sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Pensamento do Dia

 


Não me gritem!

Os estudos poderiam querer enganar-nos, mas a realidade ainda somos nós quem a faz todos os dias. E certamente todos os dias há menos um espectador clássico de televisão, e no seu lugar nasce o programador da sua própria emissão, vista na plataforma que entende, às horas que quer, e como quer. Os estudos reconhecem-no, por piores que estas noticias sejam para os seus principais utilizadores, que constitui toda a gama de intermediários que nasce no produtor e acaba no consumidor. Nunca como hoje fomos tão donos das nossas escolhas – com dinheiro, sem dinheiro, em espaço público ou privado – o que deve dar dores de cabeça a quem tem por obrigação vender-nos “coisas” em massa. Costumo dizer que o único lugar onde ainda me apanham a ver publicidade num ecrã é mesmo nas Caixas Multibanco, porque sou forçado a esperar pelas instruções do bonequinho...

Ainda assim, deve haver uns “chatos” profissionais cuja missão consiste em atazanar a cabeça dos publicitários, dos compradores de espaço, dos negociadores dos canais de TV, e que ainda não perceberam quão prejudicial pode ser a publicidade martelada para quem só aguarda pacientemente pelo bloco de notícias seguinte.

Falo por mim. Escolho os raros programas que me interessam nas TV’s generalistas e de cabo, e opto por gravar e ver mais tarde, ou agarrar-me ao comando a puxar “a fita” para trás (tão anos 80, não é?). Mas confesso que ainda sou um “viciado” em noticias e, além de um dos 3 telejornais dos canais generalistas (vou alternando, sem grande critério...), acabo por “perder” mais alguns bocados da noite no clássico zapping por entre os canais informativos especializados (incluindo a CMTV, não me envergonha dizê-lo...). Imagino que, desorientados e sem margem de manobra, os negociadores de espaço, depois do “discurso oficial” sobre os media, que não estão a saber adaptar-se ao digital (como se eles tivessem no bolso a chave do tesouro...), cedam ou convençam ou se convençam que chegam lá pela insistência.

O resultado é trágico: além de desligar o som quando sou apanhado na curva por um bloco publicitário de longuíssimos minutos, tenho um top de marcas e produtos que, de tantas vezes me chamarem atrasado mental, martelando na mesma mensagem e no mesmo discurso, como se tivesse cinco anos, estão riscados da lista de potencial cliente, mesmo que “de borla”. A memória é manhosa, mas nunca me verão tomar Memofante; talvez pague os mais caros seguros do automóvel do mundo, mas não me passa pela cabeça ligar à Tele-seguro; o nome Trivago causa-me urticária; recuso-me a entrar na Worten; só a tiro de caçadeira abrirei conta no Bankinyter; e fujo a sete pés das promoções da marca Finish. Não adianta falar de automóveis e de promoções do mundo das telecomunicações, porque a confusão e a tentativa de canibalizar mercados chegou ao ponto de já não distinguir um BMW de um Renault. Este conjunto pequeno daquilo a que chamo “marcas-melga” está a afastar-nos até dos produtos de que potencialmente seríamos compradores e a que ainda nos prendia alguma publicidade: a imaginação, a criatividade, a surpresa, o momento bem escolhido para entrar “no ar”. No desespero de vender um pouco mais pela insistência, pela martelada, pela falsa ideia de que somos moscas atrás do néon iluminado, causa repulsa e só consegue incomodar.

Nos (escassos) casos contrários, uma marca consegue criar empatia até com aqueles que a podem dispensar, por fazer efectivamente parte dos seus dias. Recordo agora – e é recente - a campanha que assinalou os 90 anos da cerveja Superbock. Os filmes históricos. Os vídeos virais. As edições com receitas antigas. As garrafas e os rótulos. Sem incomodar em demasia. Escolhendo os espaços e horários adequados.

É um excelente exemplo para responder a esta espécie de esquizofrenia que tomou conta dos bocadinhos em que ainda “nos apanham” a ver televisão. Ninguém quer pensar nisto? Ou preferem continuar a perder tempo a dizer que os media estão perdidos e, nestas circunstancias, o melhor é assobiar para o ar e subir o volume do som quando gritamos, como a Mafaldinha, “não me gritem!”.

