou na falsificação histórica, os generais Braga Netto e Ramos mostram que essa geração militar é cúmplice dos que naquele tempo fecharam o Congresso, aposentaram ministros do Supremo, censuraram, torturaram e mataram. Braga Netto parecia querer se referir até aos próprios parlamentares. A fala dele na Câmara foi assim: “Se houvesse ditadura, talvez muitos dos… muitas pessoas não estariam aqui.”
Muitos não estão aqui, general Braga Netto. Stuart Angel não está aqui. Tinha 25 anos quando foi assassinado, seu corpo jamais foi entregue à família, teria hoje 75 anos. Sua mãe Zuzu também foi morta. Vladimir Herzog não viu os filhos crescerem, morreu aos 38. Rubens Paiva não esteve com a mulher Eunice na criação dos filhos. O que o general quis dizer? Que aquele horror precisava ter matado mais para que fosse chamado de ditadura? O ministro da Defesa pode gostar da ditadura, mas negar que ela existiu é mentir.
A técnica dos sites bolsonaristas é mentir também. A Polícia Federal explicou ao TSE que eles tentam “diminuir a fronteira entre o que é verdade e o que é mentira”. Usaram isso nas postagens sobre as urnas eletrônicas, nas divulgações falsas sobre a pandemia, nos ataques ao Judiciário e ao Congresso. Eles usam fragmentos de verdade para construir suas mentiras. Os bolsonaristas tentam enfraquecer a democracia e, nas fake news sobre a pandemia, atentam contra a vida humana.
Muitos não estão aqui porque foram assassinados pela ditadura que o general Braga Netto nega ter existido. Para o general Ramos, segundo disse ontem, tudo é apenas uma questão semântica. Nesse raciocínio, basta usar algum eufemismo que o problema desaparece. Generais, muitos brasileiros foram assassinados dentro de quartéis militares e por ordem de seus comandantes. Por isso não estão aqui. A técnica da negação faz vítimas ainda hoje. Milhares de vítimas desta pandemia poderiam estar aqui. Teriam sido protegidos da morte se mentiras sobre a Covid-19 e sobre as medidas de proteção, o uso de máscara, a cloroquina e as vacinas, não tivessem sido divulgadas com tanta insistência pelo presidente da República e pelos bolsonaristas.
A mentira do general Braga Netto tenta matar os fatos de ontem. As mentiras do presidente Bolsonaro e de seus apoiadores matam pessoas no presente. A mentira colocada em documento oficial pela subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo é uma colaboração à morte de brasileiros e um flagrante de desvio de função. Em vez de proteger a sociedade, a Procuradoria-Geral da República (PGR) nega a ciência, rasga o princípio da precaução e desmoraliza a máscara.
Lindôra Araújo tenta desmentir o que a ciência já provou. Disse que não “é possível realizar testes rigorosos” sobre a eficácia da máscara. Segundo ela, os estudos que existem são “somente observacionais e epidemiológicos”. E ela continua com seu insulto à ciência afirmando que o presidente não foi notificado de que deveria usar máscaras em eventos públicos e chega ao cúmulo de afirmar que na ocasião dos fatos Bolsonaro “não estava doente, nem apresentava sintomas de Covid-19”, como se só os pacientes devessem usar a medida de proteção. O presidente fora questionado em ação pelo seu comportamento delinquente de promover aglomerações, em geral com recursos públicos, e nelas não usar máscaras, e ainda ter tirado a proteção de duas crianças. Lindôra acha que “inexistem elementos mínimos” para uma ação contra o presidente.
A mentira é terrível. A mentira histórica dos generais, a da subprocuradora, e a dos influenciadores bolsonaristas. E é terrível porque atinge a vida e a democracia.
Quando procuram se esconder na semântica ou na falsificação histórica, os generais Braga Netto e Ramos mostram que essa geração militar é cúmplice dos que naquele tempo fecharam o Congresso, aposentaram ministros do Supremo, censuraram, torturaram e mataram. Braga Netto parecia querer se referir até aos próprios parlamentares. A fala dele na Câmara foi assim: “Se houvesse ditadura, talvez muitos dos… muitas pessoas não estariam aqui.”
