quarta-feira, 30 de setembro de 2015
A maldição da Casa Civil
Pode parecer uma espécie de maldição o fato de que os seis ministros da Casa Civil da era Lula-Dilma estejam na prisão, sob investigação ou sob suspeita de corrupção. Todos.
Ainda não se sabe se a presidenta Dilma Rousseff, na reforma ministerial que está finalizado, mudará Aloizio Mercandante, o atual ministro da Casa Civil, ele também investigado.
Ainda não se sabe se a presidenta Dilma Rousseff, na reforma ministerial que está finalizado, mudará Aloizio Mercandante, o atual ministro da Casa Civil, ele também investigado.
Se o fizer, seria o sétimo titular desse ministério, considerado uma espécie de primeiro-ministro, pois está destinado a coordenar toda a ação do Governo.
Existe alguém que se atreva a entrar nessa espécie de clube maldito? Sem dúvida, Dilma deveria pensar duas vezes antes de nomeá-lo e analisar sua biografia com uma lupa dupla para que ele também não acabe condenado ou sob suspeitas de corrupção.
Será que o cargo de ministro da Casa Civil, uma função difícil de explicar em outros países pela ambiguidade da função, carrega em suas entranhas a tentação ou o perigo de deslizar para a ilegalidade e a corrupção?
A fila dos seis ministros da Casa Civil, desde que Lula chegou ao poder até hoje, todos do Partido dos Trabalhadores (PT), é encabeçada por José Dirceu, ao qual Lula deu tantos poderes que logo foi visto como um primeiro ministro e seu sucessor natural. Acusado de ser o idealizador do escândalo do mensalão, acabou condenado e preso. Hoje voltou a ser indiciado no outro escândalo da Lava Jato e de novo está preso, À espera de mais uma condenação. Foi substituído na Casa Civil pela atual presidente, Dilma, sobre a qual paira hoje a espada de Dâmocles por ter podido manipular as contas públicas para enxugar o déficit e por ter podido financiar suas campanhas eleitorais com o dinheiro da corrupção. Isto é, ter podido ser conivente nos escândalos da Petrobras, da qual foi presidenta depois de ter sido ministra das Minas e Energia.
Dilma foi sucedida na Casa Civil, quando Lula e o PT a nomearam como candidata às eleições presidenciais, por Erenice Guerra, amiga dela, que também saiu sob suspeita de corrupção e hoje está salpicada por outro novo escândalo, a Operação Zelotes, que supostamente subtraiu da Fazenda pública 19 bilhões de reais cancelando multas de impostos.
Eleita Dilma presidenta da República, seu primeiro ministro da Casa Civil foi Antonio Palocci, importante ministro da Fazenda do Governo Lula e que tinha sido responsável pela campanha eleitoral de Dilma.
Hoje Palocci pode ser preso a qualquer momento, acusado de estar envolvido no escândalo da Lava Jato.
O médico e amigo pessoal de Lula foi sucedido por Gleisi Hofmann, que está sendo investigada por suposto crime de corrupção, suspeita de ter recebido dinheiro ilegal para sua campanha eleitoral do Ministério do Planejamento, então comandado por seu marido, Paulo Bernardo.
Finalmente, o atual e polêmico ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, talvez o político mais próximo de Dilma, pessoal e intelectualmente, ambos economistas, também está sendo investigado na operação Lava Jato, razão pela qual poderia ser substituído.
Os últimos seis ministros da Casa Civil: condenados ou sob graves suspeitas de corrupção. Destes, três são advogados (Dirceu, Guerra e Hoffmann), dois economistas (Dilma e Mercandante) e um médico (Palocci).
A pergunta que as pessoas fazem nas ruas é se essa espécie de maldição que sempre pairou sobre a Casa Civil se deve a uma pura coincidência ou se seria o excessivo poder do cargo em um sistema político presidencial como o do Brasil o demônio que acaba tentando esses importantes ministros.
Ou não seria também o próprio sistema, que opera hoje dirigindo os destinos do país, que se degradou até o ponto de que se dá como fato consumado, como dizem às vezes as pessoas simples, que se entra na política principalmente para enriquecer?
Existe, talvez, outro demônio pior, que é a fome de poder, um impulso, segundo os psicólogos, mais forte até do que o do sexo, que arrasta os políticos, para não perder esse poder, a morder a maçã proibida do paraíso para continuar se sentindo como Deus.
Uma tentação tanto maior quanto mais alto estiverem na pirâmide das decisões do poder.
Existe alguém que se atreva a entrar nessa espécie de clube maldito? Sem dúvida, Dilma deveria pensar duas vezes antes de nomeá-lo e analisar sua biografia com uma lupa dupla para que ele também não acabe condenado ou sob suspeitas de corrupção.
Será que o cargo de ministro da Casa Civil, uma função difícil de explicar em outros países pela ambiguidade da função, carrega em suas entranhas a tentação ou o perigo de deslizar para a ilegalidade e a corrupção?
A fila dos seis ministros da Casa Civil, desde que Lula chegou ao poder até hoje, todos do Partido dos Trabalhadores (PT), é encabeçada por José Dirceu, ao qual Lula deu tantos poderes que logo foi visto como um primeiro ministro e seu sucessor natural. Acusado de ser o idealizador do escândalo do mensalão, acabou condenado e preso. Hoje voltou a ser indiciado no outro escândalo da Lava Jato e de novo está preso, À espera de mais uma condenação. Foi substituído na Casa Civil pela atual presidente, Dilma, sobre a qual paira hoje a espada de Dâmocles por ter podido manipular as contas públicas para enxugar o déficit e por ter podido financiar suas campanhas eleitorais com o dinheiro da corrupção. Isto é, ter podido ser conivente nos escândalos da Petrobras, da qual foi presidenta depois de ter sido ministra das Minas e Energia.
