terça-feira, 8 de março de 2016
A quem interessa tocar fogo nas ruas
Lembra-se das manifestações de junho de 2013 que irromperam de repente na maioria dos Estados para surpresa do governo, dos partidos políticos e dos chamados movimentos sociais?
Aquele foi um movimento sem um comando formal e reconhecido. E foi pacífico até que a polícia do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) começou a reprimi-lo de maneira estúpida.
A violência policial atraiu a violência dos 'black blocs', os desordeiros mascarados que depredavam tudo o que havia de pouco sólido à sua frente, de preferência agências bancárias.
Aos poucos, o movimento murchou até desaparecer porque os milhões de pessoas atraídas por ele preferiram ficar em casa. O medo esvaziou as ruas. E o governo central respirou aliviado.
Naquela época, ouvi do prefeito de uma das maiores capitais do país que o poder fora salvo pela ação dos desordeiros. Nem a presidente, nem os governadores, nem os prefeitos sabiam como lidar com aquela situação.
Os ‘black blocs’ sumiram assustados. O país foi palco outra vez de gigantescas manifestações contra o governo da presidente Dilma marcadas por um pacifismo capaz de assombrar positivamente o mundo.
O medo deu lugar à alegria de quem podia protestar em paz, na companhia de familiares e amigos. Em São Paulo, crianças fizeram questão de ser fotografadas ao lado de policiais armados, mas bem comportados.
Espera-se que esse clima de alegria cívica se repita nas manifestações marcadas para o próximo domingo, dia 13. Mas para isso é preciso que o governo garanta o direito à reunião e à livre expressão do pensamento.
Não basta que o PT se apresse a negar sua intenção de investir no confronto, desvinculando-se, assim, do que possa acontecer. São seus aliados que acenam com atos paralelos possíveis de provocar a desordem.
Desde que Lula foi conduzido para depor à Lava-Jato na última sexta-feira, a temperatura política do país só faz subir por obra e graça dos que apostam no pior. Há radicais por toda parte, de todos os lados.
Mas, no momento, os mais ostensivos, os que admitem sentir na boca o gosto de sangue são aqueles que ouviram o PT afirmar que está em curso uma tentativa de golpe contra a democracia.
A democracia nada tem a ver com um Lula suspeito por crimes e às voltas com a polícia e a Justiça. Nem com uma Dilma paralisada por sua própria incompetência. Ela funciona apesar de um e de outro.
A conjugação de tantas crises, e o sofrimento por elas imposto aos brasileiros, estão longe de ameaçar a democracia tão duramente reconquistada depois de 21 anos de ditadura militar.
Sempre haverá em um regime de liberdade os que defendem a supressão da própria liberdade. Mas mesmos esses têm o direito de fazê-lo desde que respeitem o previsto nas leis.
Debite-se, desde já, na conta do governo e dos que só apreciam a democracia quando ela os favorece, o que possa resultar de trágico das manifestações do dia 13.
Aquele foi um movimento sem um comando formal e reconhecido. E foi pacífico até que a polícia do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) começou a reprimi-lo de maneira estúpida.
A violência policial atraiu a violência dos 'black blocs', os desordeiros mascarados que depredavam tudo o que havia de pouco sólido à sua frente, de preferência agências bancárias.
Naquela época, ouvi do prefeito de uma das maiores capitais do país que o poder fora salvo pela ação dos desordeiros. Nem a presidente, nem os governadores, nem os prefeitos sabiam como lidar com aquela situação.
Os ‘black blocs’ sumiram assustados. O país foi palco outra vez de gigantescas manifestações contra o governo da presidente Dilma marcadas por um pacifismo capaz de assombrar positivamente o mundo.
O medo deu lugar à alegria de quem podia protestar em paz, na companhia de familiares e amigos. Em São Paulo, crianças fizeram questão de ser fotografadas ao lado de policiais armados, mas bem comportados.
Espera-se que esse clima de alegria cívica se repita nas manifestações marcadas para o próximo domingo, dia 13. Mas para isso é preciso que o governo garanta o direito à reunião e à livre expressão do pensamento.
Não basta que o PT se apresse a negar sua intenção de investir no confronto, desvinculando-se, assim, do que possa acontecer. São seus aliados que acenam com atos paralelos possíveis de provocar a desordem.
Desde que Lula foi conduzido para depor à Lava-Jato na última sexta-feira, a temperatura política do país só faz subir por obra e graça dos que apostam no pior. Há radicais por toda parte, de todos os lados.
Mas, no momento, os mais ostensivos, os que admitem sentir na boca o gosto de sangue são aqueles que ouviram o PT afirmar que está em curso uma tentativa de golpe contra a democracia.
A democracia nada tem a ver com um Lula suspeito por crimes e às voltas com a polícia e a Justiça. Nem com uma Dilma paralisada por sua própria incompetência. Ela funciona apesar de um e de outro.
A conjugação de tantas crises, e o sofrimento por elas imposto aos brasileiros, estão longe de ameaçar a democracia tão duramente reconquistada depois de 21 anos de ditadura militar.
Sempre haverá em um regime de liberdade os que defendem a supressão da própria liberdade. Mas mesmos esses têm o direito de fazê-lo desde que respeitem o previsto nas leis.
Debite-se, desde já, na conta do governo e dos que só apreciam a democracia quando ela os favorece, o que possa resultar de trágico das manifestações do dia 13.
A Lava Jato e pessoas comuns
Desacreditar investigações sobre corrupção e apontar possíveis golpes da elite contra líderes populares sempre foi uma tática utilizada por partidos de esquerda na América LatinaNo dia 17 de junho de 2009, em viagem ao Cazaquistão, Luiz Inácio Lula da Silva , presidente na época, saiu em defesa de um colega político, então alvo de denúncias de irregularidades. Lula, que no período alcançava um dos mais altos índices de popularidade registrados por políticos em todo o mundo, falava sobre José Sarney (PMDB), outro ex-presidente brasileiro e, naquele momento, presidente do Senado – acusado de nomear parentes usando atos legislativos secretos.
Disse Lula: "Eu sempre fico preocupado quando começa no Brasil esse processo de denúncias, porque ele não tem fim e depois não acontece nada (...) Sarney tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum."
Ao dizer que Sarney não poderia ser tratado como uma “pessoa comum” Lula deixou transparecer sua visão sobre democracia e o Estado de Direito: algumas pessoas são diferentes de outras. Na semana passada, foi Lula quem entrou no alvo de suspeitas de ilegalidades. Ele e sua família foram os principais alvos da Alethea, uma das fases da Operação Lava Jato, considerada uma das maiores investigações de corrupção no Brasil. O nome vem do grego para “a busca da verdade”.
Após ser obrigado a depor, Lula voltou ao seu lugar predileto – o palanque político – para criticar os responsáveis pela investigação. Os investigadores, em contrapartida, disseram que ninguém está acima da lei. A cortina de fumaça do discurso político colocado pelo ex-presidente esconde, de fato, que faltam esclarecimentos do político sobre propriedades e pagamentos de grandes empreiteiras não declarados.
Desacreditar investigações sobre corrupção e apontar possíveis golpes da elite contra líderes populares sempre foi uma tática utilizada por partidos de esquerda na América Latina. Líderes populistas costumam dividir o mundo entre uma elite golpista e líderes populares que, por serem verdadeiros representantes do povo, deveriam ter carta branca. Um desvio de conduta seria aceitável para aqueles que são a verdadeira cara da nação e do povo. É a insistência pela predominância do discurso raso e de senso comum do nós contra eles.
A tática costuma dar certo apenas quando as investigações e acusações contra esses líderes não são consideradas confiáveis pela maior parte da população. Nesse sentido, o grau de profundidade e a clareza das acusações são essenciais para colar nos líderes políticos. Essa transmissão das informações com clareza é fundamental para transformar casos de corrupção em punição pela sociedade civil de políticos apanhados em atos ilícitos.
Quando essas informações são críveis e claras, especialmente a população mais pobre do Brasil e da América Latina passam a punir os políticos pelo voto, como mostram estudos recentes feitos por diferentes acadêmicos. A ideia de que os latino-americanos aceitam corrupção quando estão sendo beneficiados pelo Governo parece não ser suportada por evidências empíricas. Na verdade, a diferença está no grau de confiabilidade e na clareza das informações produzidas.
As investigações sobre o ex-presidente Lula ainda estão em andamento, mas muito do que foi tornado público até o momento mostra que Lula não consegue explicar a origem de bens e pagamentos feitas a ele por empreiteiras investigadas na Lava Jato. Numa verdadeira democracia é preciso investigar com rigor essas acusações, ao mesmo tempo em que o direito de defesa é garantido.
Porém, a população tem o direito de receber a maior quantidade de informações possíveis para formar o seu próprio juízo. Nas últimas semanas o que se tem visto é um ataque cada vez maior à imprensa – o que já chegou a ataques físicos nas ruas. Ao mesmo tempo, sites que receberam dinheiro desviado do próprio esquema da Petrobras fazem campanhas difamatórias contra jornalistas e os responsáveis pelas investigações da Lava Jato.
