quarta-feira, 27 de julho de 2022
Os cavalos no obelisco e a convenção do PL
Não sei porque, mas essa convenção do PL para indicar oficialmente o Bolsonaro como candidato a presidente da república me lembrou o episódio dos cavalos amarrados no obelisco do Rio. O obelisco não existe mais e a Revolução de 30 que colocou os holofotes sobre Getúlio Vargas hoje faz parte só dos livros de História, mas a História é sempre sábia e nos ensina muito.
Eram gaúchos, não eram cantores sertanejos, mas já eram representantes do agronegócio que como hoje vieram amarrar seus cavalos e tratores no Maracanãzinho. A Revolução de 30 c0meçou bem intencionada apesar de distante do povo, mas o projeto acabou tendo a reprovação dos quartéis e depois, a Revolução Constitucionalista, a Intentona Comunista e a Revolta Integralista enterraram os ideais e colocaram definitivamente no poder um Vargas já simpatizante dos nazistas.
Estabeleceu=se a ditadura que só acabou em 1945 com a convocação de eleições gerais. Por que me lembrei dessa história hoje? Ora, porque tem tudo a ver. Os cavalos simbólicos representados por motos, os sertanejos, as armas e esse machismo político e cultural que se estabeleceu e tenta permanecer no poder se parece muito com o machismo político daqueles anos.
Estou escrevendo antes de saber como a Convenção evoluiu, mas arrisco a adivinhação. A arrogância dos gaúchos que amarraram seus pangarés no obelisco da Cinelândia no Rio se parece muito com a violência e a prepotência dos bolsonaristas. Eles estão apavorados com a iminência da derrota nas urnas e por isso são contra, mas entram no jogo. Se fossem contra mesmo não participariam. Estão só preparando as justificativas para a tentativa de golpe que certamente organizarão na certeza da derrota.
Eles tentam impor um Brasil do agro- patrão em cima de um Brasil dos sem terra. A política naquela época era feita por uma oligarquia que passava, como todas, muito longe do povo. Hoje querem a mesma coisa em nome desse povo que eles desconhecem. A História mudou, mas certas coisas permanecem para nos ensinar. Como não existe mais obelisco nem bosta de cavalo para limpar vamos só nos livrar desse ranço e dessa cultura da morte que os bolsonaristas querem nos impor.
Chega de amarrar cavalo e boi na sombra. Vamos trabalhar para que o Brasil volte às páginas da História contando coisas boas e melhorando a condição de vida do povo.
Eram gaúchos, não eram cantores sertanejos, mas já eram representantes do agronegócio que como hoje vieram amarrar seus cavalos e tratores no Maracanãzinho. A Revolução de 30 c0meçou bem intencionada apesar de distante do povo, mas o projeto acabou tendo a reprovação dos quartéis e depois, a Revolução Constitucionalista, a Intentona Comunista e a Revolta Integralista enterraram os ideais e colocaram definitivamente no poder um Vargas já simpatizante dos nazistas.
Estabeleceu=se a ditadura que só acabou em 1945 com a convocação de eleições gerais. Por que me lembrei dessa história hoje? Ora, porque tem tudo a ver. Os cavalos simbólicos representados por motos, os sertanejos, as armas e esse machismo político e cultural que se estabeleceu e tenta permanecer no poder se parece muito com o machismo político daqueles anos.
Estou escrevendo antes de saber como a Convenção evoluiu, mas arrisco a adivinhação. A arrogância dos gaúchos que amarraram seus pangarés no obelisco da Cinelândia no Rio se parece muito com a violência e a prepotência dos bolsonaristas. Eles estão apavorados com a iminência da derrota nas urnas e por isso são contra, mas entram no jogo. Se fossem contra mesmo não participariam. Estão só preparando as justificativas para a tentativa de golpe que certamente organizarão na certeza da derrota.
Eles tentam impor um Brasil do agro- patrão em cima de um Brasil dos sem terra. A política naquela época era feita por uma oligarquia que passava, como todas, muito longe do povo. Hoje querem a mesma coisa em nome desse povo que eles desconhecem. A História mudou, mas certas coisas permanecem para nos ensinar. Como não existe mais obelisco nem bosta de cavalo para limpar vamos só nos livrar desse ranço e dessa cultura da morte que os bolsonaristas querem nos impor.