Dilma foi sucedida na Casa Civil, quando Lula e o PT a nomearam como candidata às eleições presidenciais, por Erenice Guerra, amiga dela, que também saiu sob suspeita de corrupção e hoje está salpicada por outro novo escândalo, a Operação Zelotes, que supostamente subtraiu da Fazenda pública 19 bilhões de reais cancelando multas de impostos.
Eleita Dilma presidenta da República, seu primeiro ministro da Casa Civil foi Antonio Palocci, importante ministro da Fazenda do Governo Lula e que tinha sido responsável pela campanha eleitoral de Dilma.
Hoje Palocci pode ser preso a qualquer momento, acusado de estar envolvido no escândalo da Lava Jato.
O médico e amigo pessoal de Lula foi sucedido por Gleisi Hofmann, que está sendo investigada por suposto crime de corrupção, suspeita de ter recebido dinheiro ilegal para sua campanha eleitoral do Ministério do Planejamento, então comandado por seu marido, Paulo Bernardo.
Finalmente, o atual e polêmico ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, talvez o político mais próximo de Dilma, pessoal e intelectualmente, ambos economistas, também está sendo investigado na operação Lava Jato, razão pela qual poderia ser substituído.
Os últimos seis ministros da Casa Civil: condenados ou sob graves suspeitas de corrupção. Destes, três são advogados (Dirceu, Guerra e Hoffmann), dois economistas (Dilma e Mercandante) e um médico (Palocci).
A pergunta que as pessoas fazem nas ruas é se essa espécie de maldição que sempre pairou sobre a Casa Civil se deve a uma pura coincidência ou se seria o excessivo poder do cargo em um sistema político presidencial como o do Brasil o demônio que acaba tentando esses importantes ministros.
Ou não seria também o próprio sistema, que opera hoje dirigindo os destinos do país, que se degradou até o ponto de que se dá como fato consumado, como dizem às vezes as pessoas simples, que se entra na política principalmente para enriquecer?
Existe, talvez, outro demônio pior, que é a fome de poder, um impulso, segundo os psicólogos, mais forte até do que o do sexo, que arrasta os políticos, para não perder esse poder, a morder a maçã proibida do paraíso para continuar se sentindo como Deus.
Uma tentação tanto maior quanto mais alto estiverem na pirâmide das decisões do poder.
Órfâos de pai e mãe
É extensa, aliás, longuíssima, a fila de intelectuais, artistas, sindicalistas e lideranças e de movimentos sociais órfãos de pai e mãe, no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Como se já não fosse grande o bastante, a nau dos deserdados acaba de receber um reforço de peso: a Fundação Perseu Abramo, tentáculo do PT no mundo acadêmico. Em documento subscrito por mais seis entidades, a Fundação desancou a política “neoliberal” de Joaquim Levy. Mais um pouco chamaria Dilma de renegada.
De fato, a intelectualidade petista, ou o que dela restou, está em pé de guerra. O ex-porta-voz de Lula, André Singer, abriu suas baterias contra a atual política econômica, expondo as veias dilaceradas do PT. Segundo ele, em entrevista ao jornal O Globo, o partido de Lula vem sendo “obrigado a apoiar um programa de governo contra os trabalhadores”.
E isto em um “partido fundado para representar os trabalhadores e não para prejudicá-lo”. Ou dito de outra forma: segundo seus críticos de esquerda, a presidente deu as costas aos trabalhadores e faz um “movimento para recuperar a confiança da burguesia brasileira e do capitalismo internacional”.
Viver para crer.
As centrais sindicais também comungam desse sentimento de orfandade e divulgaram, nesta terça-feira, anúncio de uma página nos dois principais jornais de São Paulo para repudiar a fusão do Ministério do Trabalho e Emprego com o Ministério da Previdência. Pode ser que ela não aconteça, mas sua simples hipótese já é suficiente para fazer Getúlio Vargas, João Goulart e Brizola se revirarem em seus túmulos.
É neste terreno minado que a rainha vai largando seus filhos, um por um. Militantes com décadas e décadas na área da saúde são acometidos de intensa crise de urticária diante da possibilidade de a menina dos seus olhos, o Ministério da Saúde, cair nas mãos de um deputado como Manoel Júnior ou de outro parlamentar peemedebista do baixo clero e sem o mais leve compromisso com o Sistema Único de Saúde sacramentado pela Constituição-Cidadã de 1988.
Em nome da sobrevivência, tudo vale a pena, na ótica dilmista. Inclusive a degola sumária de antigos companheiros. O ministro da Saúde Arthur Chioro, petista histórico de intensa militância na área, foi demitido no melhor estilo vapt-vupt e por telefone. Não leva para casa sequer um muito obrigado da senhora presidente.
No rol dos sem pai e sem mãe estão também movimentos feministas e de direitos humanos e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, para não falar dos parlamentares petistas historicamente vinculados a esses setores. Isto explica, em boa medida, a diáspora petista, atualmente em curso.
O choro da esquerda abandonada tem explicação. Na época da fartura, o modelo adotado satisfazia a todos. Os beneficiários principais foram, claro, os empresários amigos do rei, ou da rainha, escolhidos a dedo para fazerem parte do seleto grupo de campeões.
