Os brasileiros adotaram o jargão
dos meteorologistas de vez até mesmo para ser usado em medidas de grande
interesse público. E os petistas esbanjam em criatividade para tornar o país um
sensitivo. É sensação de segurança, de saúde, de educação e de cultura. Usam e
abusam dos projetos, por incapacidade de ir mais longe e, como gestores
governamentais instalar uma política correta de cada setor. É que o projeto
pode sofrer mudanças até sua instalação e até mesmo sumir de vez sem que seja
implementado como acontece com o tempo meteorológico. Mas o melhor do projeto,
como utilizam hoje, é criar a sensação de que algo está sendo feito, mesmo que nada
se realize. É ovo que já entra gorado na chocadeira, mas que os governos
descaradamente contabilizam como realizações.
É o que mais uma vez acontece em
Maricá com o lançamento de outro projeto, agora o Maricá que Lê, com objetivo
de “mostrar que o livro é livre”. A canalhice do governo está logo na
cara com o anúncio do enésimo programa no setor livreiro que os petistas
prometem para ocupar espaço na mídia. Tudo porque não têm nem nunca tiveram uma
política para o setor cultural, o que deve ser princípio de qualquer
administração com o mínimo de honestidade para cuidar de um município.
Lançar um projeto de leitura onde
poucas, e mínimas, são as bibliotecas escolares, a biblioteca municipal está
entregue às intempéries, a poesia e o livro já foram destaque na boca maldita,
serviram de show para as bebedeiras em frente aos bares, e outros mortos em
feto, é mais uma canalhice com a chancela governamental. Sem falar na feira de
livro, que esbanjou R$ 1 milhão a livreiros, para farta distribuição de vales-livro
de até R$ 200 para comissionados.
Quando não se tem política para
qualquer setor, os governos estão abertos para as safadezas que hoje são vistas
por todo o país com desperdício de dinheiro público, sem contar com a insana e
destruidora corrupção. Apenas governinhos de quinta categoria, ou com intenções
nada abençoadas, são capazes de obrar tantos projetos para apenas dar a
“sensação” de que há governança quando tudo não passa de gastança desbragada a
uns e outros, arrombando os cofres públicos.
Se houvesse intenção clara de
governar pelo povo, para o povo e com o povo, bastaria no mínimo que cumprissem
as leis, ou ao menos parte delas. Existem para constar as leis federal,
aplaudida de pé depois de anos de discussão, e estadual sem contar a lei de Lula,
sancionada em 2010, para criação de bibliotecas em todas as escolas públicas e
particulares do país. Mas nada disso preocupa governinhos que preferem apostar
na sensação de cultura para levar lançar projetinhos de qualidade suspeita e
estabelecer como meta cultural o bundalelê dos shows em praça, que há anos está
provado que são o canal preferido de nove entre dez administrações corruptas.