Nota – Todas as referências a marcas, produtos, e a escolha final dos anúncios, é pessoal, sem qualquer interferência de empresas de qualquer espécie, e inteiramente assumida como integrante de uma filosofia de vida onde a publicidade faz parte da comunicação e da informação. Aliás, nenhuma destas marcas foi sequer por mim contactada (ou me contactou) no âmbito desta ou de outra matéria. Infelizmente, no hipermercado da blogoesfera é preciso fazer estes tipo de "disclaimer"...
Pedro Rolo Duarte

'Nossa terra': colonos judeus querem ocupar Faixa de Gaza

A poucos quilômetros da Faixa de Gaza, no meio do nada, um grupo de colonos israelenses dança, pula e canta em círculo; ao fundo, a artilharia israelense ressoa dentro do devastado território palestino, para onde os judeus ultranacionalistas exigem retornar sob a alegação de que a terra pertence a eles.

"Viemos aqui para dizer ao mundo que precisamos estar em Gaza e permanecer lá para sempre. Ela nos pertence e nós voltaremos para viver lá. É a única maneira de acabar com o Hamas", disse à agência de notícias EFE Yair Maoz, um colono que vive com a esposa e cinco filhos em um assentamento em Hebron, na Cisjordânia ocupada.

Assim como Maoz, muitas outras famílias de colonos e ultradireitistas israelenses não quiseram perder esse evento organizado na segunda-feira pela organização radical Nachala, liderada por Daniella Weiss, que promove a expansão dos assentamentos – ilegais de acordo com a lei internacional –, agora também em Gaza.
Daniella Weiss (centro) exibe mapa com plano de assentamentos em Gaza

A manifestação sob o lema "Retornando a Gaza" teve entre seus participantes membros do Likud, o partido do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, assim como integrantes de partidos e organizações que são a favor da colonização.

Um porta-voz do Likud deixou claro que o evento não era do Likud, mas sim uma "iniciativa local", como parte do festival religioso de Sukkot, ou Festa dos Tabernáculos.

O festival de peregrinação de uma semana comemora o êxodo bíblico do Egito. Uma das barracas temporárias erguidas para marcar o dia da festa trazia o nome do partido Likud.

"Vou dizer em alto e bom som: os palestinos perderam o direito de permanecer em Gaza depois do que fizeram conosco em 7 de outubro. Nenhum deles permanecerá na Faixa, estamos prontos para voltar o mais rápido possível", grita Weiss eufórica para uma plateia, formada em sua maioria por judeus ortodoxos, que aplaude cada palavra sua.

Muitos participantes carregam adesivos com o slogan "Gaza é nossa para a eternidade". A camiseta de um ativista trazia a frase "Gaza faz parte do Estado de Israel".

Weiss, ex-prefeita do assentamento de Kedumim, defende o retorno dos israelenses a Gaza com o argumento de que isso beneficiará os EUA e a Europa, pois, segundo ela, isso significará o fim do "demônio do Hamas na Faixa de Gaza" e "o fim do Hamas na Faixa de Gaza o mais rápido possível".

"Espero que todos vocês possam aproveitar as praias de Gaza muito em breve", acrescenta Weiss, que foi presa várias vezes por agredir a polícia israelense durante protestos.

Israel desmantelou 21 assentamentos israelenses dentro da Faixa de Gaza em 2005, a maioria deles em frente à praia, e forçou a saída de cerca de 8 mil residentes após o plano de retirada unilateral do então primeiro-ministro Ariel Sharon, que pôs fim a uma ocupação direta desde a Guerra dos Seis Dias de 1967.

O projeto que está sendo promovido pelo grupo de Weiss prevê a criação de seis assentamentos em diferentes pontos da Faixa de Gaza, que hoje abriga mais de 2 milhões de palestinos, a maioria deles deslocados após mais de um ano de guerra.

No mapa que a judia ultraortodoxa Orit Rosenfelder, de 23 anos, mostra à EFE, estão marcados esses seis assentamentos. "No norte, em Jabalia, meu primo está lutando contra o Hamas, e o que estamos vendo é que, enquanto continuarmos a permitir que os palestinos vivam lá, haverá mais terrorismo porque a maioria não quer a paz", diz.