Em 2005, no auge do esquema do mensalão, pelo menos dois terços da população acreditava que o então presidente Lula não poderia ser responsabilizado por aquele caso (por isso mesmo a ideia de um impeachment não decolou). Em 2016, a situação é a inversa: a maior parte da população responsabiliza diretamente a presidente Dilma Rousseff pelos casos revelados e as informações reveladas pela Lava Jato também são consideradas críveis em relação ao ex-presidente Lula.
Não se trata, portanto, de golpe contra a democracia. Um país será democrático quando suas eleições forem livres e houver competição eleitoral, com espaço para a oposição. Quando esquemas bilionários de corrupção desequilibram a competição eleitoral, isso afeta a qualidade democrática de um país.
A teoria de que as revelações sobre esses grandes esquemas devem ser confiáveis e que, só assim, a população passará a punir políticos corruptos coloca incentivos para que as investigações sejam feitas com cuidados técnicos e com parcimônia. Ao mesmo tempo, pressionam políticos a pesarem com mais cuidado a decisão de se envolver em atos corruptos.
O Estado de Direito está presente quando todos os cidadãos são iguais perante a lei, que é aplicada de forma justa e consistente por todo o Judiciário. Essas leis devem ser claras, publicamente conhecidas, universais, estáveis e não retroativas. Daqui para a frente, o Brasil pode demonstrar que não existem pessoas especiais.
Fernando Mello/Bárbara Lobato
O poste destituído e o caudilho sujo que berra palavrões
Éramos 3% de brasileiros já indignados na aurora nefasta do lulopetismo. Pensei nisso ao ver o vídeo de Jandira Feghali que, desfazendo involuntariamente a farsa do líder calmo, flagra Lula excretando num telefonema para presidente, interlocutora à altura da linguagem e da moral de sarjeta, onde o pessoal da Lava Jato deveria enfiar “esse processo todo”. O insulto à nação, chocante por não surpreender, confirma a substância repulsiva de que é feito o homenzinho cujo projeto mafioso desgraçou o país e me fez lembrar que Dilma poderia dar outro destino ao retrato de Hugo Chávez que a ajuda a enfear o Palácio do Planalto.
Éramos uns gatos que pingavam aqui e ali dançando a música lúcida da indignação e fomos julgados insanos pelos 90 e tanto por cento que não a ouviam. Isso é Nietzsche? Não sei. É sonho, essa coisa que abre caminho para a realidade. Nossa lucidez acusada de tudo sempre soube que ganhos materiais obtidos no primeiro mandato lulopetista, por mais duradouros ou amplos que fossem sem nunca terem sido, não compensavam a lapidação do patrimônio moral da nação. Sobretudo, nossa lucidez não desistiu de sonhar em livrar o país da criatura que, degradando de modo insuportável o exercício do cargo, aprofunda a participação do governo na defesa de Lula e comparsas.
Assim, declarar “injusta a condução coercitiva” decidida por um juiz amparado na lei já seria um vergonhoso conflito institucional para qualquer governante com vergonha na cara e sem culpa no esbulho que a Lava Jato apura. Como lhe falta aquela e lhe sobra esta, o poste, sempre de costas para a nação, mantém o Estado à disposição das deformidades morais do PT, dos cúmplices e do dono de todos eles. Por exemplo, a medida provisória da leniência tramada entre o governo e a Procuradoria-Geral da República, impedindo criminosamente o TCU de acompanhar os processos respectivos, é a tentativa de subornar com a salvação os empreiteiros bandidos.
Contra a vigarice, o deputado Raul Jungmann (PPS-PE) entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade. O deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) conseguiu a liminar suspendendo a posse do Ministro ilegal da Justiça. A oposição oficial se mobiliza pelo 13 de março. Ações que indicam que ela parece ter perdido o medinho de se unir à nação que presta depois de 14 anos acovardada diante de um caudilho sujo que berra palavrões. É que às vezes é preciso andar muito para alcançar o que está perto (José Saramago).
Isso não importa agora, pois na porção degradada em bolivarianismo da América Latina, o atraso começa a ceder na Venezuela; na Bolívia, a população desautorizou Evo Moralez a se candidatar pela – meu Deus! – quarta vez; na Argentina, Macri restaura a sanidade e, num ato de simbologia eloquente, devolve a beleza à linda Casa Rosada ao remover o retrato de Hugo Chávez. Dilma Rousseff, destituída de podre ou renunciando de podre, que leve consigo a tranqueira similar que ganhou porque o tempo dos facínoras chega ao fim. Se não souber onde colocar a prenda medonha, veja o vídeo e inspire-se: presenteie Feghali.
Éramos uns gatos que pingavam aqui e ali dançando a música lúcida da indignação e fomos julgados insanos pelos 90 e tanto por cento que não a ouviam. Isso é Nietzsche? Não sei. É sonho, essa coisa que abre caminho para a realidade. Nossa lucidez acusada de tudo sempre soube que ganhos materiais obtidos no primeiro mandato lulopetista, por mais duradouros ou amplos que fossem sem nunca terem sido, não compensavam a lapidação do patrimônio moral da nação. Sobretudo, nossa lucidez não desistiu de sonhar em livrar o país da criatura que, degradando de modo insuportável o exercício do cargo, aprofunda a participação do governo na defesa de Lula e comparsas.
Assim, declarar “injusta a condução coercitiva” decidida por um juiz amparado na lei já seria um vergonhoso conflito institucional para qualquer governante com vergonha na cara e sem culpa no esbulho que a Lava Jato apura. Como lhe falta aquela e lhe sobra esta, o poste, sempre de costas para a nação, mantém o Estado à disposição das deformidades morais do PT, dos cúmplices e do dono de todos eles. Por exemplo, a medida provisória da leniência tramada entre o governo e a Procuradoria-Geral da República, impedindo criminosamente o TCU de acompanhar os processos respectivos, é a tentativa de subornar com a salvação os empreiteiros bandidos.
Contra a vigarice, o deputado Raul Jungmann (PPS-PE) entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade. O deputado Pauderney Avelino (DEM-AM) conseguiu a liminar suspendendo a posse do Ministro ilegal da Justiça. A oposição oficial se mobiliza pelo 13 de março. Ações que indicam que ela parece ter perdido o medinho de se unir à nação que presta depois de 14 anos acovardada diante de um caudilho sujo que berra palavrões. É que às vezes é preciso andar muito para alcançar o que está perto (José Saramago).
Isso não importa agora, pois na porção degradada em bolivarianismo da América Latina, o atraso começa a ceder na Venezuela; na Bolívia, a população desautorizou Evo Moralez a se candidatar pela – meu Deus! – quarta vez; na Argentina, Macri restaura a sanidade e, num ato de simbologia eloquente, devolve a beleza à linda Casa Rosada ao remover o retrato de Hugo Chávez. Dilma Rousseff, destituída de podre ou renunciando de podre, que leve consigo a tranqueira similar que ganhou porque o tempo dos facínoras chega ao fim. Se não souber onde colocar a prenda medonha, veja o vídeo e inspire-se: presenteie Feghali.
A língua da jararaca
O que eu insisto em registrar aqui são o “código”, os “mantras”, os “cacarejos” que essa gente usa sem cerimônia para nos intimidar. Parece que falam outra língua e administram outro país. E na verdade é isso mesmo. Eles falam é para a militância. Não querem nos explicar o que fizeram; querem nos intimidar por tê-lo feito. São chefes de quadrilha.
Enquanto o Brasil definha no niilismo político, a “república das bananas” não cabe nos contêineres onde foi escondida. São caixas e caixas de “produto do roubo”, meus caros. Pacotes e pacotes de grana traficada em cuecas com estrelinhas. Descobrir que lulão é uma espécie bem peculiar de Tio Patinhas – o original, pelo menos, era só um desenho – não deixa de ter um lado trágico e irônico nessa história toda.
É a lamentável história do Brasil, escrita debaixo das “começões da verdade” e dos “marcos civis da internet”. Jack Sparrow perde para essa horda de bucaneiros que se apoderou de Brasília, singrando os mares da indecência para chegar até lá. É impressionante o que a Polícia Federal está nos mostrando ao vivo e em todas as suas cores sórdidas. Creio que Jandirona, a Fegalinha, nos brindou com uma das mais cruas demonstrações do embuste que já vi na vida.
Insisto nessa parte do episódio de “house of the calhords” porque ela desnuda a farsa em que essa gente viceja. A comunistona em botão avisando à claque de famélicos que “sua santidade está bem, está calma” enquanto ele vocifera com uma “suposta” – eu adoro essa palavra – Dilma de chefe, mandando o juíz enfiar o processo no lugar onde ele perdeu o mindinho não tem preço.