Chega de amarrar cavalo e boi na sombra. Vamos trabalhar para que o Brasil volte às páginas da História contando coisas boas e melhorando a condição de vida do povo.
Bolsonaro não trabalha
Jair Bolsonaro não trabalha. Diante de todo problema enfrentado pelo Brasil, Bolsonaro sempre escolhe a solução em que ele não precisa fazer nada.
O caso mais trágico foi o combate à pandemia. Organizar o isolamento social, como recomendava a Organização Mundial de Saúde, seria uma tarefa extraordinariamente complexa: "muito serviço", Jair pensou, e desistiu da ideia.
No início da pandemia, alguns países tentaram outras estratégias, às vezes combinadas com o isolamento, como a testagem em massa com rastreamento dos contatos dos doentes. "Eu que vou organizar a fila?", perguntou-se Jair, e também desistiu. Bolsonaro chegou a defender que só os idosos ficassem isolados, mas apressou-se em dizer que não era ele quem ajudaria aqueles velhos todos, isso era problema de cada família.
Eis que o deputado extremista Osmar Terra ofereceu a Jair a tese da "imunidade de rebanho". Ampla e irrefutavelmente refutada pelos fatos, a tese da imunidade de rebanho dizia que Bolsonaro não precisava fazer nada para combater a pandemia de Covid-19: bastava deixar o vírus circular até que os sobreviventes ficassem imunes. Bolsonaro não ouviu nada depois de "não precisa fazer nada": comprou a ideia na hora.
Notem bem: quando Bolsonaro decidiu por esse caminho, não existia vacinas. Não é que Jair tenha topado deixar morrer as 670 mil que morreram. Ele topou deixar morrer os milhões que teriam morrido se a vacina não tivesse sido inventada e se Doria não a tivesse comprado.
Solução de Bolsonaro para segurança pública? Compre você mesmo uma arma e mate você mesmo a bandidagem. Inclusive, já fique você avisado que o bandido também vai comprar arma nova. Fiscalizar quem é ou não é bandido daria trabalho, e Bolsonaro não trabalha.
Solução de Bolsonaro para crianças que ficaram sem escola na pandemia? Home schooling. Os pais que se virem para dar aulas para seus filhos. Pais pobres que não puderam estudar e não conhecem as matérias que seus filhos estudam, pais que depois do trabalho pegaram duas horas de trem e chegam cansados em casa, eles que aceitem trabalhar mais para Bolsonaro poder trabalhar menos.
Bolsonaro sempre foi um crítico dos ecologistas. Poderia, portanto, ter proposto uma reforma da legislação ambiental. Mas isso também exigiria estudos, negociações, reuniões, enfim, trabalho. Jair preferiu desmontar a fiscalização ambiental: assim, não faz diferença qual é a lei, já que ninguém vai aplicá-la, e "fiscalizar floresta" passa a ser um trabalho a menos para Bolsonaro fazer.
Não é questão de liberalismo. Implementar reformas liberais também dá trabalho, como mostra a experiência de vários governos brasileiros. Privatizar, por exemplo, exige decidir sobre o modelo de privatização, exige elaborar um quadro regulatório. Cortar impostos implica decidir que impostos serão cortados, que programas serão reduzidos após a perda de arrecadação. Isso tudo é trabalho, e trabalho Bolsonaro não quer.
Não é questão de laissez-faire, o Jair só não quer faire serviço nenhum.
Assim funcionou o Brasil nos últimos três anos e meio. Para saber que política pública seria implementada pelo governo federal, bastava descobrir qual das opções dispensava Jair Bolsonaro de sair do WhatsApp, colocar uma calça e dar expediente.
O caso mais trágico foi o combate à pandemia. Organizar o isolamento social, como recomendava a Organização Mundial de Saúde, seria uma tarefa extraordinariamente complexa: "muito serviço", Jair pensou, e desistiu da ideia.
