quarta-feira, 9 de abril de 2014

Pedra tumular

Lápide adequadíssima para políticos e assemelhados

Estado bandido

A mídia há muito tempo publica nas páginas de política o que nada mais são do que assuntos de polícia. Não há dia sem que um crime, registrado em código civil, e às vezes no penal ou no eleitoral, não seja noticiado em página errada. Hoje se espremer essa página sai sangue do povo de tanta criminalidade dos governos e casas legislativas, às escancaras, sem uma punição para os envolvidos à vista ou a prazo.
O país vive na promiscuidade política, num limbo de prostituição de instituições, com o único objetivo de se manter o poder. É inadmissível que um vice-líder do Congresso, que afrontou a Presidência do mais alto tribunal do país, admita com a maior tranqüilidade – um pequeno “equívoco” - uma conivência de anos com um doleiro, preso e envolvido em uma série de escândalos. Mais ainda, teria planejado com o criminoso um plano para se locupletar com dinheiro público da Saúde, feudo do partido do governo que vai dar um candidato à Prefeitura mais rica do país.
Por falar em prisão, também não se admite que haja regalias a presos, só pelo fato de serem ligados ao partido do governo. Tudo isso sem lembrar o maior escândalo que explodiu neste início de semana com a revelação de que a empresa responsável pela refinaria Passadena, a refinaria do bilhão, tenha contribuído com R$ 1 milhão para a campanha da candidata Didi e ainda dado uns trocados ao partido do governo.
O país vivencia o toma lá dá cá com total falta de escrúpulos se é que alguma vez na vida os envolvidos tiveram algum. O povo assiste de arquibancada ao grande espetáculo de roubalheira, conchavos, maracutaias, armações, articulações escusas, joguinhos de camaradagem, que vai minando o Estado.
Os negócios, envolvendo rombos bilionários para o país, em proveito de uma comissãozinha para os integrantes de poder demonstram que já não estamos num Estado de Direito. Fomos levados de roldão para um estado promíscuo de vale-tudo pelo poder que garanta aos mesmos bandidos manterem-se nos cargos para outras e talvez maiores negociatas, que engordem bolsos próprios e assegurem o continuísmo. Se mascara de democracia um sistema que é descaradamente uma ditadurazinha de partido, ou de aliados políticos, que loteia ministérios, governos e empresas a bem da sua manutenção no trono, com uma comissão por fora. 
Sem um basta para esse quadro de convivência liberalíssima e alegre entre poderosos eleitos ou indicados e a bandidagem, vai-se continuar vivendo num Estado de barbárie política, que vão chamar de democracia quando não passa de criminalidade pública.