Dá mesmo o que pensar o êxodo haitiano do Acre. O governador
petista, aproveitando a desgraça da cheia, humanitariamente, resolveu oferecer
melhor destino aos refugiados. E escolheu logo São Paulo, maior capital do
país, com grande oferta de empregos. Pergunta-se porque a escolha daquela
cidade e não de enviar gente para outras também capacitadas a receber
refugiados?
O gesto pareceria despercebido se não fosse a estranha
coincidência de que com a enxurrada de refugiados se criaria um problemão para
o governo paulista, adversário, e daria chance para que o candidato petista,
envolvido em suspeita de transação mal resolvida, pudesse deslanchar e aparecer
como salvador dos haitianos. Seria assim um defensor intransigente dos direitos
humanos como é o governo federal, que vem empurrando o problema com a barriga.
Mais um caso de direitos humanos que passa longe de qualquer tratamento pelos
petistas, que criam um rosário de cargos e funções no setor, mas tudo de
fachada.
Como o governo acreano não recebeu qualquer apoio federal,
do próprio partido - a presidência levou mais de 40 dias para visitar o local
da calamidade -, parece ter decidido em causa própria ajudar o companheiro na
candidatura próxima. Nada melhor para um defensor dos direitos humanos do que
despachar gente como gado para criar um abacaxi de presente aos paulistas. Com
a bomba na mão, o candidato Alkmim se veria enredado em resolver o problema
para não ficar com a pecha de um governante mal qualificado ao dar soluções
humanitárias.
A solução acreana é digna de página maquiavélica como só é
capaz a mente petista do qualquer crime por um governo.