Muitos não estão aqui, general Braga Netto. Stuart Angel não está aqui. Tinha 25 anos quando foi assassinado, seu corpo jamais foi entregue à família, teria hoje 75 anos. Sua mãe Zuzu também foi morta. Vladimir Herzog não viu os filhos crescerem, morreu aos 38. Rubens Paiva não esteve com a mulher Eunice na criação dos filhos. O que o general quis dizer? Que aquele horror precisava ter matado mais para que fosse chamado de ditadura? O ministro da Defesa pode gostar da ditadura, mas negar que ela existiu é mentir.
A técnica dos sites bolsonaristas é mentir também. A Polícia Federal explicou ao TSE que eles tentam “diminuir a fronteira entre o que é verdade e o que é mentira”. Usaram isso nas postagens sobre as urnas eletrônicas, nas divulgações falsas sobre a pandemia, nos ataques ao Judiciário e ao Congresso. Eles usam fragmentos de verdade para construir suas mentiras. Os bolsonaristas tentam enfraquecer a democracia e, nas fake news sobre a pandemia, atentam contra a vida humana.
Ossos de boi, arroz e feijão quebrado formam cardápio de um Brasil que empobrece
Em Cuiabá, a capital de Mato Grosso e do milionário agronegócio brasileiro, uma fila se forma na rua lateral do Atacadão da Carne antes das 9h desta quarta-feira. O açougue é conhecido pelo preço “mais em conta”. Mas na última semana ganhou uma involuntária fama nacional justamente por causa dessa fila, onde centenas de pessoas esperam horas debaixo do sol quente, sentados na calçada, até que uma porta lateral se abra às 11h e um funcionário comece a distribuição do que restou da desossa do boi. São, de fato, ossos com resquícios da carne vendida e que servem de uma improvisada fonte de proteína da população mais humilde. “É a maior felicidade a gente conseguir um ossinho aqui, porque está feia a crise! Eu estou desempregado e não tem para onde a gente recorrer. Faz tempo que eu não como carne, se não fosse o ossinho. Tudo está caro!”, conta Joacil Romão da Silva, de 57 anos.
A ação do açougue de Cuiabá já ocorre há mais de 10 anos. Mas, antes da pandemia, a fila reunia entre 20 e 30 pessoas, segundo Edivaldo Oliveira, de 58 anos, dono do local. “Agora, triplicou ou mais. Hoje são 200 pessoas. Estamos com dificuldade para atender e a gente está se esforçando ao máximo. Mas é muita gente mesmo”, conta. Os sinais de desarranjo estão por toda parte. Nos preços, que saltaram 15,3% entre julho de 2020 e junho 2021 somente no caso dos alimentos (IPCA). No alto desemprego, que já atinge cerca de 15 milhões de pessoas no Brasil. No aumento da população morando nas ruas e nas filas de doação de marmita vista em qualquer ponto de São Paulo.
Os supermercados já oferecem opções mais baratas inclusive para substituir o arroz e o feijão, os dois principais alimentos da dieta brasileira. Um pacote de cinco quilos de arroz ficou 48% mais caro no último ano e pode chegar a 30 reais em alguns locais. Assim, algumas marcas oferecem nos supermercados os chamados “fragmentos de arroz”, opção mais barata, por vezes usada como ração para animais. Uma das empresas que passou a oferecer é a Rampinelli, que colocou esse produto no cardápio em 2016. Os mercados também já têm disponível a “bandinha de feijão” —feijão quebrado. O preço do feijão preto subiu 22% no último ano e o pacote de um quilo chega a custar 10 reais em alguns supermercados, enquanto que as bandinhas de feijão valem metade do preço.
Ana Paula dos Anjos, de 38 anos, também busca ajuda no Atacadão da Carne. O preço do alimento subiu 38% no último ano. Além disso, ela conta que há um ano e dois meses está afastada do trabalho por causa de um acidente que sofreu na empresa. Sem assistência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e sem auxílio da empregadora, virou rotina frequentar a fila em busca de doação. “Estou me virando, passando por necessidade. Sou eu quem sustento a casa e muitas vezes deixo de comer para alimentar meus filhos. Três vezes na semana estou aqui”, conta ela, que cuida dos quatro filhos sozinha. “Meus filhos choram querendo as coisas para comer e o jeito é pedir ajuda.”