Aliás, não teria preço se não fosse tão caro. Pagar por este circo para que as hienas – nem leão este circo tem – fiquem intimidando a sociedade que lhes paga os proventos realmente beira o patético. Esperar um gesto que seja de grandeza de um simulacro de presidente, uma cretina fundamental soldada numa ideologia que não para em pé é esperar demais de cérebros tão baldios.
Que os grandes empresários deste país percebam de uma vez por todas que, como está posto, a cadeira presidencial só serve para eleger com o fígado um bucaneiro qualquer que vai apelar para o proselitismo barato, o mutirão de catarata e as intermináveis políticas compensatórias para pesar no bolso dos pagantes, no lugar de presidir um país absolutamente comum, com demandas absolutamente comuns, de uma democracia que insiste em continuar nascendo.
Tudo o que eu quero de volta é a minha liberdade, sumariamente confiscada no episódio ainda não esclarecido de uma Smartmatic abolivarianada, que só teve espaço para agir porque a oposição só finge que existe. Fala sério. O canal de notícias da platinada nos mostrou estes dias que os maiores críticos de tudo isso que aí está, para eles, foram o Gabeira e o Roberto Freire.
Nada contra ambos, que até fizeram muito bem seus papéis diante das câmeras. Mas tudo contra a ideologia rampeira que se apoderou do canal sem a menor cerimônia, para tentar nos fazer acreditar que, no Brasil, o contrário de esquerda também é esquerda. Faltou entrevistar a Mercedez Sôfrega e a Bruxa de Bleargh, com comentários exclusivos da Glória de Pires. Um espanto.
Enquanto o Brasil definha no niilismo político, a “república das bananas” não cabe nos contêineres onde foi escondida. São caixas e caixas de “produto do roubo”, meus caros. Pacotes e pacotes de grana traficada em cuecas com estrelinhas. Descobrir que lulão é uma espécie bem peculiar de Tio Patinhas – o original, pelo menos, era só um desenho – não deixa de ter um lado trágico e irônico nessa história toda.
É a lamentável história do Brasil, escrita debaixo das “começões da verdade” e dos “marcos civis da internet”. Jack Sparrow perde para essa horda de bucaneiros que se apoderou de Brasília, singrando os mares da indecência para chegar até lá. É impressionante o que a Polícia Federal está nos mostrando ao vivo e em todas as suas cores sórdidas. Creio que Jandirona, a Fegalinha, nos brindou com uma das mais cruas demonstrações do embuste que já vi na vida.
Insisto nessa parte do episódio de “house of the calhords” porque ela desnuda a farsa em que essa gente viceja. A comunistona em botão avisando à claque de famélicos que “sua santidade está bem, está calma” enquanto ele vocifera com uma “suposta” – eu adoro essa palavra – Dilma de chefe, mandando o juíz enfiar o processo no lugar onde ele perdeu o mindinho não tem preço.
Aliás, não teria preço se não fosse tão caro. Pagar por este circo para que as hienas – nem leão este circo tem – fiquem intimidando a sociedade que lhes paga os proventos realmente beira o patético. Esperar um gesto que seja de grandeza de um simulacro de presidente, uma cretina fundamental soldada numa ideologia que não para em pé é esperar demais de cérebros tão baldios.
Que os grandes empresários deste país percebam de uma vez por todas que, como está posto, a cadeira presidencial só serve para eleger com o fígado um bucaneiro qualquer que vai apelar para o proselitismo barato, o mutirão de catarata e as intermináveis políticas compensatórias para pesar no bolso dos pagantes, no lugar de presidir um país absolutamente comum, com demandas absolutamente comuns, de uma democracia que insiste em continuar nascendo.
Tudo o que eu quero de volta é a minha liberdade, sumariamente confiscada no episódio ainda não esclarecido de uma Smartmatic abolivarianada, que só teve espaço para agir porque a oposição só finge que existe. Fala sério. O canal de notícias da platinada nos mostrou estes dias que os maiores críticos de tudo isso que aí está, para eles, foram o Gabeira e o Roberto Freire.
Nada contra ambos, que até fizeram muito bem seus papéis diante das câmeras. Mas tudo contra a ideologia rampeira que se apoderou do canal sem a menor cerimônia, para tentar nos fazer acreditar que, no Brasil, o contrário de esquerda também é esquerda. Faltou entrevistar a Mercedez Sôfrega e a Bruxa de Bleargh, com comentários exclusivos da Glória de Pires. Um espanto.
Pureza pura
Eis o petismo na sua forma mais pura: ameaça, mas reivindica o estatuto de oprimido; intimida os que pensam de modo diferente, mas fala em nome da pluralidade; pede justiça, desde que esta atinja apenas seus adversários.
Reinaldo Azevedo
De Mao a Piau
Sábado reúne-se a direção do PMDB, em São Paulo, com o partido dividido. Metade defendendo o rompimento com o governo Dilma. A outra metade, apoiando. Domingo, nas principais capitais, inclusive as associações populares, organiza-se movimento popular contra o governo.
A presidente Dilma tem quatro dias para virar o jogo, de preferência rezando pela continuidade da chuva. Não que se a maioria da população, debaixo o sol, dedique-se a ampla manifestação contra o governo, aliás, o mais provável na dependência de São Pedro. O mundo não acabará, muito menos o Brasil. Mas será triste para o palácio do Planalto, especialmente agora que o ex-presidente Lula anda em queda livre.
A situação anda de mal a pior, para os detentores do poder. Como na China de algumas décadas atrás, quando ia de Mao a Piau.Ganhou o primeiro, até com o sacrifício do segundo. Aqui, duas figuras fundamentais embaralham a equação: o vice-presidente Michel Temer procura situar-se no meio da confusão que divide seu partido, ainda que se poupando. Caso o governo Dilma não resista ao retorno do impeachment, que ressurge de forma avassaladora, o vice espera salvar-se. Tem condições, aliás, como também poderá naufragar junto com a titular, se o Tribunal Superior Eleitoral assim entender.
O problema é que o governo passa apertado, sob o risco de desaparecer por haver outra figura capaz de salvá-lo ou levá-lo para as profundezas: o Lula. Jamais o primeiro companheiro andou tão mal. As acusações que explodem sobre ele, implicando-o com as tramoias do lava jato, desequilibram sua postura. Nem será preciso repeti-las, do triplex ao sítio, das palestras às ligações com as empreiteiras e à propinas postas em dúvida.
Haverá que aguardar até a próxima segunda-feira, sem que nenhum dos três personagens tenha certeza de nada.
A estrada que não vai
Um feliz brasileiro decidiu conhecer Portugal. Alugou um carro e foi conhecer aquele magnífico interior. Perdeu-se quando deveria estar naquela noite para a volta. Estacionou na beira de estrada e perguntou a um plácido camponês: “Esta estrada vai para Lisboa?” “Não vai não senhor!”
Nosso patrício sofredor seguiu adiante, mas poucos metros depois de uma curva deparou-se com uma placa: “Lisboa, vinte quilômetros.”
Irritado, deu marcha a ré e cobrou do camponês, que respondeu^
“Quem vai para Lisboa é o senhor. A estrada fica aqui...
Sair às ruas, entrar para a história
O PT nunca viveu momento tão desesperador. As explosivas revelações dadelação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e a Polícia Federal batendo à porta de Lula foram os mais duros reveses que o partido sofreu em sua história. As manifestações pró-impeachment marcadas para o dia 13 de março, alimentadas pelo momento político e pela crise econômica, têm tudo para ser maiores do que os protestos do ano passado.
É a tempestade perfeita. A maior dificuldade que movimentos como o MBL, do qual faço parte, tinham para mobilizar a população desapareceu na última semana.
A insatisfação da maioria esmagadora da população com o governo Dilma já estava consolidada por causa do desastre econômico de 2015 e das revelações da Operação Lava Jato. O problema é que essa insatisfação estava se tornando desesperança.
A sociedade não tinha perspectivas de mudança no cenário político. Com os acontecimentos recentes, o impeachment voltou a ser o rito necessário, sem o qual o país não se reconcilia com o seu futuro. Além disso, é uma clara vitória para as instituições o fato de que Lula, finalmente, não está acima da lei.
A delação de Delcídio amarrou alguns fios que pareciam soltos no petrolão. Era o que faltava para que parlamentares, empresários e setores organizados da sociedade civil descessem do muro. O impeachment não é "a" solução. Mas não há solução sem impeachment.
Para Lula, as revelações, somadas à mais recente fase da Operação Lava Jato, foram ainda mais destrutivas. No caso do mais ilustre de todos os petistas, não há precedente que sirva de comparação. Nossa democracia já viu um presidente passar por um processo de impeachment, mas nunca viu um ex-líder de tal envergadura ser tão humilhado por suas próprias escolhas.
O fato é que agora temos a oportunidade de fazer ruir o império da quadrilha que transformou o Estado brasileiro numa máquina de financiamento de um projeto de poder. Apesar da militância inflamada, o PT nunca esteve tão fraco.
As ameaças seguem o padrão conhecido: "Vamos colocar o exército do Stedile nas ruas!"; "Pegaremos em armas para defender o governo se preciso for!"; "O enfrentamento vai ser nas ruas!"...