"Estamos prontos para voltar a viver em Gaza assim que recebermos o sinal verde do Exército e eles nos disserem que é um lugar seguro. Voltaremos à nossa terra", afirma.

O próprio Netanyahu rejeita o retorno de civis judeus ao território palestino, mas alguns ministros radicais de seu governo não descartam essa possibilidade.

Em janeiro, em uma reunião em Jerusalém com a presença de até 12 ministros israelenses, os colonos declararam publicamente seus dois principais objetivos, repetidos nesta segunda-feira pelo ministro israelense de Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, líder do partido ultranacionalista Otzma Yehudit e um dos oradores da manifestação.

"Incentivar a imigração e os assentamentos judaicos em Gaza está em nossas mãos", disse Gvir no comício de segunda-feira, ele que é antiárabe e já foi condenado no passado por incitar o racismo e o vandalismo. "A verdade é que essa é a solução mais ética e mais correta”, disse ele, enquanto insiste que os palestinos não devem ser forçados a deixar a Faixa de Gaza.

"Sem os assentamentos não há segurança. Vamos nos estabelecer e fazer Gaza prosperar porque é a nossa terra", reiterou no pódio o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, líder da legenda de ultradireita Sionismo Religioso.

De acordo com o deputado do mesmo partido, Tzvi Sukkot, "retornar" a Gaza significa "fazer com que o Hamas pague um alto preço ideológico pela guerra que desencadeou contra nós".

"Eles devem entender que, nessa guerra, também perderão a Faixa de Gaza", disse ele à agência de notícias AFP.

Nem todos concordam. Ayala Metzger, uma das líderes dos protestos antigovernamentais e cujos sogros são reféns em Gaza, acredita que os discursos a favor da colonização do território "reduzem as chances de libertação" dos 97 reféns que ainda estão lá.

Outros, como Rohi Baruch, que ainda não recuperou o corpo de seu irmão Uriel, dizem que é preciso "retomar a Faixa de Gaza e preparar a instalação de civis" para trazer de volta os reféns.

A guerra em Gaza foi provocada pelo ataque sem precedentes do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.206 pessoas, em sua maioria civis, segundo um levantamento baseado em cifras oficiais israelenses e que inclui os reféns mortos em cativeiro em Gaza.

Das 251 pessoas sequestradas durante o ataque, 97 permanecem em Gaza, das quais 34 foram declaradas mortas pelo Exército.

O ataque desencadeou a guerra em Gaza, que matou mais de 42,6 mil pessoas, em sua maioria civis. Os dados, embora tenham sejam fornecidos pelo Ministério da Saúde do território controlado pelo Hamas, são considerados pela ONU como confiáveis.
Deutsche Welle

Falsa democracia


Na falsa democracia mundial, o cidadão está à deriva, sem a oportunidade de intervir politicamente e mudar o mundo. Atualmente, somos seres impotentes diante de instituições democráticas das quais não conseguimos nem chegar perto
José Saramago, "As palavras de Saramago"

Globalização ou guerra

A globalização em seu formato atual é uma confirmação do provérbio “Se queres a paz, prepara-te para a guerra”. A frase do romano Flavius Vegetius, século IV D.C., encontra aplicação no braço forte militar e no soft power diplomático. Faz mais sentido ainda quando se trata da integração econômica global vigente (e suas vertentes cultural e política).

Acontece que a amplitude e a profundidade do cenário que hoje conhecemos como globalização foram pavimentadas pelo esforço militar norte americano, para se contrapor à expansão da União Soviética após a Segunda Guerra Mundial, no período chamado de Guerra Fria.

É o que afirma o estrategista geopolítico Peter Zeihan em “O Fim do Mundo É Só o Começo – Mapeando o Colapso da Globalização” (2024).

Ou seja, ao se prepararem militarmente para projetar poder em alcance global, os EUA construíram alianças nos cinco continentes, inclusive com seus ex-inimigos Alemanha e Japão. Para isso, usaram a onipresença dissuasória de sua marinha, alinhavando uma razoável paz mundial e a segurança do comércio em escala planetária.

