quarta-feira, 10 de agosto de 2022
País do futuro...
Com 86 anos, estou exatamente no futuro que duramente construí quando jovem. O presente promove futuros. Escolhas realizadas agora predispõem futuros. No nosso caso, um futuro glorioso aprisiona um Brasil de presentes vergonhosos.
Pois mesmo com um debate político inibido, e reacionariamente evitado, ainda ouvimos que todos os nossos problemas serão resolvidos num utópico amanhã, porque, hoje, resolvemos o meu ou (se você for dos nossos) o seu problema.
As questões mais agudas como o repensar a educação, como fez Anísio Teixeira, a gente deixa para os corajosos, os sinceros e os honestos do futuro. “No futuro tudo se resolve...” – porque, abandonando a ele as tarefas, lavamos as mãos.
O problema é que o futuro chegou com toda força, mas só agora nos damos conta que há nele um pesado passado. Um passado escravocrata, feito de uma elite traficante e de negros que eram máquinas.
Amaciamos o justo clamor do movimento negro falando que o problema é a pobreza. Mas os pobres podem melhorar de vida e nela “subir” virando ricos, como ocorre com os gloriosos atletas e artistas. Mas os pretos continuam pretos! O papel de preto não é negociável e, na maioria das circunstâncias, é agravante contra a aparência.
Ah! A famosa aparência ou o “jeito” de fulano ou sicrano que negocia a sua figura e a cor de pele. Uma razão estética que acompanha a oculta hierarquia nacional brasileira. O “jeito da pessoa” – a aparência (feio ou bonito, nervoso ou calmo...) – certamente ajuda. Nas sociedades que territorializaram etnias inventando a segregação – como demonstra claramente o caso dos EUA com seus bairros pobres de judeus, italianos, gregos, latinos e brasileiros – o “jeito” é impensável. O foco é na diferença mais expressiva e, na maioria dos casos, surgem o rosto, a cara e o cabelo, os lábios e o nariz que são inegociáveis. Por isso a negritude é um estigma que hoje, neste futuro inesperado, no qual dois candidatos esvaziam o jogo democrático debaixo de um esquemático e brasileiríssimo combate entre uma direita e uma esquerda, poucos enxergam que nenhum dos dois tem lealdade à democracia.
O futuro mágico é um mito destinado a manter o passado. É equivalente às exortações religiosas de paciência e sacrifício, porque o tempo passa e com isso as coisas mudam por si mesmas. O arianismo que iria branquear o Brasil estava no futuro. Hoje, quase na metade do século 21, nos deparamos com uma história política regressiva (e reacionária), negacionista e vazia de programas. Um aqui e agora marcado pelo “salva-se quem puder”. É esse o Brasil do futuro que minha geração esperava?
Pois mesmo com um debate político inibido, e reacionariamente evitado, ainda ouvimos que todos os nossos problemas serão resolvidos num utópico amanhã, porque, hoje, resolvemos o meu ou (se você for dos nossos) o seu problema.
As questões mais agudas como o repensar a educação, como fez Anísio Teixeira, a gente deixa para os corajosos, os sinceros e os honestos do futuro. “No futuro tudo se resolve...” – porque, abandonando a ele as tarefas, lavamos as mãos.
O problema é que o futuro chegou com toda força, mas só agora nos damos conta que há nele um pesado passado. Um passado escravocrata, feito de uma elite traficante e de negros que eram máquinas.
Amaciamos o justo clamor do movimento negro falando que o problema é a pobreza. Mas os pobres podem melhorar de vida e nela “subir” virando ricos, como ocorre com os gloriosos atletas e artistas. Mas os pretos continuam pretos! O papel de preto não é negociável e, na maioria das circunstâncias, é agravante contra a aparência.