No início da pandemia, alguns países tentaram outras estratégias, às vezes combinadas com o isolamento, como a testagem em massa com rastreamento dos contatos dos doentes. "Eu que vou organizar a fila?", perguntou-se Jair, e também desistiu. Bolsonaro chegou a defender que só os idosos ficassem isolados, mas apressou-se em dizer que não era ele quem ajudaria aqueles velhos todos, isso era problema de cada família.
Eis que o deputado extremista Osmar Terra ofereceu a Jair a tese da "imunidade de rebanho". Ampla e irrefutavelmente refutada pelos fatos, a tese da imunidade de rebanho dizia que Bolsonaro não precisava fazer nada para combater a pandemia de Covid-19: bastava deixar o vírus circular até que os sobreviventes ficassem imunes. Bolsonaro não ouviu nada depois de "não precisa fazer nada": comprou a ideia na hora.
Notem bem: quando Bolsonaro decidiu por esse caminho, não existia vacinas. Não é que Jair tenha topado deixar morrer as 670 mil que morreram. Ele topou deixar morrer os milhões que teriam morrido se a vacina não tivesse sido inventada e se Doria não a tivesse comprado.
Solução de Bolsonaro para segurança pública? Compre você mesmo uma arma e mate você mesmo a bandidagem. Inclusive, já fique você avisado que o bandido também vai comprar arma nova. Fiscalizar quem é ou não é bandido daria trabalho, e Bolsonaro não trabalha.
Solução de Bolsonaro para crianças que ficaram sem escola na pandemia? Home schooling. Os pais que se virem para dar aulas para seus filhos. Pais pobres que não puderam estudar e não conhecem as matérias que seus filhos estudam, pais que depois do trabalho pegaram duas horas de trem e chegam cansados em casa, eles que aceitem trabalhar mais para Bolsonaro poder trabalhar menos.
Bolsonaro sempre foi um crítico dos ecologistas. Poderia, portanto, ter proposto uma reforma da legislação ambiental. Mas isso também exigiria estudos, negociações, reuniões, enfim, trabalho. Jair preferiu desmontar a fiscalização ambiental: assim, não faz diferença qual é a lei, já que ninguém vai aplicá-la, e "fiscalizar floresta" passa a ser um trabalho a menos para Bolsonaro fazer.
Não é questão de liberalismo. Implementar reformas liberais também dá trabalho, como mostra a experiência de vários governos brasileiros. Privatizar, por exemplo, exige decidir sobre o modelo de privatização, exige elaborar um quadro regulatório. Cortar impostos implica decidir que impostos serão cortados, que programas serão reduzidos após a perda de arrecadação. Isso tudo é trabalho, e trabalho Bolsonaro não quer.
Não é questão de laissez-faire, o Jair só não quer faire serviço nenhum.
Assim funcionou o Brasil nos últimos três anos e meio. Para saber que política pública seria implementada pelo governo federal, bastava descobrir qual das opções dispensava Jair Bolsonaro de sair do WhatsApp, colocar uma calça e dar expediente.
Um direito de cidadania
Imaginem incluir na Constituição o seguinte artigo, aqui desprovido do juridiquês: “É direito de todos, pelo simples fato de serem cidadãos e cidadãs deste país, receber R$600,00 por mês, corrigíveis pela inflação, desde o nascimento até a morte. É o direito de cidadania”!
Como garantir e pagar esse desejável e necessário direito sem comprometer o igualmente desejável e necessário equilíbrio entre o que o Estado arrecada e o que gasta?
Com uma profunda, revolucionária, reforma tributária e das contas públicas! Não basta alterar a maneira como o estado arrecada; há que transformar também a forma como ele gasta, tantos são os descaminhos denunciados e, não obstante, mantidos!
Há estudos que mostram a viabilidade da proposta de uma renda da cidadania em valor próximo ao citado.
Implantadas tais reformas o Brasil será outro, com melhor qualidade de vida para todos, principalmente os mais carentes. Estes, tendo deixado a pobreza, impulsionarão a economia e aqueles no topo da pirâmide de renda serão beneficiados pela melhoria da qualidade de vida da maioria! A distribuição da renda no Brasil se tornará próxima à da Inglaterra! (Para mais detalhes, ver artigo de Siqueira e Nogueira no Valor Econômico de 09/04/20).