Mas sobravam fatias menores para uma inclusão social não emancipadora e gordura suficiente para propiciar a cooptação de intelectuais, de centrais e de movimentos sociais. Esse modelo veio ao encontro de uma esquerda adepta, por tradição, da tutela do Estado e do paternalismo, marca que vem dos tempos de Getúlio Vargas, para não falar outras priscas eras.
Essa esquerda ignorou o quanto era insustentável o modelo. E fez vistas grossas aos desmandos éticos, pautando-se pelo velho e esfarrapado preceito de que “moral é o que serve à classe operária”.
Nesse particular os autores do documento da Fundação Perseu Abramo não fazem a menor restrição à conduta ética do PT. Muito ao contrário. Quando instado a dar sua opinião sobre a Operação Lava-Jato, um dos escribas saiu-se com a seguinte máxima: “Como filho de juiz, fico assustado com os procedimentos que estão sendo usados para torturar as pessoas e obter confissões”.
A farra do boi acabou. Não há mais como financiá-la. A própria presidente enterrou seu modelo, sem choro nem vela, na Assembleia da ONU. E, pelo jeito, foi a gota d’água para encher os potes de mágoa.
De fato, a intelectualidade petista, ou o que dela restou, está em pé de guerra. O ex-porta-voz de Lula, André Singer, abriu suas baterias contra a atual política econômica, expondo as veias dilaceradas do PT. Segundo ele, em entrevista ao jornal O Globo, o partido de Lula vem sendo “obrigado a apoiar um programa de governo contra os trabalhadores”.
E isto em um “partido fundado para representar os trabalhadores e não para prejudicá-lo”. Ou dito de outra forma: segundo seus críticos de esquerda, a presidente deu as costas aos trabalhadores e faz um “movimento para recuperar a confiança da burguesia brasileira e do capitalismo internacional”.
Viver para crer.
As centrais sindicais também comungam desse sentimento de orfandade e divulgaram, nesta terça-feira, anúncio de uma página nos dois principais jornais de São Paulo para repudiar a fusão do Ministério do Trabalho e Emprego com o Ministério da Previdência. Pode ser que ela não aconteça, mas sua simples hipótese já é suficiente para fazer Getúlio Vargas, João Goulart e Brizola se revirarem em seus túmulos.
É neste terreno minado que a rainha vai largando seus filhos, um por um. Militantes com décadas e décadas na área da saúde são acometidos de intensa crise de urticária diante da possibilidade de a menina dos seus olhos, o Ministério da Saúde, cair nas mãos de um deputado como Manoel Júnior ou de outro parlamentar peemedebista do baixo clero e sem o mais leve compromisso com o Sistema Único de Saúde sacramentado pela Constituição-Cidadã de 1988.
Em nome da sobrevivência, tudo vale a pena, na ótica dilmista. Inclusive a degola sumária de antigos companheiros. O ministro da Saúde Arthur Chioro, petista histórico de intensa militância na área, foi demitido no melhor estilo vapt-vupt e por telefone. Não leva para casa sequer um muito obrigado da senhora presidente.
No rol dos sem pai e sem mãe estão também movimentos feministas e de direitos humanos e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, para não falar dos parlamentares petistas historicamente vinculados a esses setores. Isto explica, em boa medida, a diáspora petista, atualmente em curso.
O choro da esquerda abandonada tem explicação. Na época da fartura, o modelo adotado satisfazia a todos. Os beneficiários principais foram, claro, os empresários amigos do rei, ou da rainha, escolhidos a dedo para fazerem parte do seleto grupo de campeões.
Mas sobravam fatias menores para uma inclusão social não emancipadora e gordura suficiente para propiciar a cooptação de intelectuais, de centrais e de movimentos sociais. Esse modelo veio ao encontro de uma esquerda adepta, por tradição, da tutela do Estado e do paternalismo, marca que vem dos tempos de Getúlio Vargas, para não falar outras priscas eras.
Essa esquerda ignorou o quanto era insustentável o modelo. E fez vistas grossas aos desmandos éticos, pautando-se pelo velho e esfarrapado preceito de que “moral é o que serve à classe operária”.
Nesse particular os autores do documento da Fundação Perseu Abramo não fazem a menor restrição à conduta ética do PT. Muito ao contrário. Quando instado a dar sua opinião sobre a Operação Lava-Jato, um dos escribas saiu-se com a seguinte máxima: “Como filho de juiz, fico assustado com os procedimentos que estão sendo usados para torturar as pessoas e obter confissões”.
A farra do boi acabou. Não há mais como financiá-la. A própria presidente enterrou seu modelo, sem choro nem vela, na Assembleia da ONU. E, pelo jeito, foi a gota d’água para encher os potes de mágoa.
Biruta
Às oposições, portanto, cabe a coragem e a ousadia de pensar de forma mais estruturante. Fazer política como biruta de aeroporto, ora indo de um lado, ora de outro, procurando sempre seguir a direção momentânea do vento, não me parece estratégico.Elias Gomes
'Usina no Tapajós repetirá caos de Belo Monte'
Governo planeja usina em uma das regiões mais preservadas da Amazônia |
Uma análise encomendada pelo Greenpeace denuncia a existência de "problemas graves" no estudo e relatório de impacto ambiental (EIA/Rima) da usina hidrelétrica de São Luiz do Tapajós, em planejamento pelo governo federal no oeste do Pará.
O material, assinado por cientistas do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), do Museu Paraense Emílio Goeldi e da Universidade Federal de Pernambuco, conclui que o estudo falha em seu principal objetivo: prever o impacto da obra sobre uma das regiões de floresta mais preservadas do Brasil.
A Eletrobras, que coordena o grupo que bancou o estudo, informou que não iria se manifestar sobre a análise do Greenpeace por não ter tido acesso ao material.