Ah! A famosa aparência ou o “jeito” de fulano ou sicrano que negocia a sua figura e a cor de pele. Uma razão estética que acompanha a oculta hierarquia nacional brasileira. O “jeito da pessoa” – a aparência (feio ou bonito, nervoso ou calmo...) – certamente ajuda. Nas sociedades que territorializaram etnias inventando a segregação – como demonstra claramente o caso dos EUA com seus bairros pobres de judeus, italianos, gregos, latinos e brasileiros – o “jeito” é impensável. O foco é na diferença mais expressiva e, na maioria dos casos, surgem o rosto, a cara e o cabelo, os lábios e o nariz que são inegociáveis. Por isso a negritude é um estigma que hoje, neste futuro inesperado, no qual dois candidatos esvaziam o jogo democrático debaixo de um esquemático e brasileiríssimo combate entre uma direita e uma esquerda, poucos enxergam que nenhum dos dois tem lealdade à democracia.
O futuro mágico é um mito destinado a manter o passado. É equivalente às exortações religiosas de paciência e sacrifício, porque o tempo passa e com isso as coisas mudam por si mesmas. O arianismo que iria branquear o Brasil estava no futuro. Hoje, quase na metade do século 21, nos deparamos com uma história política regressiva (e reacionária), negacionista e vazia de programas. Um aqui e agora marcado pelo “salva-se quem puder”. É esse o Brasil do futuro que minha geração esperava?
Drama dos famintos serve para 'purificar' Bolsonaro perante os eleitores evangélicos
Na recente Marcha para Jesus em São Paulo, Bolsonaro fez uma fala sobre o cenário econômico atual e o que ele espera dos evangélicos. Ele disse: “Problemas todos nós temos; os materiais são passageiros. Os espirituais deveriam nos preocupar, sim”.
Trata-se de um princípio da pregação do cristianismo que baseia a purificação humana no sacrifício do indivíduo. Quanto maior o sofrimento, mais puro o cristão. Na maior abnegação, mais possibilidade de agradar a Deus.
Trata-se de um princípio da pregação do cristianismo que baseia a purificação humana no sacrifício do indivíduo. Quanto maior o sofrimento, mais puro o cristão. Na maior abnegação, mais possibilidade de agradar a Deus.
O pensamento não é novo. É possível identificá-lo em vários momentos da História como forma de dominar o povo.
Ao usar este artifício, Bolsonaro tenta fazer o povo se ater nos fatores aparentemente espirituais e banaliza problemas práticos do dia-a-dia. Fome e desemprego remetem às coisas materiais e assim poderiam ser de menor importância, afinal, o evangelho é renúncia. Quem valoriza mais o alimento do que as coisas espirituais, estaria errado. É um materialista.
No momento em que a situação econômica leva o Brasil para o mapa da fome novamente, dizer a um pobre cristão que a comida é menos importante e que ele obterá mais valor espiritual se abdicar disso é a arma perfeita para controlar o grito por comida pela própria sobrevivência. É o jejum da população mais pobre para purificar a alma dos mais ricos.
Bolsonaro mexe com o sentimento mais profundo dos cristãos mais simples mas ele mesmo não almeja fazer sacrifício material por ninguém. Continua gastando dinheiro público indiscriminadamente, queimando litros de gasolina em motociatas enquanto o povo faminto luta para conseguir manter-se de pé, sem forças para caminhar.
As lideranças religiosas omitem propositalmente o valor que o próprio Jesus deu para a alimentação. Jesus jamais chamou comida de “coisas materiais” mas condenou o amor ao dinheiro.
Um dos milagres que Jesus fez mais de uma vez foi alimentar multidões. Além disso a bíblia está repleta de milagres relacionados ao alimento, resultantes da compaixão de Deus pelo povo faminto.
O discurso bolsonarista mantém o povo evangélico preso pela espiritualização falsa das pautas morais, pelas quais valeria a pena qualquer sacrifício mas a cada dia que passa fica mais difícil manter a atenção dos fiéis visto que na hora de orar, o prato está vazio na mesa.
Evangélicos estão colocados de forma cruel diante de um dilema: comida na mesa para viver aqui na terra ou a purificação para entrar no céu?