Essa linguagem de resistência, hoje em dia, não passa de um teatrinho encenado por grupelhos que se transformaram em repartições da burocracia petista, alimentados com dinheiro público. MST, UNE, CUT e MTST são apenas siglas que contam a história da impostura. Quem sabe, fora do poder, consigam encontrar um pouco de dignidade ao menos, já que não há milagre que possa lhes corrigir a pauta deformada.
Temos de resgatar aquilo que o petismo nos roubou. E não me refiro apenas aos bilhões de reais subtraídos do Estado. Falo das nossas instituições e da integridade da nossa democracia.
Há mais de uma década, vivemos sob a ditadura da propina. Os Três Poderes perderam sua independência. A República tornou-se propriedade de um partido político. Quando os petistas dizem que não inventaram a corrupção, falam uma verdade ao menos. O que não admitem é o fato de que o partido é o único que, além de saquear os cofres públicos, saqueia as instituições democráticas.
Dia 13 de março estarei nas ruas para tomar de volta aquilo que me foi roubado. Espero que você, caro leitor, esteja também. O lema escolhido para as manifestações, "Ou você vai, ou ela fica", não é uma mera frase de efeito. Tampouco é mera dramatização da realidade. Trata-se da constatação de um fato.
O governo Dilma é um dragão muito ferido, mas ainda é um dragão. Se não aproveitarmos o momento para aniquilá-lo, segundo os instrumentos que a democracia oferece, continuará a cuspir fogo nas instituições, mesmo agonizante. Quanto mais destruição causar, mais difícil será a reconstrução.
Governos não caem de podre mesmo quando podres. Dilma ainda está com a caneta na mão. Cabe a nós ir para a rua no dia 13 de março e escrever um futuro diferente com a tinta que resta.
Dilma grudou os problemas de Lula no Planalto
Dilma Rousseff tem um curioso senso de oportunidade. Afastava-se de Lula e do petismo sob o argumento de que precisava governar para todos os brasileiros. Absteve-se até de comparecer à festa de aniversário do PT. Ficou em cima do muro até a última hora. Quando não teve mais jeito, saltou para o lado errado. Grudou o drama político-judicial de Lula no casco do Palácio do Planalto, hoje reduzido à condição de sede de um governo à deriva.
Na última sexta-feira, em manifestação lida diante dos repórteres, Dilma disse ter ficado “indignada” com o fato de Lula ter prestado depoimento sob os rigores da condução coercitiva. Mas a menção a Lula soou protocolar num discurso 99% dedicado a rebater as acusações feitas pelo delator Delcídio Amaral contra a própria presidente.
Na sequência, Dilma voltou a criticar, num encontro com governadores, o tratamento “desrespeitoso” dedicado a Lula. Em pleno gabinete presidencial, ouviu o que não queria: “Entendo que não houve desrespeito, presidente. Ninguém está acima da lei”, disse o governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB).
No sábado, Dilma voou de Brasília até São Bernardo, para abraçar o problema. Ao lado de Lula e da ex-primeira-dama Marisa Letícia, a presidente da República acenou para um grupo de devotos que cultuava o ex-mito defronte do seu prédio. A oposição pedirá o ressarcimento das despesas dessa viagem, espetada num Tesouro Nacional em petição de miséria.
Nesta segunda-feira, Dilma agarrou-se novamente à figura de Lula numa cerimônia oficial de entrega de casas populares na cidade gaúcha de Caxias do Sul. Dessa vez, além de se queixar do método escolhido para interrogar seu criador —“sob vara”—, a presidente acusou a oposição de “dividir o país.” Apagou da memória o bordão criado por Lula: “Nós contra eles.” E desconsiderou as evidências de que a oposição, meio tonta, só conseguiu dividir a si mesma.
Dilma se apega à forma do depoimento de Lula sem atentar para o conteúdo. Sitiado por inquéritos, o personagem não consegue levar à balança da Justiça meio quilo de explicações. Ao enganchar o governo nas interrogações que rodeiam seu padrinho, a presidente empurra a encrenca para dentro do Planalto, autoconvertendo-se em parte do problema.
Errar é humano. Mas escolher o erro cuidadosamente, homenagear o erro em reuniões fechadas, meter-se em aviões e helicópteros para ir ao encontro do erro, posar para as câmeras ao lado do erro e render-se ao erro em discursos oficiais, só mesmo Dilma Rousseff, uma presidente fascinada pelo erro.
Na última sexta-feira, em manifestação lida diante dos repórteres, Dilma disse ter ficado “indignada” com o fato de Lula ter prestado depoimento sob os rigores da condução coercitiva. Mas a menção a Lula soou protocolar num discurso 99% dedicado a rebater as acusações feitas pelo delator Delcídio Amaral contra a própria presidente.
Na sequência, Dilma voltou a criticar, num encontro com governadores, o tratamento “desrespeitoso” dedicado a Lula. Em pleno gabinete presidencial, ouviu o que não queria: “Entendo que não houve desrespeito, presidente. Ninguém está acima da lei”, disse o governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB).
No sábado, Dilma voou de Brasília até São Bernardo, para abraçar o problema. Ao lado de Lula e da ex-primeira-dama Marisa Letícia, a presidente da República acenou para um grupo de devotos que cultuava o ex-mito defronte do seu prédio. A oposição pedirá o ressarcimento das despesas dessa viagem, espetada num Tesouro Nacional em petição de miséria.
Nesta segunda-feira, Dilma agarrou-se novamente à figura de Lula numa cerimônia oficial de entrega de casas populares na cidade gaúcha de Caxias do Sul. Dessa vez, além de se queixar do método escolhido para interrogar seu criador —“sob vara”—, a presidente acusou a oposição de “dividir o país.” Apagou da memória o bordão criado por Lula: “Nós contra eles.” E desconsiderou as evidências de que a oposição, meio tonta, só conseguiu dividir a si mesma.
Dilma se apega à forma do depoimento de Lula sem atentar para o conteúdo. Sitiado por inquéritos, o personagem não consegue levar à balança da Justiça meio quilo de explicações. Ao enganchar o governo nas interrogações que rodeiam seu padrinho, a presidente empurra a encrenca para dentro do Planalto, autoconvertendo-se em parte do problema.
Errar é humano. Mas escolher o erro cuidadosamente, homenagear o erro em reuniões fechadas, meter-se em aviões e helicópteros para ir ao encontro do erro, posar para as câmeras ao lado do erro e render-se ao erro em discursos oficiais, só mesmo Dilma Rousseff, uma presidente fascinada pelo erro.
A falta que faz!
De Dostoievski para Lula
A tarefa de fazer com que muitos creiam não é apenas missão religiosa. É, também, essência da política como arte de conquistar apoios para alcançar e manter o poder. Há sistemas políticos nos quais as pessoas creem em partidos e suas ideias, visões de mundo, perspectivas históricas, valores e em como isso se projeta nos anos por vir. E há sistemas, como o nosso presidencialismo, em que a crença dos eleitores recai sobre as pessoas dos candidatos. É fácil compreender que isso nos faz mais vulneráveis à mentira como forma de angariar apoios. Quanto mais ingênuo o eleitor, quanto mais carente do benefício pessoal que lhe possa advir do poder público, mais sensível ele se torna a mentiras e mistificações. Nas nossas disputas políticas, a verdade é mais inoportuna do que a mentira.
Em "Irmãos Karamazov", Dostoievski ensina: "O homem que mente para si mesmo e escuta as próprias mentiras chega a um ponto em que não pode distinguir a verdade e a mentira dentro de si ou ao redor de si, e assim perde todo o respeito por si mesmo e pelos outros".
Após seu depoimento nas instalações da PF em Congonhas, durante a entrevista que virou discurso, o ex-presidente era imagem viva e falante do desastre exposto por Dostoievski. Lula apelou para todo o seu repertório de artimanhas. Quero destacar a que é mais repetida, ao longo dessa infinita série de escândalos. Segundo o governo, a promissora condução petista dos negócios nacionais seria antagonizada por uma elite que não tolera a prosperidade dos mais pobres.
Lula, Dilma, o governo e seus partidos prestariam enorme serviço à saúde pública se apontassem quais brasileiros desejam que os pobres continuem pobres e morram na miséria. Essas pessoas, certamente pouquíssimas caso existam, deveriam ser identificadas e tratadas porque portadoras de um desejo anormal, desumano e masoquista. Ninguém mentalmente sadio quer viver sitiado pela miséria e suas vexatórias consequências que o governo sequer minimamente conseguiu abrandar.
A esse respeito, o senso comum grita contra a algaravia de Lula: nada é tão honestamente benéfico ao bem de cada um do que o bem de todos! Nada é mais conveniente à prosperidade de cada um do que a prosperidade de todos! São dois axiomas que dispensam provas. Eis por que o desastre ético e técnico da gestão petista nos leva a sonhar com educação promovendo o desenvolvimento das potencialidades da juventude, população ativa ganhando a vida e gerando riqueza, produção, consumo, empregos, PIB crescendo, inflação caindo e as pessoas podendo cuidar bem de si mesmas. Quem não quiser isso é doido. E quem acusa 90% da população ser contra isso é o quê, Dostoievski?