Um dos últimos grandes rios amazônicos sem barragens, o Tapajós é a nova fronteira dos megaprojetos do governo federal de usinas na Amazônia, que incluem ao menos 40 grandes hidrelétricas (com mais de 30 MW de capacidade instalada) em construção ou planejamento na bacia.
Prioridade do Planalto, São Luiz do Tapajós é a maior dessas usinas, com 4.000 MW de potência média prevista (quase o mesmo valor da gigantesca Belo Monte). O projeto está em fase de licenciamento ambiental – a Eletrobras entregou o EIA/Rima ao Ibama (órgão ambiental federal) em agosto de 2014, em busca da primeira autorização para a obra.
Em uma primeira avaliação do EIA/Rima, o Ibama identificou "inconsistências" e pediu complementos ao trabalho.
- 1.457 plantas
- 553 aves
- 352 peixes
- 302 borboletas
- 109 anfíbios
- 95 mamíferos
Em tese, esse estudo deveria ser um retrato preciso da realidade ambiental da região, para prever e propor soluções contra efeitos negativos. Mas os pesquisadores que analisaram o EIA/Rima a pedido do Greenpeace concluem que faltam informações essenciais, indicam lacunas nas amostras coletadas e classificam os programas de compensação propostos como genéricos e insuficientes.
Entre supostas limitações técnicas e metodológicas, os cientistas apontam falta de amostras de campo abaixo do local da obra (região que não será alagada mas deverá sofrer com falta d'água), ausência de dados sobre espécies de ambientes ripários (margens de rios, ilhas e pedrais) e inexistência de projeção sobre o impacto conjunto das usinas previstas para outros pontos do Tapajós.
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Ninguém sabe. Ninguém viu
No começo, achava estranho. Não compreendia a razão. Mas sempre era chamado. Não importa o país. EUA, Franca, Holanda, Canada. Sempre a mesma coisa. O mesmo convite: jogar futebol. Sem a preocupação de esclarecer o talento futebolístico. Somente um convite. Assim, simples.
Certamente, não é a familiaridade com o meu trabalho dentro do campo a razão dos convites. Goleiros reservas do segundo time da primeira série do colegial na década de 80 não tem lá muita visibilidade.
No exterior, assumem que todo brasileiro gosta de jogar futebol. E que tem talento e preparo especial para isso. Para eles, somos o país do futebol. E ponto. Esta é parte da explicação. A outra, é que do Brasil se sabe pouco do que acontece entre Copas do Mundo.
Ignorância, certamente. Daria para derramar rios de tinta sobre anedotas demonstrando como a terra das palmeiras onde cantam sabiás é desconhecida. E provavelmente cada uma destas anedotas seria verdadeira.
A ignorância global sobre o país é palpável, concreta, evidente. Mas reflete exatamente aquilo que comunicamos sobre nós mesmos. Se o Brasil se define (quase exclusivamente) como o país do futebol, não existem mesmo motivos para que os outros países o façam diferente. Nem seria razoável exigi-lo.
O Brasil (e o brasileiro) parece ser monotemático. E gostar disso. Não engaja. Isola-se. Não se insere globalmente. Fecha-se em si mesmo na ilusão de que seu autoexílio o protege do tempo, das mudanças, da comparação com os outros. Não enfrenta seus problemas. E morre de vergonha e mostra indignação quando são expostos. Nosso inferno não é o outro. É o espelho.
Para um país que se orgulha de estar entre os maiores do mundo, é pelo menos contraproducente a determinação com que nos entregamos à construção do isolamento internacional.
Vamos, pedra por pedra, tornando concreto, tangível, o isolamento. Ao fim e ao cabo, vivemos fantasia o país é ilha bizarra, onde tudo é diferente, que sabe regras especiais, somente aplicáveis do Oiapoque ao Chuí. E confundindo sempre isolamento com independência.
Pequenos e grandes, os sinais estão ai. Raras são as nossas empresas internacionais. Mais raras ainda as internacionais. Difícil encontrar a bandeira brasileira impressa em produtos. Não produzimos tecnologias em escala. Quando produzimos, não conseguimos torna-las globalmente relevantes.
Quando escolhemos nossos parceiros comerciais, abraçamos o Mercosul. E somente ele. Exclusivamente ele. Sem ambição ou desejo de expansão. Apenas a vontade de abraçar com entusiasmo aqueles que também acreditam no isolamento. Gostamos de muros. Odiamos pontes.
Caminhamos rapidamente do isolamento para a irrelevância. A gente joga (ou jogou) futebol. Mais que isso, ninguém sabe. Ninguém viu.
Certamente, não é a familiaridade com o meu trabalho dentro do campo a razão dos convites. Goleiros reservas do segundo time da primeira série do colegial na década de 80 não tem lá muita visibilidade.
No exterior, assumem que todo brasileiro gosta de jogar futebol. E que tem talento e preparo especial para isso. Para eles, somos o país do futebol. E ponto. Esta é parte da explicação. A outra, é que do Brasil se sabe pouco do que acontece entre Copas do Mundo.
A ignorância global sobre o país é palpável, concreta, evidente. Mas reflete exatamente aquilo que comunicamos sobre nós mesmos. Se o Brasil se define (quase exclusivamente) como o país do futebol, não existem mesmo motivos para que os outros países o façam diferente. Nem seria razoável exigi-lo.
O Brasil (e o brasileiro) parece ser monotemático. E gostar disso. Não engaja. Isola-se. Não se insere globalmente. Fecha-se em si mesmo na ilusão de que seu autoexílio o protege do tempo, das mudanças, da comparação com os outros. Não enfrenta seus problemas. E morre de vergonha e mostra indignação quando são expostos. Nosso inferno não é o outro. É o espelho.
