Sábado reúne-se a direção do PMDB, em São Paulo, com o partido dividido. Metade defendendo o rompimento com o governo Dilma. A outra metade, apoiando. Domingo, nas principais capitais, inclusive as associações populares, organiza-se movimento popular contra o governo.
A presidente Dilma tem quatro dias para virar o jogo, de preferência rezando pela continuidade da chuva. Não que se a maioria da população, debaixo o sol, dedique-se a ampla manifestação contra o governo, aliás, o mais provável na dependência de São Pedro. O mundo não acabará, muito menos o Brasil. Mas será triste para o palácio do Planalto, especialmente agora que o ex-presidente Lula anda em queda livre.
A situação anda de mal a pior, para os detentores do poder. Como na China de algumas décadas atrás, quando ia de Mao a Piau.Ganhou o primeiro, até com o sacrifício do segundo. Aqui, duas figuras fundamentais embaralham a equação: o vice-presidente Michel Temer procura situar-se no meio da confusão que divide seu partido, ainda que se poupando. Caso o governo Dilma não resista ao retorno do impeachment, que ressurge de forma avassaladora, o vice espera salvar-se. Tem condições, aliás, como também poderá naufragar junto com a titular, se o Tribunal Superior Eleitoral assim entender.
O problema é que o governo passa apertado, sob o risco de desaparecer por haver outra figura capaz de salvá-lo ou levá-lo para as profundezas: o Lula. Jamais o primeiro companheiro andou tão mal. As acusações que explodem sobre ele, implicando-o com as tramoias do lava jato, desequilibram sua postura. Nem será preciso repeti-las, do triplex ao sítio, das palestras às ligações com as empreiteiras e à propinas postas em dúvida.
Haverá que aguardar até a próxima segunda-feira, sem que nenhum dos três personagens tenha certeza de nada.
A estrada que não vai
Um feliz brasileiro decidiu conhecer Portugal. Alugou um carro e foi conhecer aquele magnífico interior. Perdeu-se quando deveria estar naquela noite para a volta. Estacionou na beira de estrada e perguntou a um plácido camponês: “Esta estrada vai para Lisboa?” “Não vai não senhor!”
Nosso patrício sofredor seguiu adiante, mas poucos metros depois de uma curva deparou-se com uma placa: “Lisboa, vinte quilômetros.”
Irritado, deu marcha a ré e cobrou do camponês, que respondeu^
“Quem vai para Lisboa é o senhor. A estrada fica aqui...
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