Além de recorrer ao Atacadão da Carne para a alimentação diária, Celina Mota, de 56 anos, também consegue no mercadinho do bairro legumes e frutas que não foram vendidos e seriam descartados. “Conversei com o rapaz lá e ele me arranjou essas verduras, que eu cozinho um pedaço a cada dia. Com os ossinhos vai ajudar. Dá para ir vivendo”, garante ela, que também está desempregada. É com a ajuda que recebe que ainda consegue alimentar os netos. “Eu faço ensopado, frito, corto tudinho e congelo para ir comendo durante a semana. E assim vou me virando”, complementa, mostrando tomates, banana e batata doce que conseguiu arrecadar.
O açougue não atende somente pessoas dos bairros periféricos da região. De acordo com Edvaldo Oliveira, o dono do local, já houve registro de pessoas de cidades vizinhas enfrentando a chamada “fila dos ossinhos”. “Eu vejo que a fome e a necessidade dessas pessoas são muito grandes. Para pegar uma sacolinha de um quilo ou um quilo e meio de ossinho, elas chegam antes das 9h e ficam às vezes até 13h esperando. E elas são gratas por isso, por algo que as pessoas que têm mais estabilidade não dão valor algum”, comenta. A esposa do comerciante, Samara Oliveira, de 38 anos, espera que a exposição que o açougue ganhou inspire outros empresários a serem solidários. “Não é só de carne que eles precisam, eles precisam de arroz, feijão, precisam de uma farmácia que venha aqui ajudar com remédios, de roupas. É um ‘oi, como vai, você está bem?’”, afirma.
A fila tornou-se um ícone da pobreza do Brasil de hoje e foi noticiado em todo o país. Gente, como Gustavo da Silva Costa, de 25 anos, se solidarizou e levou mais de 20 quilos de frango para doar. “É uma quantidade que, infelizmente, foi pouco devido à quantidade de pessoas aqui”, afirma. A distribuição dos frangos não demorou nem um minuto, as pessoas correram até onde o rapaz estava para receber um pacote. “Eu vi uma reportagem e decidi ajudar. Muita gente pode somar e ajudar essas pessoas, que realmente precisam. No mercado de trabalho, infelizmente, não tem mais oportunidades”, afirma o motoboy.
A ação do açougue de Cuiabá já ocorre há mais de 10 anos. Mas, antes da pandemia, a fila reunia entre 20 e 30 pessoas, segundo Edivaldo Oliveira, de 58 anos, dono do local. “Agora, triplicou ou mais. Hoje são 200 pessoas. Estamos com dificuldade para atender e a gente está se esforçando ao máximo. Mas é muita gente mesmo”, conta. Os sinais de desarranjo estão por toda parte. Nos preços, que saltaram 15,3% entre julho de 2020 e junho 2021 somente no caso dos alimentos (IPCA). No alto desemprego, que já atinge cerca de 15 milhões de pessoas no Brasil. No aumento da população morando nas ruas e nas filas de doação de marmita vista em qualquer ponto de São Paulo.
Os supermercados já oferecem opções mais baratas inclusive para substituir o arroz e o feijão, os dois principais alimentos da dieta brasileira. Um pacote de cinco quilos de arroz ficou 48% mais caro no último ano e pode chegar a 30 reais em alguns locais. Assim, algumas marcas oferecem nos supermercados os chamados “fragmentos de arroz”, opção mais barata, por vezes usada como ração para animais. Uma das empresas que passou a oferecer é a Rampinelli, que colocou esse produto no cardápio em 2016. Os mercados também já têm disponível a “bandinha de feijão” —feijão quebrado. O preço do feijão preto subiu 22% no último ano e o pacote de um quilo chega a custar 10 reais em alguns supermercados, enquanto que as bandinhas de feijão valem metade do preço.
Ana Paula dos Anjos, de 38 anos, também busca ajuda no Atacadão da Carne. O preço do alimento subiu 38% no último ano. Além disso, ela conta que há um ano e dois meses está afastada do trabalho por causa de um acidente que sofreu na empresa. Sem assistência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e sem auxílio da empregadora, virou rotina frequentar a fila em busca de doação. “Estou me virando, passando por necessidade. Sou eu quem sustento a casa e muitas vezes deixo de comer para alimentar meus filhos. Três vezes na semana estou aqui”, conta ela, que cuida dos quatro filhos sozinha. “Meus filhos choram querendo as coisas para comer e o jeito é pedir ajuda.”