Para um país que se orgulha de estar entre os maiores do mundo, é pelo menos contraproducente a determinação com que nos entregamos à construção do isolamento internacional.
Vamos, pedra por pedra, tornando concreto, tangível, o isolamento. Ao fim e ao cabo, vivemos fantasia o país é ilha bizarra, onde tudo é diferente, que sabe regras especiais, somente aplicáveis do Oiapoque ao Chuí. E confundindo sempre isolamento com independência.
Pequenos e grandes, os sinais estão ai. Raras são as nossas empresas internacionais. Mais raras ainda as internacionais. Difícil encontrar a bandeira brasileira impressa em produtos. Não produzimos tecnologias em escala. Quando produzimos, não conseguimos torna-las globalmente relevantes.
Quando escolhemos nossos parceiros comerciais, abraçamos o Mercosul. E somente ele. Exclusivamente ele. Sem ambição ou desejo de expansão. Apenas a vontade de abraçar com entusiasmo aqueles que também acreditam no isolamento. Gostamos de muros. Odiamos pontes.
Caminhamos rapidamente do isolamento para a irrelevância. A gente joga (ou jogou) futebol. Mais que isso, ninguém sabe. Ninguém viu.
Entenda a crise e a questão das reservas cambiais
Precisamos de uma reserva monetária em dólares para: 1. lastrear as nossas trocas comerciais com o restante do mundo. Essas trocas são feitas em dólar; 2. lastrear a remessa de lucros das multinacionais; 3. pagar juros e montantes da dívida externa, tanto pública quanto a privada. Se o país tem reserva em dólares todos esses fluxos monetários ocorrem sem maiores transtornos.
Quando o país não possui essa reserva, ou esse colchão de proteção cambial, tem de pedir emprestado à organizações multilaterais. O mais comum é o Fundo Monetário Internacional (FMI), submetendo-se aos juros cobrados pelo banco. É um custo a mais, neste caso.
Quando se tem uma reserva como a que nós ainda possuímos, há possibilidade de existir uma política cambial e monetária mais propícia ao desenvolvimento do país. Se o governo faz o dever de casa mantendo uma política fiscal (de gastos do governo) equilibrada, abre-se a possibilidade do Banco Central diminuir a taxa básica de juros e estimular o crédito privado e o investimento.
Agora, se faltam as reservas e estas são formadas por empréstimos junto ao FMI, que geralmente são em montantes não muito significativos, o Banco Central fica obrigado a aumentar os juros para manter o fluxo positivo de dólares em relação ao país, de modo a resguardar a pouca reserva monetária em dólares disponível.
Ou seja, o país fica refém do empréstimo junto ao FMI, e é obrigado a fazer uma política contracionista, isto é, de inibição de investimentos e indutora da recessão.
Ainda temos reservas em quantidade suficiente para nos dar a autonomia na condução da política monetária, isto é, nos permite praticar uma taxa de juros baixa, que estimule o consumo, a produção e o investimento.
Mas, o que ocorreu, então? Por que estamos praticando uma taxa de juros de duas casas decimais se temos reservas suficientes?
Não é problema com as reservas e sim com o excesso de despesas públicas na política fiscal expansionista de Dilma. Esse excesso de despesas e a expansão do crédito fizeram a base monetária se multiplicar, isto é, aumentou o volume de dinheiro em circulação, ou a velocidade de circulação da moeda.
A velocidade de circulação da moeda dada pelo excesso de despesa do governo e do volume do crédito – tanto público quanto privado -, assim como o represamento artificial dos preços arbitrados pelo governo, fez criar uma pressão inflacionária improrrogável já no final de 2014. Essa pressão inflacionária obrigou o Banco Central a elevar a Selic (taxa básica de juros) para conter o excesso de dinheiro em circulação, pela restrição do crédito dado tanto para consumo quanto para investimento.
Então, veja, não é problema nas reservas. Nós, ainda as temos. Se bem que não sabemos se haveremos de ter por muito tempo, porque a perda de grau de investimento pelas agências de risco e a possível subida de juros nos Estados Unidos pode nos expor a um ataque especulativo e nós sermos obrigados a queimar nossas reservas para conter uma ultradesvalorização cambial.
Nosso problema foi, literalmente, criado por erro de gestão de política fiscal, isto é, pela exacerbação da despesa pública, realizada para sustentar o jogo político de poder da agremiação petista.
Quando o país não possui essa reserva, ou esse colchão de proteção cambial, tem de pedir emprestado à organizações multilaterais. O mais comum é o Fundo Monetário Internacional (FMI), submetendo-se aos juros cobrados pelo banco. É um custo a mais, neste caso.
Agora, se faltam as reservas e estas são formadas por empréstimos junto ao FMI, que geralmente são em montantes não muito significativos, o Banco Central fica obrigado a aumentar os juros para manter o fluxo positivo de dólares em relação ao país, de modo a resguardar a pouca reserva monetária em dólares disponível.
Ou seja, o país fica refém do empréstimo junto ao FMI, e é obrigado a fazer uma política contracionista, isto é, de inibição de investimentos e indutora da recessão.
Ainda temos reservas em quantidade suficiente para nos dar a autonomia na condução da política monetária, isto é, nos permite praticar uma taxa de juros baixa, que estimule o consumo, a produção e o investimento.
Mas, o que ocorreu, então? Por que estamos praticando uma taxa de juros de duas casas decimais se temos reservas suficientes?