De acordo com tal estudo, “[para] os 10% mais pobres da população, a renda familiar per capita quase triplicaria, em média. Ao todo, 64% da população teria um ganho [financeiro] líquido com a reforma. As perdas líquidas, por sua vez, se concentrariam no topo da distribuição de renda. Para os 10% mais ricos, a redução média na renda [financeira] domiciliar per capita seria de 16%”. Esquema mais progressivo de tributação que o simulado pelos autores poderia reduzir essa “perda” aos 5% mais ricos, tornando essa mudança ainda mais construtiva de uma nova sociedade, menos violenta e mais solidária!
Como todos sabem, qualidade de vida envolve muito mais que renda maior! Já está amplamente demonstrado que ajudar e receber ajuda, apoiar e ser apoiado, valorizar a cooperação e não só a competição são fatores que melhoram a qualidade de vida das pessoas e devem, pois, ser aplaudidos! O debate sobre este direito de cidadania aqui mencionado poderá fortalecer atitudes que favoreçam tais práticas, com todos os seus benefícios. Promover a cooperação é um caminho que precisa ser trilhado, ainda que não seja apoiado pelas práticas políticas vigentes no Brasil.
Transformar nossas sociedades para caminhar nessa direção é essencial para nos tornarmos sustentáveis, para que nossos filhos e netos tenham menos motivos para nos condenar em razão dos desastres ambiental e societário que, sem valorizar tais práticas, lhes deixaremos. E quem quer ser condenado, ainda mais por filhos e netos?
Na disputa eleitoral em curso, seria bom se candidatos e candidatas se manifestassem sobre tal proposta, cuja necessidade e viabilidade são cada vez mais reconhecidas internacionalmente.
Como garantir e pagar esse desejável e necessário direito sem comprometer o igualmente desejável e necessário equilíbrio entre o que o Estado arrecada e o que gasta?
Com uma profunda, revolucionária, reforma tributária e das contas públicas! Não basta alterar a maneira como o estado arrecada; há que transformar também a forma como ele gasta, tantos são os descaminhos denunciados e, não obstante, mantidos!
Há estudos que mostram a viabilidade da proposta de uma renda da cidadania em valor próximo ao citado.
Implantadas tais reformas o Brasil será outro, com melhor qualidade de vida para todos, principalmente os mais carentes. Estes, tendo deixado a pobreza, impulsionarão a economia e aqueles no topo da pirâmide de renda serão beneficiados pela melhoria da qualidade de vida da maioria! A distribuição da renda no Brasil se tornará próxima à da Inglaterra! (Para mais detalhes, ver artigo de Siqueira e Nogueira no Valor Econômico de 09/04/20).
De acordo com tal estudo, “[para] os 10% mais pobres da população, a renda familiar per capita quase triplicaria, em média. Ao todo, 64% da população teria um ganho [financeiro] líquido com a reforma. As perdas líquidas, por sua vez, se concentrariam no topo da distribuição de renda. Para os 10% mais ricos, a redução média na renda [financeira] domiciliar per capita seria de 16%”. Esquema mais progressivo de tributação que o simulado pelos autores poderia reduzir essa “perda” aos 5% mais ricos, tornando essa mudança ainda mais construtiva de uma nova sociedade, menos violenta e mais solidária!
Como todos sabem, qualidade de vida envolve muito mais que renda maior! Já está amplamente demonstrado que ajudar e receber ajuda, apoiar e ser apoiado, valorizar a cooperação e não só a competição são fatores que melhoram a qualidade de vida das pessoas e devem, pois, ser aplaudidos! O debate sobre este direito de cidadania aqui mencionado poderá fortalecer atitudes que favoreçam tais práticas, com todos os seus benefícios. Promover a cooperação é um caminho que precisa ser trilhado, ainda que não seja apoiado pelas práticas políticas vigentes no Brasil.