Andressa Oliveira, integrante da coordenação estadual do Movimento Negro Evangélico no Rio de Janeiro
Ao usar este artifício, Bolsonaro tenta fazer o povo se ater nos fatores aparentemente espirituais e banaliza problemas práticos do dia-a-dia. Fome e desemprego remetem às coisas materiais e assim poderiam ser de menor importância, afinal, o evangelho é renúncia. Quem valoriza mais o alimento do que as coisas espirituais, estaria errado. É um materialista.
No momento em que a situação econômica leva o Brasil para o mapa da fome novamente, dizer a um pobre cristão que a comida é menos importante e que ele obterá mais valor espiritual se abdicar disso é a arma perfeita para controlar o grito por comida pela própria sobrevivência. É o jejum da população mais pobre para purificar a alma dos mais ricos.
Bolsonaro mexe com o sentimento mais profundo dos cristãos mais simples mas ele mesmo não almeja fazer sacrifício material por ninguém. Continua gastando dinheiro público indiscriminadamente, queimando litros de gasolina em motociatas enquanto o povo faminto luta para conseguir manter-se de pé, sem forças para caminhar.
As lideranças religiosas omitem propositalmente o valor que o próprio Jesus deu para a alimentação. Jesus jamais chamou comida de “coisas materiais” mas condenou o amor ao dinheiro.
Um dos milagres que Jesus fez mais de uma vez foi alimentar multidões. Além disso a bíblia está repleta de milagres relacionados ao alimento, resultantes da compaixão de Deus pelo povo faminto.
O discurso bolsonarista mantém o povo evangélico preso pela espiritualização falsa das pautas morais, pelas quais valeria a pena qualquer sacrifício mas a cada dia que passa fica mais difícil manter a atenção dos fiéis visto que na hora de orar, o prato está vazio na mesa.
Evangélicos estão colocados de forma cruel diante de um dilema: comida na mesa para viver aqui na terra ou a purificação para entrar no céu?
Andressa Oliveira, integrante da coordenação estadual do Movimento Negro Evangélico no Rio de Janeiro
Tiro, facada e porrada
Sem tempo de respirar entre uma e outra das muitas mortes sem causa, no modo bangue-bangue, segue o Brasil. Aqui, civis têm mais e melhores armas do que as PMs todas.
Em São Paulo, no fim de semana, tiro na cabeça matou o campeão mundial de Jiu-jitsu, Leandro Lo, 33 anos. Estava em um clube. Assistia a um show.
O assassino? O tenente PM Henrique Otávio Velozo, 30 anos de vida, já condenado por agressão e desacato a um colega de farda – em 2017. Também numa casa noturna. Um dia, mataria.
Motivo para o assassinato do lutador? Precisa?
Houve discussão envolvendo uma garrafa de cerveja. Aconteceu troca de socos, o PM acabou imobilizado pelo lutador. Perdedor no embate físico, Velozo sacou a arma e atirou na cabeça de Leandro. Encerrou com chutes no corpo – caído e quase sem vida – de Leandro. Finalizou.
Foi embora. Como se tivesse esmagado um inseto.
No domingo, 7, em Belford Roxo, RJ, Edson Romário Figueiredo de Souza, 29 anos, separou briga do amigo Gabriel Fonseca, de 24 anos, com outras pessoas. Participavam de um evento. Ao saírem, Edson e Gabriel foram perseguidos pelos agressores e baleados. Edson morreu no local.
Quanto vale a vida de um brasileiro hoje?
No final dos anos noventa, entrevistei um matador do interior da Piauí. Profissional, tinha tabela de preços por trabalho. Morte de figurões – advogados, prefeitos e delegados – era o serviço mais caro.
Não me lembro dos valores exatos, mas não passavam de 10 mil. Um “troco” nos dias de hoje.
Os segundos na tabela de preços eram vereadores e radialistas. Morte de padre tinha preço sujeito a consulta.
Debochado e/ou para me assustar, fez questão de mencionar que o menor preço era “pra estrebuchar mulher”. Fazia até por menos de mil reais.