Não é problema com as reservas e sim com o excesso de despesas públicas na política fiscal expansionista de Dilma. Esse excesso de despesas e a expansão do crédito fizeram a base monetária se multiplicar, isto é, aumentou o volume de dinheiro em circulação, ou a velocidade de circulação da moeda.
A velocidade de circulação da moeda dada pelo excesso de despesa do governo e do volume do crédito – tanto público quanto privado -, assim como o represamento artificial dos preços arbitrados pelo governo, fez criar uma pressão inflacionária improrrogável já no final de 2014. Essa pressão inflacionária obrigou o Banco Central a elevar a Selic (taxa básica de juros) para conter o excesso de dinheiro em circulação, pela restrição do crédito dado tanto para consumo quanto para investimento.
Então, veja, não é problema nas reservas. Nós, ainda as temos. Se bem que não sabemos se haveremos de ter por muito tempo, porque a perda de grau de investimento pelas agências de risco e a possível subida de juros nos Estados Unidos pode nos expor a um ataque especulativo e nós sermos obrigados a queimar nossas reservas para conter uma ultradesvalorização cambial.
Nosso problema foi, literalmente, criado por erro de gestão de política fiscal, isto é, pela exacerbação da despesa pública, realizada para sustentar o jogo político de poder da agremiação petista.
Palco mundial para a patetice
É patética dona Dilma. Com o privilégio único entre quase 200 países, o Brasil abre todo o ano a Assembleia Geral da ONU, mas em vez de se apresentar com a dignidade da abertura do evento usa o palco de estadistas como marketing para suas trapalhadas. Vergonha que desmoralizaria qualquer republiqueta não causa nenhum rubor nas hostes petistas nem mesmo para contar mentira, no que são experts.
"O governo e a sociedade brasileiros não toleram corrupção".
Alto lá, presidente. Não ponha no mesmo saco a sociedade e os bandidos. O Brasil condena e rejeita essa corrupção desenfreada que o PT e aliados, tendo a presidente no mesmo barco, promoveram.
Talvez por sua miopia mental, Dilma ainda não compreendeu ou nem sequer pesquisou no Google o que é corrupção. Como muitos aliados, e haja gente por aí, acha que só há corrupto quando entra dinheiro no negócio. Marca de corrupto seria propina, pixuleco, dindim, molhar a mão.
Por interesse próprio e de amizade, procura jogar para debaixo do tapete a corrupção que os 13 anos de petismo inocularam no país, em particular com a democracia de coalizão, do toma lá dá cá. As reformas ministeriais nada mais são do que desavergonhada corrupção. Um emaranhado de corruptos e corruptores que abusam dos órgãos públicos como cabines de bordel. Dirão os lorpas, não há dinheiro no negócio. E como não? Os partidos ficam de olho nos ministérios justamente por causa das verbas. Quanto maior, mais apetitoso para atender as bases.
O que Dilma está para promover agora com a troca de ministros é claramente mais um ato corrupto. Dá a aliados e com poder no Congresso cargos em troca de fortalecer a base e evitar um impeachment ou a governabilidade caolha. Se não há propina na jogada, há verbas astronômicas em jogo para favorecer os políticos ou partidos favorecidos.
Seria isso apenas coalizão? Em terras de direito e moral, chamariam de corrupção governamental.
A irresponsável presidente bancou na ONU a idiota e o Brasil ficou com a cara no chão. Insistiu em se dizer contrária à corrupção, quando os fatos cada vez mais corroboam a tese de que foi conivente com o império da roubalheira estatal em favor de partidos, políticos e empresas.
"O governo e a sociedade brasileiros não toleram corrupção".
Alto lá, presidente. Não ponha no mesmo saco a sociedade e os bandidos. O Brasil condena e rejeita essa corrupção desenfreada que o PT e aliados, tendo a presidente no mesmo barco, promoveram.
Talvez por sua miopia mental, Dilma ainda não compreendeu ou nem sequer pesquisou no Google o que é corrupção. Como muitos aliados, e haja gente por aí, acha que só há corrupto quando entra dinheiro no negócio. Marca de corrupto seria propina, pixuleco, dindim, molhar a mão.
Por interesse próprio e de amizade, procura jogar para debaixo do tapete a corrupção que os 13 anos de petismo inocularam no país, em particular com a democracia de coalizão, do toma lá dá cá. As reformas ministeriais nada mais são do que desavergonhada corrupção. Um emaranhado de corruptos e corruptores que abusam dos órgãos públicos como cabines de bordel. Dirão os lorpas, não há dinheiro no negócio. E como não? Os partidos ficam de olho nos ministérios justamente por causa das verbas. Quanto maior, mais apetitoso para atender as bases.
O que Dilma está para promover agora com a troca de ministros é claramente mais um ato corrupto. Dá a aliados e com poder no Congresso cargos em troca de fortalecer a base e evitar um impeachment ou a governabilidade caolha. Se não há propina na jogada, há verbas astronômicas em jogo para favorecer os políticos ou partidos favorecidos.
Seria isso apenas coalizão? Em terras de direito e moral, chamariam de corrupção governamental.
A nuvem do desemprego
A segunda-feira estava nublada em Nova York. Letreiros eletrônicos na Times Square anunciavam a descoberta de água em Marte. Visto da cadeira presidencial, o futuro transparecia promissor. Se há dificuldades, ressalvou Dilma Rousseff na Assembleia Geral da ONU, são circunstanciais — derivadas do moinho de forças ocultas da crise mundial. O importante, lembrou, é que “no Brasil, o processo de inclusão social não foi interrompido”.