Transformar nossas sociedades para caminhar nessa direção é essencial para nos tornarmos sustentáveis, para que nossos filhos e netos tenham menos motivos para nos condenar em razão dos desastres ambiental e societário que, sem valorizar tais práticas, lhes deixaremos. E quem quer ser condenado, ainda mais por filhos e netos?
Na disputa eleitoral em curso, seria bom se candidatos e candidatas se manifestassem sobre tal proposta, cuja necessidade e viabilidade são cada vez mais reconhecidas internacionalmente.
Governo Bolsonaro é um show de crimes
Começa assim: Bolsonaro comete um crime. Mais um. Qualquer um de seu desvairado repertório. Convocar fanáticos apoiadores para preparar um golpe no dia em que lança a candidatura à reeleição, por exemplo. Ou fazer para dezenas de embaixadores uma apresentação eivada de mentiras contra as urnas eletrônicas.
Com as proverbiais notas de repúdio, segue-se o roteiro da peça, introduzindo-se uma novidade, uma pimenta para que o espectador não durma na cadeira: a reação do governo americano elogiando nosso sistema eleitoral e as manifestações de juízes, procuradores, delegados e peritos da PF, além do protesto dos servidores da Abin, o mais surpreendente ou quem sabe o mais combinado de todos, já que a agência está sob o coturno do general Heleno, que incentiva as teses golpistas do capitão.
Quem deveria falar grosso, no entanto, se cala ou tergiversa. O procurador-geral da República, Augusto Aras, divulgou um vídeo gravado no dia 11 de julho —sete dias antes do encontro com os embaixadores— no qual diz não aceitar "alegações de fraude". Arthur Lira mostra-se mais preocupado com o destino do Arapiraca na série D do Campeonato Brasileiro. Enquanto isso, os pedidos de impeachment contra Bolsonaro — cerca de 150 — estão acumulando poeira na mesa do presidente da Câmara.
Na tática de fazer parecer que tudo está como dantes no quartel de Abrantes, o Planalto arrumou um culpado para livrar a cara do presidente. Coronel transformado em bode, Mauro Cesar Cid é o ajudante de ordens de Bolsonaro que vive grudado nele 24 horas por dia e teria organizado o espetáculo que escandalizou a opinião internacional e envergonhou os brasileiros. Cada autocracia tem o Rasputin que merece.
O show há de continuar. Não faltam pombas pintadas de verde e amarelo, novas denúncias de corrupção e o aparecimento de mais colecionadores de armas que são milicianos e traficantes de drogas.
Com as proverbiais notas de repúdio, segue-se o roteiro da peça, introduzindo-se uma novidade, uma pimenta para que o espectador não durma na cadeira: a reação do governo americano elogiando nosso sistema eleitoral e as manifestações de juízes, procuradores, delegados e peritos da PF, além do protesto dos servidores da Abin, o mais surpreendente ou quem sabe o mais combinado de todos, já que a agência está sob o coturno do general Heleno, que incentiva as teses golpistas do capitão.
Quem deveria falar grosso, no entanto, se cala ou tergiversa. O procurador-geral da República, Augusto Aras, divulgou um vídeo gravado no dia 11 de julho —sete dias antes do encontro com os embaixadores— no qual diz não aceitar "alegações de fraude". Arthur Lira mostra-se mais preocupado com o destino do Arapiraca na série D do Campeonato Brasileiro. Enquanto isso, os pedidos de impeachment contra Bolsonaro — cerca de 150 — estão acumulando poeira na mesa do presidente da Câmara.
Na tática de fazer parecer que tudo está como dantes no quartel de Abrantes, o Planalto arrumou um culpado para livrar a cara do presidente. Coronel transformado em bode, Mauro Cesar Cid é o ajudante de ordens de Bolsonaro que vive grudado nele 24 horas por dia e teria organizado o espetáculo que escandalizou a opinião internacional e envergonhou os brasileiros. Cada autocracia tem o Rasputin que merece.
O show há de continuar. Não faltam pombas pintadas de verde e amarelo, novas denúncias de corrupção e o aparecimento de mais colecionadores de armas que são milicianos e traficantes de drogas.
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