Percival Puggina
Em "Irmãos Karamazov", Dostoievski ensina: "O homem que mente para si mesmo e escuta as próprias mentiras chega a um ponto em que não pode distinguir a verdade e a mentira dentro de si ou ao redor de si, e assim perde todo o respeito por si mesmo e pelos outros".
Lula, Dilma, o governo e seus partidos prestariam enorme serviço à saúde pública se apontassem quais brasileiros desejam que os pobres continuem pobres e morram na miséria. Essas pessoas, certamente pouquíssimas caso existam, deveriam ser identificadas e tratadas porque portadoras de um desejo anormal, desumano e masoquista. Ninguém mentalmente sadio quer viver sitiado pela miséria e suas vexatórias consequências que o governo sequer minimamente conseguiu abrandar.
A esse respeito, o senso comum grita contra a algaravia de Lula: nada é tão honestamente benéfico ao bem de cada um do que o bem de todos! Nada é mais conveniente à prosperidade de cada um do que a prosperidade de todos! São dois axiomas que dispensam provas. Eis por que o desastre ético e técnico da gestão petista nos leva a sonhar com educação promovendo o desenvolvimento das potencialidades da juventude, população ativa ganhando a vida e gerando riqueza, produção, consumo, empregos, PIB crescendo, inflação caindo e as pessoas podendo cuidar bem de si mesmas. Quem não quiser isso é doido. E quem acusa 90% da população ser contra isso é o quê, Dostoievski?
Percival Puggina
'Presidanta' do caos
O desastre do Brasil tem nome, que é o mesmo do acirramento da polarização política: Dilma Rousseff.
Uma semana depois de proclamar-se presidente de 204 milhões de brasileiros, Dilma agora se torna defensora pública de Lula. Mentiu mais uma vez. Tomou para si o cargo por sua condição de eleita nos votos em detrimento daqueles milhões de quem se diz presidente.
“O presidente Lula, justiça seja feita, nunca se julgou melhor do que ninguém, sempre aceitou, convidado para prestar depoimento sempre foi. Então, não tem o menor sentido conduzi-lo sob vara para prestar depoimento se ele jamais se recusou a ir”, proclamou em discurso em Caxias do Sul.
Dilma se acha em condições de condenar as ações do Judiciário para angariar maior proteção na blindagem a seu cargo. A ex-guerrilheira, mulher de esquerda, que se diz tão politizada, deveria saber que não pode colocar a estabilização democrática em risco só para garantir sua manutenção, sob vara, no trono.
O discurso não é de uma presidente, que deveria pedir serenidade em meio a tantas crises. Nunca poderia sair em defesa indefensável de Lula, que é bem crescidinho para se defender e à família como bem defendeu todos esses anos junto aos corruptos.
Dilma está propondo um racha nacional como é costume do PT, mas no momento mais sério por que passa o país. Descaradamente aposta no quanto pior melhor para jogar sobre o país toda a força do poderio presidencial. Põe em risco a democracia tentando jogar a população contra o Judiciário, que ainda é o único dos poderes em funcionamento diante dos fracassos do Legislativo e ainda mais do Executivo.
A permanência de Dilma no trono, se não vale um tostão, não pode custar o sacrifício de se jogar na lama a democracia tão duramente conquistada, inclusive por ela mesma. Lula, ainda mais ele e seus comparsas, ou quem quer que seja não vale tal preço.
Dilma, cala a boca e vai trabalhar em vez de ficar defendendo malandro.
Uma semana depois de proclamar-se presidente de 204 milhões de brasileiros, Dilma agora se torna defensora pública de Lula. Mentiu mais uma vez. Tomou para si o cargo por sua condição de eleita nos votos em detrimento daqueles milhões de quem se diz presidente.
“O presidente Lula, justiça seja feita, nunca se julgou melhor do que ninguém, sempre aceitou, convidado para prestar depoimento sempre foi. Então, não tem o menor sentido conduzi-lo sob vara para prestar depoimento se ele jamais se recusou a ir”, proclamou em discurso em Caxias do Sul.
Dilma se acha em condições de condenar as ações do Judiciário para angariar maior proteção na blindagem a seu cargo. A ex-guerrilheira, mulher de esquerda, que se diz tão politizada, deveria saber que não pode colocar a estabilização democrática em risco só para garantir sua manutenção, sob vara, no trono.
Dilma está propondo um racha nacional como é costume do PT, mas no momento mais sério por que passa o país. Descaradamente aposta no quanto pior melhor para jogar sobre o país toda a força do poderio presidencial. Põe em risco a democracia tentando jogar a população contra o Judiciário, que ainda é o único dos poderes em funcionamento diante dos fracassos do Legislativo e ainda mais do Executivo.
A permanência de Dilma no trono, se não vale um tostão, não pode custar o sacrifício de se jogar na lama a democracia tão duramente conquistada, inclusive por ela mesma. Lula, ainda mais ele e seus comparsas, ou quem quer que seja não vale tal preço.
Dilma, cala a boca e vai trabalhar em vez de ficar defendendo malandro.
Dilma transformou o Brasil na casa de Noca
Em meio a decadência política e econômica, fruto dos desmandos que levam o país à maior crise moral da sua história, um fato, que seria irrelevante em outro momento, agora chama a atenção: o deslocamento da Dilma em avião presidencial em missão não oficial. Os partidos políticos abriram os olhos e decidiram entrar com ação na Procuradoria Geral da República para que ela devolva aos cofres públicos as despesas geradas pelo seu passeio de fim de semana a São Paulo para prestar solidariedade ao Lula, envolvido no escândalo de corrupção da Lava Jato.
Não é a primeira vez que a presidente corta os céus do Brasil usando o avião presidencial e toda estrutura que requer o seu deslocamento em viagens inúteis e desnecessárias. Antes de se deslocar para São Bernardo, onde foi encontrar o amigo Lula e se incorporar aos manifestantes petistas que gritavam palavras de ordem contra a Justiça, a Dilma inventou uma viagem para o Chile sob pretexto de discutir assuntos econômicos naquele país. Na verdade, ela quis se ausentar do Brasil, a um custo alto para as finanças combalidas do país, apenas para não ter que ir à festa de aniversário do PT em São Paulo, onde certamente seria hostilizada.
Enquanto a Dilma não for interditada por meios legais, o país ainda vai pagar uma conta muito cara por mantê-la na presidência da república. Ela afundou a economia, é rejeitada por mais de 90% da população, acusada de envolvimento na Lava Jato e governa o país como uma desmiolada, alienada, alheia aos sérios problemas que afetam os brasileiros. Amparada pelo staff do Lula, muitos deles também envolvidos em escândalos de corrupção, ela deixou de governar e assiste o circo pegar fogo de camarote.
Na sua concepção lunática dos problemas, ela não vê irresponsabilidade nem incompetência na condução do país. A Dilma, gente, é assim mesmo: psicótica, uma pessoa de comportamento e pensamento confusos. Vive em um mundo de delírio que ela própria criou. Brinca de fazer reuniões, tem mania de cortar os mares com o aviãozinho oficial como se fosse de sua propriedade, mente para si própria dizendo-se honesta e ignora tudo que se passa ao seu redor. Como os seus sinais de confusão mental são cada vez mais evidentes, não devemos culpá-la por essa insanidade isoladamente.
Os poderes da República também estão doentes. É disso que a presidente se aproveita para permanecer vagando como um zumbi. Na Câmara, o presidente Eduardo Cunha sofre da mesma patologia. Está envolvido até o pescoço com as maracutaias da Lava Jato, mas também vive no mundo da lua. A sua participação nos escândalos enfraquece o Parlamento e inibe uma posição política mais consequente em relação ao impeachment da Dilma. O Judiciário, coitado!, está vulnerável. Foi citado algumas vezes por políticos que apontaram ministros do STF e do STJ em conversas não tão nobres e muito menos republicanas com o Executivo. E o pouco que resta dessa Justiça está no Paraná. Em Curitiba, a equipe do Ministério Público tenta botar os larápios afortunados na cadeia, mas os militantes petistas, ressentidos com a convocação do Lula para depor, agora tentam atacar o juiz Sergio Moro, denegrindo a sua imagem pela rede social como se isso fosse inocentar o chefe deles.
Ora, como o país vive a sua pior crise moral, devemos, todos nós, preservar o que ainda existe de ética. E a ética fez moradia em Curitiba, para onde são levados os ladrões do dinheiro público. Os blogueiros chapas-brancas e a rede social petista começaram uma campanha de difamação contra os membros do MP e o juiz Moro magoados com a intimação do chefe para depor como se ele tivesse acima da lei.