A manhã de ontem também estava nebulosa a 7.800 quilômetros de distância. O líder da oposição deixou seu confortável apartamento na Zona Sul do Rio para contemplar o horizonte. Não poderia estar melhor, concluiu o senador Aécio Neves, presidente do PSDB: “Em nenhum outro momento dos nossos 27 anos de história tivemos momento tão positivo, porque o PSDB é antítese disso que está aí, do mal que aconteceu com o Brasil.”
O país de Dilma e Aécio, porém, estava dominado por uma certeza: no fim do dia, um novo contingente de mais de três mil brasileiros estaria desempregado.
Foram 573 mil demitidos de janeiro a agosto. Na média, mais de 3.300 demissões a cada dia útil, ou 1.100 a cada turno de oito horas.
O ritmo de desemprego não deixa dúvida sobre o panorama deste início de primavera: em outubro o Brasil deve ultrapassar a marca do milhão de novos desempregados nos últimos 12 meses.
Na região metropolitana de São Paulo, onde a maioria do eleitorado proporcionou uma inflação de votos ao oposicionista Aécio na eleição passada, a taxa de desemprego passou de 5,1% para 8,1%, entre julho de 2014 e agosto último.
No Nordeste, cujos eleitores viabilizaram a reeleição de Dilma, o desemprego cresce a velocidade significativa. Em Salvador, por exemplo, o índice era de 9,3% em agosto de 2014. Subiu para 12,4% no mês passado.
Governo e oposição, porém, fingem nada ver.
Dilma se mantém prisioneira de si mesma, contornando o quadrado retórico que traçou mentalmente — assim, nas suas palavras: “Nós sabemos que muitas pessoas no Brasil, em algum momento do passado, repetiam algo que escutavam em certas áreas e repetiam por não ter uma contraposição, por não ter uma consciência diferenciada... Qual era essa história? Essa história era uma história simples: era dizer que os pobres eram pobres porque queriam ser pobres; que os pobres eram pobres porque tinham preguiça, e não que os pobres eram pobres por um processo de exclusão histórica e sistemática do nosso país, que começa com a escravidão.”
De volta a Brasília, Dilma começa dia de hoje resolvendo o problema do desemprego entre aliados. Vai entregar mais cargos a integrantes da sua base parlamentar, na tentativa de preservar o próprio emprego. Chama isso de reforma ministerial.
Aécio continua a repetir seu mantra predileto: “Nós não vamos virar as costas para as dificuldades que o Brasil e que você está atravessando.” Como? Não respondeu na campanha do ano passado, nem parece motivado a fazê-lo por enquanto, mas ontem inovou ao prometer na televisão que vai lutar “dentro das regras democráticas”.
A presidente e o líder da oposição agora só precisam combinar seus planos com as ruas. As calçadas estão cada dia mais cheias de desempregados.
José Casado
Quem teme o novo?
O Brasil vive uma daquelas crises severas, que pune de forma desproporcional os mais pobres, que ameaça os trabalhadores com o fantasma do desemprego, que assusta com a inflação fora de controle. O brasileiro fica mais pobre a cada dia, principalmente em relação ao resto do mundo. Medido em dólar, o salário médio já despencou quase 40% nos últimos meses. A quem culpar por mais essa desgraça?
A resposta imediata é Dilma. Foram, afinal, sua incompetência como gestora, sua arrogância e sua visão ideológica equivocada que jogaram o país nesse caos. Mas, afastando-se um pouco mais, fica claro que ela não é a única responsável. O PT também tem tudo a ver com isso, e os abusos e as “pedaladas fiscais” começaram no governo Lula, que é, ainda por cima, o criador da criatura. Logo, temos o grande vilão do país: o Partido dos Trabalhadores.
A resposta imediata é Dilma. Foram, afinal, sua incompetência como gestora, sua arrogância e sua visão ideológica equivocada que jogaram o país nesse caos. Mas, afastando-se um pouco mais, fica claro que ela não é a única responsável. O PT também tem tudo a ver com isso, e os abusos e as “pedaladas fiscais” começaram no governo Lula, que é, ainda por cima, o criador da criatura. Logo, temos o grande vilão do país: o Partido dos Trabalhadores.
Mas podemos nos afastar ainda mais. Afinal, o PT não chegou ao poder do nada. Ele foi colocado lá, pelos votos. Ou seja, boa parte da população tem culpa no cartório, acreditou nas mentiras, no estelionato eleitoral, cedeu aos encantos do populismo, endossou a “nova matriz macroeconômica”, filhote de um arcaico “desenvolvimentismo” inflacionista. Não parece correto, portanto, eximir de responsabilidade aqueles que foram cúmplices do PT por meio das urnas.
E eis o ponto central aqui: os brasileiros insistem em modelos equivocados que delegam sempre ao Estado um poder desmesurado para ser a locomotiva do progresso e da “justiça social”. O resultado é, invariavelmente, decepcionante. Vimos isso inúmeras vezes se repetindo. O governo cresce, aumenta gastos e crédito, adota postura intervencionista na economia, e, após a fase inicial de prosperidade ilusória, vem a enorme crise produzida por um modelo irresponsável e ineficiente.
Boa parte disso pode ser explicada pelo fator cultural: o Brasil e o capitalismo liberal nunca se deram muito bem. Há grande tensão nesse relacionamento, a população desconfia do mercado, do lucro, e acaba depositando uma esperança ingênua no Estado, esquecendo que ele é formado pelos mesmos políticos detestados pelo povo. Os artistas e “intelectuais” ajudam a jogar mais lenha na fogueira, sempre cuspindo no sistema capitalista como se fosse o próprio capeta.