Além de recorrer ao Atacadão da Carne para a alimentação diária, Celina Mota, de 56 anos, também consegue no mercadinho do bairro legumes e frutas que não foram vendidos e seriam descartados. “Conversei com o rapaz lá e ele me arranjou essas verduras, que eu cozinho um pedaço a cada dia. Com os ossinhos vai ajudar. Dá para ir vivendo”, garante ela, que também está desempregada. É com a ajuda que recebe que ainda consegue alimentar os netos. “Eu faço ensopado, frito, corto tudinho e congelo para ir comendo durante a semana. E assim vou me virando”, complementa, mostrando tomates, banana e batata doce que conseguiu arrecadar.
O açougue não atende somente pessoas dos bairros periféricos da região. De acordo com Edvaldo Oliveira, o dono do local, já houve registro de pessoas de cidades vizinhas enfrentando a chamada “fila dos ossinhos”. “Eu vejo que a fome e a necessidade dessas pessoas são muito grandes. Para pegar uma sacolinha de um quilo ou um quilo e meio de ossinho, elas chegam antes das 9h e ficam às vezes até 13h esperando. E elas são gratas por isso, por algo que as pessoas que têm mais estabilidade não dão valor algum”, comenta. A esposa do comerciante, Samara Oliveira, de 38 anos, espera que a exposição que o açougue ganhou inspire outros empresários a serem solidários. “Não é só de carne que eles precisam, eles precisam de arroz, feijão, precisam de uma farmácia que venha aqui ajudar com remédios, de roupas. É um ‘oi, como vai, você está bem?’”, afirma.
A fila tornou-se um ícone da pobreza do Brasil de hoje e foi noticiado em todo o país. Gente, como Gustavo da Silva Costa, de 25 anos, se solidarizou e levou mais de 20 quilos de frango para doar. “É uma quantidade que, infelizmente, foi pouco devido à quantidade de pessoas aqui”, afirma. A distribuição dos frangos não demorou nem um minuto, as pessoas correram até onde o rapaz estava para receber um pacote. “Eu vi uma reportagem e decidi ajudar. Muita gente pode somar e ajudar essas pessoas, que realmente precisam. No mercado de trabalho, infelizmente, não tem mais oportunidades”, afirma o motoboy.
O louco e o rei
A sociedade é como um espelho, onde as malhas do poder se refletem nas do crime: os primeiros implicam os outros, e vice-versaMichel Serres, "Notícias do Mundo"
É triste ser brasileiro hoje
Já tive orgulho de ser brasileiro e quero voltar a ter. Falo por mim mas sei que muitos concordam. Alguns emigraram e outros têm ainda mais motivos para a tristeza: não são brancos, nem saudáveis, pouco estudaram e, pior, não sabem se amanhã terão comida, muito menos diversão e arte. É bastante geral a sensação de que o Brasil caiu num fosso que se aprofunda, e nada de luz no fim do túnel! A realidade parece surreal!
Por que chegamos a esta situação? Muitos jogam a culpa em algum bode da vez: os gringos, os portugueses, os comunistas, os capitalistas, os maconheiros, os caretas, os sem terra, os com terra, …. Há até quem diga que o culpado do crime é sua vítima: o ‘povinho’ brasileiro!
Mais importante é discutir como sair dessa triste situação. Essa resposta aqueles que pretendem altos cargos na República deveriam dar. Deles, porém, nada se ouve nesse sentido: não sabem, ou não se arriscam, ou escondem suas intenções e compromissos. E nós, brasileiros e brasileiras de todas as cores, continuaremos sem motivos para ter orgulho do que deveria ser a pátria amada.
Para amá-la é necessário que ela também nos ame, que nos seja gentil, nos proteja, nos dê esperanças, cuide de nós e não nos deixe com fome de comida, de saúde, de saídas. Queremos nossos campos com mais flores e bosques com mais vida, e em nosso seio mais amores. O que se canta no hino não se vê na realidade; caso víssemos, teríamos razões para o ter orgulho do nosso país.
