Flavio Rocha, dono da Riachuelo, deu um numero de arrepiar em entrevista a uma das meninas da Globonews, semana passada.
“Em 2015 fecharam 100 mil lojas pelo Brasil afora. É como se tivessem fechado todos os shopping centers do Brasil. Somados, eles abrigam isso: 100 mil lojas“.
Sobra em pé só o grande comércio mais estruturado. Quer dizer, é uma obra monumental de concentração da renda, essa do PT. Os funcionários de 100 mil lojas ficaram simplesmente a zero, sem saber se vão ter o que por na mesa dos filhos amanhã; cem mil pequenos e médios empreendedores que, sabe-se lá a custa de que epopéias tinham conseguido emergir do brejo e montar seu negociozinho, foram expulsos do mercado. As lojas gigantes engoliram o que sobrou do massacre.
O resultado é o que se observa nas caóticas megalópoles brasileiras: nos bairros ricos os milionários que sobram, cada vez mais ricos, compram as casas dos vizinhos e aumentam os seus muros. Lá fora, a pátria do Aedes aegypti; perifavelas de bloco sem urbanização nem saneamento crescendo em metástese. Menos gente rica, cada vez mais rica, cercada de miséria por todos os lados. No meio, nada.
Se dermos mais tempo pra isso, acabamos como na Idade Média. Vão sobrar quatro ou cinco castelos cheios de salões dourados por traz de muralhas intransponíveis, cercados por um favelão gigante onde, saiu na rua, se ficar vivo volta pra casa nu, rapado e rapelado.
Fernão Lara Mesquita
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