“Se a causa da encomenda for chifre rasteiro ou topete, faço até de graça. Só por diária da tocaia e da fuga”, detalhou.
“Chifre rasteiro” definia como traição ao marido com “qualquer pé de chinelo”. “Topete”, traduziu, era “enfrentação do macho”. Coisa de mulher causadeira, queixo duro com marido, pai ou patrão.
Se ainda vivo, o matador do Piauí – dos preços módicos – deve estar na fila do Auxílio Brasil.
No Brasil de hoje, mata-se sem intermediários. Nem causa. Rememorando linguagem antiga, mata-se pra desopilar o fígado. Por desfastio, por irritação momentânea. Por qualquer coisa.
Topetudas ou não, causadeiras ou não, mulheres seguem sendo carne barata no mercado da morte brasileiro. Morrem como formigas. Majoritariamente pelas mãos (e/ou pés) de alguém que um dia amaram.
A cada sete horas, acontece um feminicídio no Brasil – por bala, faca, porrada ou fogo. Não há dia sem manchetes sobre feminicídios. O que a lei define como assassinato de mulheres cometido em razão de gênero. Simplificando, foi morta por ser mulher. Talvez topetuda.
Em 2021, 56.090 mulheres foram mortas por serem mulheres.
Aqui e agora, violência e mortes não têm nada a ver com polarização política-ideológica. Crescem e resultam da fomentação ao desprezo e ao ódio pelo desigual.
Mulheres são a maioria dos desiguais. “Enfrentadeiras”, que ousam dizer não. Como se seu direito de dizer algum não fosse igual a todos os muitos direitos dos machos? Pela ousadia, morrem mais.
No Brasil, cada vez mais armado e violento, viver é negócio muito perigoso.
Num domingo de sol, mãe e filho, de mãos dadas, têm desejo de atravessar a rua e ir molhar os pés no mar. Há tempo e espaço para a travessia. Eles só não contam que lá vem uma motocicleta, pilotada por um jovem, louro e belo, de 25 anos.
A velocidade da moto é de 150 km/h. O belo louro Bruno Krupp nem tem habilitação para pilotar motos. Mas já tem no currículo de vida vários casos de estupro. Não respeita mulheres. Não aceita não. Um dia, mataria.
Bum! Lá se vai a vida do menino, João Gabriel, de 14 anos que, ali, só desejava por o pé na areia, apreciar o mar.
O assassino do campeão de jiu-jitsu, tenente PM, que não respeitava os colegas de farda, respeitaria outro qualquer?
Um dia mataria. Assim, por nada. Matou.
Os assassinos de Edson, lá em Belford Roxo, armados, iam deixar pra lá alguém que, de alguma forma, os irritou?
Mataram.
Violência é sempre resposta de quem não tem razão – na causa. Nem têm a humana capacidade de raciocinar, apreender e compreender.
A polarização mais perigosa que vivemos está entre os que têm capacidade de raciocinar, apreender e compreender para julgar e os que não alcançam essa capacidade – esses, armados e/ou motorizados, matam. Com tiro, faca, porrada. Ou moto.
Em São Paulo, no fim de semana, tiro na cabeça matou o campeão mundial de Jiu-jitsu, Leandro Lo, 33 anos. Estava em um clube. Assistia a um show.
O assassino? O tenente PM Henrique Otávio Velozo, 30 anos de vida, já condenado por agressão e desacato a um colega de farda – em 2017. Também numa casa noturna. Um dia, mataria.
Motivo para o assassinato do lutador? Precisa?
Houve discussão envolvendo uma garrafa de cerveja. Aconteceu troca de socos, o PM acabou imobilizado pelo lutador. Perdedor no embate físico, Velozo sacou a arma e atirou na cabeça de Leandro. Encerrou com chutes no corpo – caído e quase sem vida – de Leandro. Finalizou.
Foi embora. Como se tivesse esmagado um inseto.