Você, só você, é responsável por essa mudança. Se ficar em casa palitando os dentes, vai chegar o momento que até o palito vai faltar. Portanto, levante-se, vá à luta pelos seus direitos para banir de vez essa corja que se instalou no poder e destroçou a economia do país acabando com o seu emprego.
Não é a primeira vez que a presidente corta os céus do Brasil usando o avião presidencial e toda estrutura que requer o seu deslocamento em viagens inúteis e desnecessárias. Antes de se deslocar para São Bernardo, onde foi encontrar o amigo Lula e se incorporar aos manifestantes petistas que gritavam palavras de ordem contra a Justiça, a Dilma inventou uma viagem para o Chile sob pretexto de discutir assuntos econômicos naquele país. Na verdade, ela quis se ausentar do Brasil, a um custo alto para as finanças combalidas do país, apenas para não ter que ir à festa de aniversário do PT em São Paulo, onde certamente seria hostilizada.
Enquanto a Dilma não for interditada por meios legais, o país ainda vai pagar uma conta muito cara por mantê-la na presidência da república. Ela afundou a economia, é rejeitada por mais de 90% da população, acusada de envolvimento na Lava Jato e governa o país como uma desmiolada, alienada, alheia aos sérios problemas que afetam os brasileiros. Amparada pelo staff do Lula, muitos deles também envolvidos em escândalos de corrupção, ela deixou de governar e assiste o circo pegar fogo de camarote.
Na sua concepção lunática dos problemas, ela não vê irresponsabilidade nem incompetência na condução do país. A Dilma, gente, é assim mesmo: psicótica, uma pessoa de comportamento e pensamento confusos. Vive em um mundo de delírio que ela própria criou. Brinca de fazer reuniões, tem mania de cortar os mares com o aviãozinho oficial como se fosse de sua propriedade, mente para si própria dizendo-se honesta e ignora tudo que se passa ao seu redor. Como os seus sinais de confusão mental são cada vez mais evidentes, não devemos culpá-la por essa insanidade isoladamente.
Os poderes da República também estão doentes. É disso que a presidente se aproveita para permanecer vagando como um zumbi. Na Câmara, o presidente Eduardo Cunha sofre da mesma patologia. Está envolvido até o pescoço com as maracutaias da Lava Jato, mas também vive no mundo da lua. A sua participação nos escândalos enfraquece o Parlamento e inibe uma posição política mais consequente em relação ao impeachment da Dilma. O Judiciário, coitado!, está vulnerável. Foi citado algumas vezes por políticos que apontaram ministros do STF e do STJ em conversas não tão nobres e muito menos republicanas com o Executivo. E o pouco que resta dessa Justiça está no Paraná. Em Curitiba, a equipe do Ministério Público tenta botar os larápios afortunados na cadeia, mas os militantes petistas, ressentidos com a convocação do Lula para depor, agora tentam atacar o juiz Sergio Moro, denegrindo a sua imagem pela rede social como se isso fosse inocentar o chefe deles.
Ora, como o país vive a sua pior crise moral, devemos, todos nós, preservar o que ainda existe de ética. E a ética fez moradia em Curitiba, para onde são levados os ladrões do dinheiro público. Os blogueiros chapas-brancas e a rede social petista começaram uma campanha de difamação contra os membros do MP e o juiz Moro magoados com a intimação do chefe para depor como se ele tivesse acima da lei.
Você, só você, é responsável por essa mudança. Se ficar em casa palitando os dentes, vai chegar o momento que até o palito vai faltar. Portanto, levante-se, vá à luta pelos seus direitos para banir de vez essa corja que se instalou no poder e destroçou a economia do país acabando com o seu emprego.
Operação Lava-Alma
Sexta-feira, meio-dia. Animado por aguerridos defensores, rapidamente arregimentados pelos “movimentos sociais”, o ex-presidente Lula termina o seu depoimento no anexo da Polícia Federal do aeroporto de Congonhas e, em vez de voltar para casa, segue para a sede do PT. Convoca a imprensa para, mais tarde, disparar um discurso inflamado contra a Justiça, personificada no juiz Sérgio Moro, a mídia e as forças conservadoras que querem acabar com tudo que ele – e só ele – fez para o Brasil.
Sexta-feira, quase seis da tarde. O bater de panelas espontâneo, surgido do nada, anuncia que a presidente Dilma Rousseff estava falando na televisão. E pouco importava o que ela dizia. Ninguém queria saber. Depois de tanto mentir, em especial na campanha pela reeleição, quando prometeu fazer o diabo – e cumpriu -, Dilma não vale um tostão furado. Sua credibilidade é inferior a uma nota de três reais.
Lula fungou, esbravejou e quase chorou por perto de meia hora. Tudo de acordo com o figurino. Nada explicou, até porque não era esse o objetivo dele. Esbanjou do direito de dizer asneiras, fez piada com coisas sérias. E não respondeu a uma só pergunta.
Dilma falou por mais de 10 minutos. Tal como Lula, cercou-se de apoiadores para aplaudir seu monólogo. E não respondeu a uma só pergunta.
Próximos e distantes, estranhamente diferentes e parecidos, Lula e Dilma passaram a encarnar, cada um à sua maneira, tudo aquilo que o país repudia.
Ambos traíram a confiança que reiteradamente lhes foi depositada. Mentiram, enganaram. Possuíram o Estado como se deles fosse. São responsáveis ou coniventes com a corrupção. E, se um ou outro não se locupletou, deixaram que o dinheiro público escorresse como mel em beiços de companheiros.
Aos fatos, nenhum dos dois dão ouvidos.
Dilma finge que preside o país. O mesmo que ela deixou ir à bancarrota por suas políticas erradas e erráticas, por arrogância, prepotência e birra. Lula continua arrotando que foi quem mais fez para os pobres, gerando crescimento e empregos, sem levar em conta que sua pregação está sendo ouvida não apenas por fãs, mas por quase 10 milhões de desempregados.
Dilma e Lula falam de respeito, de postura republicana e de Estado de Direito, mas os dois desdizem o que querem fazer os tolos acreditar. Dilma insiste em mentir e Lula, mais agudo, há tempos não se preocupa se a fala de hoje contradiz a de ontem.
Empreiteiros, hoje amigos do peito que prestam favores, eram vilões a serem combatidos. Políticos agora parceiros, do naipe de Fernando Collor de Mello, Paulo Maluf e Renan Calheiros, eram o mal em si. O poder econômico, materialização da ganância e da exploração dos pobres, tornou-se o principal aliado. É dele que emanam os milhões que sustentam o PT e o poder, o Instituto Lula, as palestras, os filhos e o que mais a Lava-Jato encontrar.
Ainda assim, Lula berra. Diz que foi sequestrado pela Polícia Federal, que se sentiu aprisionado. Elogia a educação dos agentes que o buscaram em sua casa, mas volta a espumar ao exigir respeito.
Teve e merece tê-lo, assim como qualquer um.
Mas Lula quer muito mais. Quer regalias.
Sua história seria “suficiente para não ser tratado como pessoa comum”, prerrogativa que Lula, quando presidente, ofereceu ao ex José Sarney, enrolado em diversas ilicitudes. Cabe lembrar que Lula acarinhou o então senador 22 anos depois de garantir à nação que Sarney era “impostor” e “ladrão”.
Nada de novo. Lula sempre foi, é e será assim mesmo. Age só de acordo com sua conveniência pessoal. Distribui perdão e culpa ao valete que o serve no momento. Usa, abusa e descarta.
Sexta-feira, oito e meia da noite. Sem a baixaria da guerra de torcidas organizadas que, estimuladas pela eterna pregação petista do “nós x eles”, durante o dia encenaram mais um espetáculo de intolerância de uns e burrice de muitos, aplausos e buzinas se fizeram ouvir em diversas capitais em apoio à Lava-Jato.
Prova inequívoca de que não adianta tergiversar. A Lava-Jato chegou à Lava-Lula, Lava-Dilma, Lava-PT, Lava-Aliados. E, ainda que as pessoas que insistem em não se enquadrar entre as comuns tentem, não há caminho de volta que impeça o país de lavar a sua alma.
Sexta-feira, quase seis da tarde. O bater de panelas espontâneo, surgido do nada, anuncia que a presidente Dilma Rousseff estava falando na televisão. E pouco importava o que ela dizia. Ninguém queria saber. Depois de tanto mentir, em especial na campanha pela reeleição, quando prometeu fazer o diabo – e cumpriu -, Dilma não vale um tostão furado. Sua credibilidade é inferior a uma nota de três reais.
Lula fungou, esbravejou e quase chorou por perto de meia hora. Tudo de acordo com o figurino. Nada explicou, até porque não era esse o objetivo dele. Esbanjou do direito de dizer asneiras, fez piada com coisas sérias. E não respondeu a uma só pergunta.
Dilma falou por mais de 10 minutos. Tal como Lula, cercou-se de apoiadores para aplaudir seu monólogo. E não respondeu a uma só pergunta.