Às vésperas de uma eleição crucial, não parece haver um único candidato que aponte caminhos que não sejam mais do mesmo, o que dá mais medo de continuarmos sem saída e sem orgulho!
Será motivo de orgulho que nesta pátria exportadora de alimentos ainda haja tanta fome? Pode-se orgulhar de termos mais de 50 milhões de pessoas sofrendo a vida com menos de 5 dólares por dia? Pode haver orgulho em conviver com uma taxa de assassinatos tão elevada? Governo entra, governo sai, e a tristeza permanece! Nossas autoridades não se envergonham de nos envergonharem todo tempo e seguem, impávidas e impunes, corresponsáveis pela degradação da nossa vida. Como ter orgulho? Não é triste viver em tal país? Precisamos de propostas concretas. Melhor definir pequenos passos que tragam clara melhoria da qualidade de vida do que insistir na miragem do “desenvolvimento”.
Sugiro alguns desses passos: acabar com o lixo nas ruas, rios, campos e cidades, passo inicial para o ideal de lixo zero; pontualidade no transporte coletivo, ganhando os usuários mais de meia hora por dia; renda básica universal da ordem de R$ 400,00 ou R$ 500,00 mensais, financiada por uma nova estrutura tributária, mais simples e progressiva; domínio do português e da aritmética aos dez (?) anos de idade, por todos nessa faixa etária. Alcançadas essas transformações da realidade atual, em quatro anos, teremos todos razão para orgulho e para dizer: “Tristeza por favor vá embora, quero voltar àquela vida de alegria, quero de novo cantar”.
Por que chegamos a esta situação? Muitos jogam a culpa em algum bode da vez: os gringos, os portugueses, os comunistas, os capitalistas, os maconheiros, os caretas, os sem terra, os com terra, …. Há até quem diga que o culpado do crime é sua vítima: o ‘povinho’ brasileiro!
Mais importante é discutir como sair dessa triste situação. Essa resposta aqueles que pretendem altos cargos na República deveriam dar. Deles, porém, nada se ouve nesse sentido: não sabem, ou não se arriscam, ou escondem suas intenções e compromissos. E nós, brasileiros e brasileiras de todas as cores, continuaremos sem motivos para ter orgulho do que deveria ser a pátria amada.
Para amá-la é necessário que ela também nos ame, que nos seja gentil, nos proteja, nos dê esperanças, cuide de nós e não nos deixe com fome de comida, de saúde, de saídas. Queremos nossos campos com mais flores e bosques com mais vida, e em nosso seio mais amores. O que se canta no hino não se vê na realidade; caso víssemos, teríamos razões para o ter orgulho do nosso país.
Às vésperas de uma eleição crucial, não parece haver um único candidato que aponte caminhos que não sejam mais do mesmo, o que dá mais medo de continuarmos sem saída e sem orgulho!
Será motivo de orgulho que nesta pátria exportadora de alimentos ainda haja tanta fome? Pode-se orgulhar de termos mais de 50 milhões de pessoas sofrendo a vida com menos de 5 dólares por dia? Pode haver orgulho em conviver com uma taxa de assassinatos tão elevada? Governo entra, governo sai, e a tristeza permanece! Nossas autoridades não se envergonham de nos envergonharem todo tempo e seguem, impávidas e impunes, corresponsáveis pela degradação da nossa vida. Como ter orgulho? Não é triste viver em tal país? Precisamos de propostas concretas. Melhor definir pequenos passos que tragam clara melhoria da qualidade de vida do que insistir na miragem do “desenvolvimento”.
Sugiro alguns desses passos: acabar com o lixo nas ruas, rios, campos e cidades, passo inicial para o ideal de lixo zero; pontualidade no transporte coletivo, ganhando os usuários mais de meia hora por dia; renda básica universal da ordem de R$ 400,00 ou R$ 500,00 mensais, financiada por uma nova estrutura tributária, mais simples e progressiva; domínio do português e da aritmética aos dez (?) anos de idade, por todos nessa faixa etária. Alcançadas essas transformações da realidade atual, em quatro anos, teremos todos razão para orgulho e para dizer: “Tristeza por favor vá embora, quero voltar àquela vida de alegria, quero de novo cantar”.
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