Esse preconceito ideológico anticapitalista tem sido o grande responsável por nossa incapacidade de migrar para o time dos países desenvolvidos. Não resta dúvida de que os tucanos são melhores do que os petistas, de que o PSDB é uma esquerda mais civilizada e que respeita em parte o mercado. Mas, ainda assim, a agenda do PSDB está muito distante do liberalismo que funcionou como alavanca para o progresso ocidental. Ainda concentra poder e recursos demais no Estado.
O Brasil testou vários “ismos”: somos mestres no corporativismo, no sindicalismo, no patrimonialismo, no clientelismo e até flertamos com o socialismo. O que realmente ainda não experimentamos foi mesmo o capitalismo liberal. O liberalismo — novo ou velho — passou mais distante do Brasil do que Plutão da Terra. Apesar disso, a esquerda insiste em jogar nos ombros do “neoliberalismo” a culpa pelos males que assolam o país, produzidos justamente pelo excesso de Estado.
Quem tem consciência disso sempre se sentiu órfão na política nacional, dominada pelos 30 tons de vermelho. Todos os partidos falam em mais Estado, no governo como uma espécie de “Messias salvador”. Os liberais, então, eram obrigados a votar no “menos pior”, no que mais perto do centro ficava. Mas nunca puderam votar com convicção, em um partido que efetivamente abraçasse o capitalismo liberal, com uma agenda que colocasse o indivíduo no foco, não o Estado.
Isso agora mudou. Foi homologado pelo TSE o Partido Novo, com o número 30, que clama por mais sociedade e menos Estado, que defende mais liberdade econômica e menos intervencionismo, que não teme enfrentar o vespeiro corporativista e prega privatizações. Se a Petrobras fosse privada, por exemplo, não teríamos o petrolão, e o PT não teria quebrado a maior empresa do país, depois de transformá-la numa fonte de recursos ilícitos para seu projeto de perpetuação no poder.
O Novo reconhece no empreendedor o grande criador de riquezas, e deseja reduzir os obstáculos estatais que dificultam esse processo dinâmico que leva à prosperidade. Quem pode ser contra isso? A quem interessa manter um sistema de privilégios estatais que beneficia apenas os “amigos do rei”? Vamos dar uma chance à liberdade! Vamos valorizar mais o indivíduo! Quem teme o Novo?
Rodrigo Constantino
E eis o ponto central aqui: os brasileiros insistem em modelos equivocados que delegam sempre ao Estado um poder desmesurado para ser a locomotiva do progresso e da “justiça social”. O resultado é, invariavelmente, decepcionante. Vimos isso inúmeras vezes se repetindo. O governo cresce, aumenta gastos e crédito, adota postura intervencionista na economia, e, após a fase inicial de prosperidade ilusória, vem a enorme crise produzida por um modelo irresponsável e ineficiente.
Boa parte disso pode ser explicada pelo fator cultural: o Brasil e o capitalismo liberal nunca se deram muito bem. Há grande tensão nesse relacionamento, a população desconfia do mercado, do lucro, e acaba depositando uma esperança ingênua no Estado, esquecendo que ele é formado pelos mesmos políticos detestados pelo povo. Os artistas e “intelectuais” ajudam a jogar mais lenha na fogueira, sempre cuspindo no sistema capitalista como se fosse o próprio capeta.
Esse preconceito ideológico anticapitalista tem sido o grande responsável por nossa incapacidade de migrar para o time dos países desenvolvidos. Não resta dúvida de que os tucanos são melhores do que os petistas, de que o PSDB é uma esquerda mais civilizada e que respeita em parte o mercado. Mas, ainda assim, a agenda do PSDB está muito distante do liberalismo que funcionou como alavanca para o progresso ocidental. Ainda concentra poder e recursos demais no Estado.
O Brasil testou vários “ismos”: somos mestres no corporativismo, no sindicalismo, no patrimonialismo, no clientelismo e até flertamos com o socialismo. O que realmente ainda não experimentamos foi mesmo o capitalismo liberal. O liberalismo — novo ou velho — passou mais distante do Brasil do que Plutão da Terra. Apesar disso, a esquerda insiste em jogar nos ombros do “neoliberalismo” a culpa pelos males que assolam o país, produzidos justamente pelo excesso de Estado.
Quem tem consciência disso sempre se sentiu órfão na política nacional, dominada pelos 30 tons de vermelho. Todos os partidos falam em mais Estado, no governo como uma espécie de “Messias salvador”. Os liberais, então, eram obrigados a votar no “menos pior”, no que mais perto do centro ficava. Mas nunca puderam votar com convicção, em um partido que efetivamente abraçasse o capitalismo liberal, com uma agenda que colocasse o indivíduo no foco, não o Estado.
Isso agora mudou. Foi homologado pelo TSE o Partido Novo, com o número 30, que clama por mais sociedade e menos Estado, que defende mais liberdade econômica e menos intervencionismo, que não teme enfrentar o vespeiro corporativista e prega privatizações. Se a Petrobras fosse privada, por exemplo, não teríamos o petrolão, e o PT não teria quebrado a maior empresa do país, depois de transformá-la numa fonte de recursos ilícitos para seu projeto de perpetuação no poder.
O Novo reconhece no empreendedor o grande criador de riquezas, e deseja reduzir os obstáculos estatais que dificultam esse processo dinâmico que leva à prosperidade. Quem pode ser contra isso? A quem interessa manter um sistema de privilégios estatais que beneficia apenas os “amigos do rei”? Vamos dar uma chance à liberdade! Vamos valorizar mais o indivíduo! Quem teme o Novo?
Rodrigo Constantino
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