Próximos e distantes, estranhamente diferentes e parecidos, Lula e Dilma passaram a encarnar, cada um à sua maneira, tudo aquilo que o país repudia.
Ambos traíram a confiança que reiteradamente lhes foi depositada. Mentiram, enganaram. Possuíram o Estado como se deles fosse. São responsáveis ou coniventes com a corrupção. E, se um ou outro não se locupletou, deixaram que o dinheiro público escorresse como mel em beiços de companheiros.
Aos fatos, nenhum dos dois dão ouvidos.
Dilma finge que preside o país. O mesmo que ela deixou ir à bancarrota por suas políticas erradas e erráticas, por arrogância, prepotência e birra. Lula continua arrotando que foi quem mais fez para os pobres, gerando crescimento e empregos, sem levar em conta que sua pregação está sendo ouvida não apenas por fãs, mas por quase 10 milhões de desempregados.
Dilma e Lula falam de respeito, de postura republicana e de Estado de Direito, mas os dois desdizem o que querem fazer os tolos acreditar. Dilma insiste em mentir e Lula, mais agudo, há tempos não se preocupa se a fala de hoje contradiz a de ontem.
Empreiteiros, hoje amigos do peito que prestam favores, eram vilões a serem combatidos. Políticos agora parceiros, do naipe de Fernando Collor de Mello, Paulo Maluf e Renan Calheiros, eram o mal em si. O poder econômico, materialização da ganância e da exploração dos pobres, tornou-se o principal aliado. É dele que emanam os milhões que sustentam o PT e o poder, o Instituto Lula, as palestras, os filhos e o que mais a Lava-Jato encontrar.
Ainda assim, Lula berra. Diz que foi sequestrado pela Polícia Federal, que se sentiu aprisionado. Elogia a educação dos agentes que o buscaram em sua casa, mas volta a espumar ao exigir respeito.
Teve e merece tê-lo, assim como qualquer um.
Mas Lula quer muito mais. Quer regalias.
Sua história seria “suficiente para não ser tratado como pessoa comum”, prerrogativa que Lula, quando presidente, ofereceu ao ex José Sarney, enrolado em diversas ilicitudes. Cabe lembrar que Lula acarinhou o então senador 22 anos depois de garantir à nação que Sarney era “impostor” e “ladrão”.
Nada de novo. Lula sempre foi, é e será assim mesmo. Age só de acordo com sua conveniência pessoal. Distribui perdão e culpa ao valete que o serve no momento. Usa, abusa e descarta.
Sexta-feira, oito e meia da noite. Sem a baixaria da guerra de torcidas organizadas que, estimuladas pela eterna pregação petista do “nós x eles”, durante o dia encenaram mais um espetáculo de intolerância de uns e burrice de muitos, aplausos e buzinas se fizeram ouvir em diversas capitais em apoio à Lava-Jato.
Prova inequívoca de que não adianta tergiversar. A Lava-Jato chegou à Lava-Lula, Lava-Dilma, Lava-PT, Lava-Aliados. E, ainda que as pessoas que insistem em não se enquadrar entre as comuns tentem, não há caminho de volta que impeça o país de lavar a sua alma.
'Fecharam todos os shoppings do Brasil'
Flavio Rocha, dono da Riachuelo, deu um numero de arrepiar em entrevista a uma das meninas da Globonews, semana passada.
“Em 2015 fecharam 100 mil lojas pelo Brasil afora. É como se tivessem fechado todos os shopping centers do Brasil. Somados, eles abrigam isso: 100 mil lojas“.
Sobra em pé só o grande comércio mais estruturado. Quer dizer, é uma obra monumental de concentração da renda, essa do PT. Os funcionários de 100 mil lojas ficaram simplesmente a zero, sem saber se vão ter o que por na mesa dos filhos amanhã; cem mil pequenos e médios empreendedores que, sabe-se lá a custa de que epopéias tinham conseguido emergir do brejo e montar seu negociozinho, foram expulsos do mercado. As lojas gigantes engoliram o que sobrou do massacre.
O resultado é o que se observa nas caóticas megalópoles brasileiras: nos bairros ricos os milionários que sobram, cada vez mais ricos, compram as casas dos vizinhos e aumentam os seus muros. Lá fora, a pátria do Aedes aegypti; perifavelas de bloco sem urbanização nem saneamento crescendo em metástese. Menos gente rica, cada vez mais rica, cercada de miséria por todos os lados. No meio, nada.
Se dermos mais tempo pra isso, acabamos como na Idade Média. Vão sobrar quatro ou cinco castelos cheios de salões dourados por traz de muralhas intransponíveis, cercados por um favelão gigante onde, saiu na rua, se ficar vivo volta pra casa nu, rapado e rapelado.
Fernão Lara Mesquita
“Em 2015 fecharam 100 mil lojas pelo Brasil afora. É como se tivessem fechado todos os shopping centers do Brasil. Somados, eles abrigam isso: 100 mil lojas“.
Sobra em pé só o grande comércio mais estruturado. Quer dizer, é uma obra monumental de concentração da renda, essa do PT. Os funcionários de 100 mil lojas ficaram simplesmente a zero, sem saber se vão ter o que por na mesa dos filhos amanhã; cem mil pequenos e médios empreendedores que, sabe-se lá a custa de que epopéias tinham conseguido emergir do brejo e montar seu negociozinho, foram expulsos do mercado. As lojas gigantes engoliram o que sobrou do massacre.
O resultado é o que se observa nas caóticas megalópoles brasileiras: nos bairros ricos os milionários que sobram, cada vez mais ricos, compram as casas dos vizinhos e aumentam os seus muros. Lá fora, a pátria do Aedes aegypti; perifavelas de bloco sem urbanização nem saneamento crescendo em metástese. Menos gente rica, cada vez mais rica, cercada de miséria por todos os lados. No meio, nada.
Se dermos mais tempo pra isso, acabamos como na Idade Média. Vão sobrar quatro ou cinco castelos cheios de salões dourados por traz de muralhas intransponíveis, cercados por um favelão gigante onde, saiu na rua, se ficar vivo volta pra casa nu, rapado e rapelado.
Fernão Lara Mesquita
Cassação e impeachment
O país está envolvido em intermináveis crises econômica, política e social
O governo acabou! Resta determinar como se dará o seu fim! A experiência petista está terminando na delegacia!
Lula foi conduzido coercitivamente à Policia Federal. Terminou a impunidade.
Não é possível governar com escândalos de corrupção produzidos em maior parte pelo PT, com seus dirigentes e líderes presos, condenados ou sob inquéritos e denúncias.
Não é possível governar com o ex-presidente Lula preocupado apenas com a sua própria sobrevivência.
Não é possível governar na mais profunda crise econômica, sem nenhuma ideia nem condições para dela sair.
Não é possível governar sem nenhum apoio partidário (nem do PT) e sem nenhuma popularidade.
Não é possível governar de costas para a sociedade, em meio a crises política, econômica e social, com o PIB despencando e o desemprego adquirindo grandes proporções.
Várias saídas são possíveis. O mais conveniente para o país seria a renúncia ou o afastamento da presidente para tratamento de saúde. Porém, tal posição esbarra em dois grandes problemas.
O primeiro deles consiste em que a própria presidente deveria tomar a iniciativa de tal ato. Porém, para isto, seria necessário um gesto de grandeza que não faz parte de suas qualidades. Nem seus erros consegue admitir. É dominada por uma espécie de autismo em relação à própria realidade por ela criada. Talvez, agora, possa ser pressionada a isto, considerando a nova situação política.
O segundo deles reside em que o ex-presidente Lula poderia tê-la convencido a tomar tal atitude, mas isto, aparentemente, não lhe interessava. Agora, perdeu qualquer condição de tal iniciativa. E a imagem que possui de si, desproporcional aos seus feitos, porém talvez equivalente aos seus malfeitos, não permitiria tal gesto.
Lula e o PT ficaram sem nenhuma narrativa. Logo, o impeachment ou a cassação poderiam lhes ser adequados, pois seriam incorporados ao discurso alicerçado em ideias do tipo “contra a direita”, “contra o golpe” e “contra a mídia golpista”. A nova: “preso político”. São, evidentemente, bobagens, mas é o que restou de um partido sem ideias.
Sobram duas alternativas: a cassação e o impeachment.
As provas de envolvimento da campanha da presidente Dilma em corrupção e em desvio de recursos públicos estão se avolumando. As novas delações, dentre as quais a do senador Delcídio Amaral, fazem crescer ainda mais a fervura. As chances de cassação aumentam em muito, pois o governo e o PT conseguem cada vez menos se defender. E a Lava-Jato não dá tréguas, passando o país a limpo.
Ocorre que um julgamento pelo TSE, por vias normais e sem protelações, demoraria em torno de um ano. Se houver impugnações, diligências e recursos dos mais diferentes tipos, pode se prolongar por dois anos. Estaríamos no final de 2017 ou no início de 2018.