No domingo, 7, em Belford Roxo, RJ, Edson Romário Figueiredo de Souza, 29 anos, separou briga do amigo Gabriel Fonseca, de 24 anos, com outras pessoas. Participavam de um evento. Ao saírem, Edson e Gabriel foram perseguidos pelos agressores e baleados. Edson morreu no local.
Quanto vale a vida de um brasileiro hoje?
No final dos anos noventa, entrevistei um matador do interior da Piauí. Profissional, tinha tabela de preços por trabalho. Morte de figurões – advogados, prefeitos e delegados – era o serviço mais caro.
Não me lembro dos valores exatos, mas não passavam de 10 mil. Um “troco” nos dias de hoje.
Os segundos na tabela de preços eram vereadores e radialistas. Morte de padre tinha preço sujeito a consulta.
Debochado e/ou para me assustar, fez questão de mencionar que o menor preço era “pra estrebuchar mulher”. Fazia até por menos de mil reais.
“Se a causa da encomenda for chifre rasteiro ou topete, faço até de graça. Só por diária da tocaia e da fuga”, detalhou.
“Chifre rasteiro” definia como traição ao marido com “qualquer pé de chinelo”. “Topete”, traduziu, era “enfrentação do macho”. Coisa de mulher causadeira, queixo duro com marido, pai ou patrão.
Se ainda vivo, o matador do Piauí – dos preços módicos – deve estar na fila do Auxílio Brasil.
No Brasil de hoje, mata-se sem intermediários. Nem causa. Rememorando linguagem antiga, mata-se pra desopilar o fígado. Por desfastio, por irritação momentânea. Por qualquer coisa.
Topetudas ou não, causadeiras ou não, mulheres seguem sendo carne barata no mercado da morte brasileiro. Morrem como formigas. Majoritariamente pelas mãos (e/ou pés) de alguém que um dia amaram.
A cada sete horas, acontece um feminicídio no Brasil – por bala, faca, porrada ou fogo. Não há dia sem manchetes sobre feminicídios. O que a lei define como assassinato de mulheres cometido em razão de gênero. Simplificando, foi morta por ser mulher. Talvez topetuda.
Em 2021, 56.090 mulheres foram mortas por serem mulheres.
Aqui e agora, violência e mortes não têm nada a ver com polarização política-ideológica. Crescem e resultam da fomentação ao desprezo e ao ódio pelo desigual.
Mulheres são a maioria dos desiguais. “Enfrentadeiras”, que ousam dizer não. Como se seu direito de dizer algum não fosse igual a todos os muitos direitos dos machos? Pela ousadia, morrem mais.
No Brasil, cada vez mais armado e violento, viver é negócio muito perigoso.
Num domingo de sol, mãe e filho, de mãos dadas, têm desejo de atravessar a rua e ir molhar os pés no mar. Há tempo e espaço para a travessia. Eles só não contam que lá vem uma motocicleta, pilotada por um jovem, louro e belo, de 25 anos.
A velocidade da moto é de 150 km/h. O belo louro Bruno Krupp nem tem habilitação para pilotar motos. Mas já tem no currículo de vida vários casos de estupro. Não respeita mulheres. Não aceita não. Um dia, mataria.
Bum! Lá se vai a vida do menino, João Gabriel, de 14 anos que, ali, só desejava por o pé na areia, apreciar o mar.
O assassino do campeão de jiu-jitsu, tenente PM, que não respeitava os colegas de farda, respeitaria outro qualquer?
Um dia mataria. Assim, por nada. Matou.
Os assassinos de Edson, lá em Belford Roxo, armados, iam deixar pra lá alguém que, de alguma forma, os irritou?
Mataram.
Violência é sempre resposta de quem não tem razão – na causa. Nem têm a humana capacidade de raciocinar, apreender e compreender.
A polarização mais perigosa que vivemos está entre os que têm capacidade de raciocinar, apreender e compreender para julgar e os que não alcançam essa capacidade – esses, armados e/ou motorizados, matam. Com tiro, faca, porrada. Ou moto.
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