Note-se, aqui, que há questões, pertinentes, quanto a se o TSE poderia cassar uma chapa presidencial sem passar pelo Congresso, pois não está prevista a cassação na Constituição, mas em lei complementar. Em todo caso, tal tipo de processo não deixaria de ensejar dúvidas.
O vice-presidente, por sua vez, teria fundadas justificativas para pleitear uma individualização da chapa, dentre outras razões por haver julgamentos distintos da presidente e do vice, prestações de contas apresentadas separadamente, com doadores diferentes, juramentos distintos, citações diferentes, estruturas jurídicas diferentes da Presidência e da Vice-Presidência, não transferência da culpa e assim por diante.
Considere-se, contudo, a título de hipótese, que haveria a cassação da chapa. Se ocorresse ainda neste ano, o deputado Eduardo Cunha assumiria a Presidência por um período de 90 dias, presidindo o processo eleitoral, com todos os seus problemas de legitimidade. Acrescente-se, ainda, o descrédito total da classe política, de tal maneira que poderíamos ter o seguinte cenário.
Nem Aécio nem Lula seriam provavelmente os vencedores. Um tertius qualquer poderia ganhar o pleito, mergulhando o país em uma nova incerteza e instabilidade. O país continuaria, sob outras roupagens, envolvido em intermináveis crises econômica, política e social.
Por esta razão, voltaria a ganhar força a tese do impeachment, abreviando o processo e assegurando uma tranquila transição do ponto de vista constitucional. O Brasil poderia resgatar-se a curto prazo, o que, hoje, parece impossível.
Nos meios políticos e na sociedade em geral, observa-se um clima muito mais favorável ao sucesso de um eventual impeachment da presidente da República. A percepção de que o barco está naufragando e de que o PMDB e outros partidos tudo podem perder acrescenta ainda mais força a esta alternativa.
Deputados, antes contrários ou indecisos, já se manifestam favoravelmente a esta opção. Estão sendo pressionados pela opinião pública, por suas bases eleitorais e estão cientes de que, com o atual governo, não há saída à vista. Temem cair com Dilma e o PT.
Os senadores, sobretudo do PMDB, já estão dando sinalizações de que poderão abandonar o barco de Dilma. O próprio senador Renan Calheiros já manifestou apoio ao vice-presidente à presidência do partido e o convidou a fazer campanha em Alagoas.
Note-se que o vice-presidente conseguiu reunificar e pacificar o PMDB em uma chapa consensual, algo em que poucos apostavam até algumas semanas atrás. E tal fato é da maior importância, porque é uma resposta política à desunião fomentada pela presidente Dilma e pelo próprio PT. Nesta perspectiva, poderia reunificar e pacificar o país.
Por último, devemos atentar ao fato de o impeachment ser uma solução prevista na própria Constituição, assegurando uma transição propriamente institucional. Ele é, neste sentido, menos traumático do que a cassação. As instituições republicanas seriam totalmente preservadas e um novo caminho poderia se vislumbrar para todo o país.
Em todo o caso, o país não aguenta mais três anos imerso em uma crise que parece não ter fundo!
Urge que o impeachment volte a ser prioritário. Para o bem do Brasil.
Denis Lerrer Rosenfield
O governo acabou! Resta determinar como se dará o seu fim! A experiência petista está terminando na delegacia!
Lula foi conduzido coercitivamente à Policia Federal. Terminou a impunidade.
Não é possível governar com escândalos de corrupção produzidos em maior parte pelo PT, com seus dirigentes e líderes presos, condenados ou sob inquéritos e denúncias.
Não é possível governar com o ex-presidente Lula preocupado apenas com a sua própria sobrevivência.
Não é possível governar na mais profunda crise econômica, sem nenhuma ideia nem condições para dela sair.
Não é possível governar sem nenhum apoio partidário (nem do PT) e sem nenhuma popularidade.
Não é possível governar de costas para a sociedade, em meio a crises política, econômica e social, com o PIB despencando e o desemprego adquirindo grandes proporções.
Várias saídas são possíveis. O mais conveniente para o país seria a renúncia ou o afastamento da presidente para tratamento de saúde. Porém, tal posição esbarra em dois grandes problemas.
O primeiro deles consiste em que a própria presidente deveria tomar a iniciativa de tal ato. Porém, para isto, seria necessário um gesto de grandeza que não faz parte de suas qualidades. Nem seus erros consegue admitir. É dominada por uma espécie de autismo em relação à própria realidade por ela criada. Talvez, agora, possa ser pressionada a isto, considerando a nova situação política.
O segundo deles reside em que o ex-presidente Lula poderia tê-la convencido a tomar tal atitude, mas isto, aparentemente, não lhe interessava. Agora, perdeu qualquer condição de tal iniciativa. E a imagem que possui de si, desproporcional aos seus feitos, porém talvez equivalente aos seus malfeitos, não permitiria tal gesto.
Lula e o PT ficaram sem nenhuma narrativa. Logo, o impeachment ou a cassação poderiam lhes ser adequados, pois seriam incorporados ao discurso alicerçado em ideias do tipo “contra a direita”, “contra o golpe” e “contra a mídia golpista”. A nova: “preso político”. São, evidentemente, bobagens, mas é o que restou de um partido sem ideias.
Sobram duas alternativas: a cassação e o impeachment.
As provas de envolvimento da campanha da presidente Dilma em corrupção e em desvio de recursos públicos estão se avolumando. As novas delações, dentre as quais a do senador Delcídio Amaral, fazem crescer ainda mais a fervura. As chances de cassação aumentam em muito, pois o governo e o PT conseguem cada vez menos se defender. E a Lava-Jato não dá tréguas, passando o país a limpo.
Ocorre que um julgamento pelo TSE, por vias normais e sem protelações, demoraria em torno de um ano. Se houver impugnações, diligências e recursos dos mais diferentes tipos, pode se prolongar por dois anos. Estaríamos no final de 2017 ou no início de 2018.
Note-se, aqui, que há questões, pertinentes, quanto a se o TSE poderia cassar uma chapa presidencial sem passar pelo Congresso, pois não está prevista a cassação na Constituição, mas em lei complementar. Em todo caso, tal tipo de processo não deixaria de ensejar dúvidas.
O vice-presidente, por sua vez, teria fundadas justificativas para pleitear uma individualização da chapa, dentre outras razões por haver julgamentos distintos da presidente e do vice, prestações de contas apresentadas separadamente, com doadores diferentes, juramentos distintos, citações diferentes, estruturas jurídicas diferentes da Presidência e da Vice-Presidência, não transferência da culpa e assim por diante.
Considere-se, contudo, a título de hipótese, que haveria a cassação da chapa. Se ocorresse ainda neste ano, o deputado Eduardo Cunha assumiria a Presidência por um período de 90 dias, presidindo o processo eleitoral, com todos os seus problemas de legitimidade. Acrescente-se, ainda, o descrédito total da classe política, de tal maneira que poderíamos ter o seguinte cenário.
Nem Aécio nem Lula seriam provavelmente os vencedores. Um tertius qualquer poderia ganhar o pleito, mergulhando o país em uma nova incerteza e instabilidade. O país continuaria, sob outras roupagens, envolvido em intermináveis crises econômica, política e social.
Por esta razão, voltaria a ganhar força a tese do impeachment, abreviando o processo e assegurando uma tranquila transição do ponto de vista constitucional. O Brasil poderia resgatar-se a curto prazo, o que, hoje, parece impossível.
Nos meios políticos e na sociedade em geral, observa-se um clima muito mais favorável ao sucesso de um eventual impeachment da presidente da República. A percepção de que o barco está naufragando e de que o PMDB e outros partidos tudo podem perder acrescenta ainda mais força a esta alternativa.
Deputados, antes contrários ou indecisos, já se manifestam favoravelmente a esta opção. Estão sendo pressionados pela opinião pública, por suas bases eleitorais e estão cientes de que, com o atual governo, não há saída à vista. Temem cair com Dilma e o PT.
Os senadores, sobretudo do PMDB, já estão dando sinalizações de que poderão abandonar o barco de Dilma. O próprio senador Renan Calheiros já manifestou apoio ao vice-presidente à presidência do partido e o convidou a fazer campanha em Alagoas.
Note-se que o vice-presidente conseguiu reunificar e pacificar o PMDB em uma chapa consensual, algo em que poucos apostavam até algumas semanas atrás. E tal fato é da maior importância, porque é uma resposta política à desunião fomentada pela presidente Dilma e pelo próprio PT. Nesta perspectiva, poderia reunificar e pacificar o país.
Por último, devemos atentar ao fato de o impeachment ser uma solução prevista na própria Constituição, assegurando uma transição propriamente institucional. Ele é, neste sentido, menos traumático do que a cassação. As instituições republicanas seriam totalmente preservadas e um novo caminho poderia se vislumbrar para todo o país.
Em todo o caso, o país não aguenta mais três anos imerso em uma crise que parece não ter fundo!
Urge que o impeachment volte a ser prioritário. Para o bem do Brasil.
Denis Lerrer Rosenfield
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