O transporte oceânico de manufaturas e matérias primas existe há 500 anos, desde que os ibéricos inauguraram a navegação em águas profundas. Segundo Zeihan, que é consultor da CIA e das Forças Armadas dos Estados Unidos, a globalização prosperou plena enquanto o interesse norte americano na ‘pacificação’ dos mercados esteve elevado. Por tabela, metade da população mundial que se encontrava fora do jogo econômico também passou, bem ou mal, a ter acesso a empregos, bens, serviços e… paz.

Porém, ao final da Guerra Fria, com uma trégua nas tensões e a consolidação da supremacia norte americana, nota-se uma tendência de redução daquela presença direta das forças ianques em todos os cenários regionais.

Ao mesmo tempo, a capacidade industrial americana, somada às recentes descobertas de petróleo e gás de xisto na América do Norte, trouxe uma tranquilidade ao Tio Sam com relação ao que se pode chamar de Espaço Vital da nação. Inclua-se aí a disponibilidade de terras habitáveis e agricultáveis, abundância de hidrovias fluviais, acesso a dois oceanos e a juventude da população estadunidense.

O resultado dessa autossuficiência (segundo Zeihan, uma exclusividade geográfica norte americana) seria uma queda na motivação de continuar bancando os custos do seu “Destino Manifesto”. Os EUA estão deixando (em algumas regiões do globo) esse papel de “polícia do mundo” para subpotências navais, como o Japão, a França, a Inglaterra, a Austrália ou a Índia.

Quem sabe, isso explique uma aparente leniência dos americanos com as crises na Ucrânia, no Oriente Médio, em Taiwan, Coreia e Venezuela, parecendo apostar na capacidade dos atores regionais de limitarem os estragos, desde que o desequilíbrio local não contamine a geopolítica global e não encareça os fluxos de mercadorias. O raciocínio vale, principalmente, para os mercados de petróleo, alimentos, minerais, fertilizantes e novas fontes de energia.

Isso nos traz questões gerais, do tipo: Até onde será consentido a Israel atacar vizinhos como o Irã (entenda-se, instalações de petróleo e energia nuclear)? Qual será o futuro da velha Europa empurrada pela OTAN contra a Rússia? É possível haver globalização em um mundo conflagrado? A paz é viável em um mundo desglobalizado?

Para o Brasil, outras questões seriam: Para que servirão os BRICS? Quem será o Brasil na América do Sul? Qual é o futuro do País no mercado de alimentos, petróleo e minérios? Teremos autonomia alimentar, industrial e energética? Como prosperar nesse cenário, agravado pelas mudanças climáticas?

Líbano: 'Vizinhança inteira destruída' em ataque aéreo israelense

Quando o ataque aéreo ocorreu na segunda-feira à noite, Fouad Hassan, 74, estava sentado em sua varanda no bairro de Jnah, no sul de Beirute, lendo seu telefone.

Nenhuma ordem de evacuação foi dada pelo exército israelense antes que o foguete atingisse a casa de seus filhos e netos, a uma curta caminhada de distância.

“Quando o bombardeio aconteceu, eu desmaiei”, diz Fouad. “Fui levado para receber oxigênio devido à fumaça do ataque. Quando melhorei, percebi que o bairro inteiro estava devastado.”


Agora, uma pilha de aço e alvenaria mutilados jaz onde vários prédios residenciais ficavam muito próximos uns dos outros. Onde os prédios ainda estão de pé, os pertences das pessoas podem ser vistos lá dentro através de buracos abertos nas paredes.

Um escavador e cerca de 40 homens locais estão fazendo o trabalho lento de escavar e procurar corpos sob os escombros.

“Olhe para a destruição — um bairro inteiro destruído, as pessoas aqui mortas”, diz Fouad, gesticulando sobre o local da bomba. “Minha neta morreu aqui, e meu neto ainda está em coma. Ambos tinham 23 anos.”

Fouad é uma figura bem conhecida na comunidade. Ator e comediante, ele apareceu na televisão libanesa e é conhecido pelo nome artístico Zaghloul. Enquanto andamos pelo local da bomba, os moradores vêm apertar a mão de Fouad e oferecer palavras de condolências.

Tirando o telefone do bolso, Fouad nos mostra uma foto de sua neta, Alaa. Ela parece confiante, posando para a câmera e usando um elegante vestido dourado.

“Ela estava felizmente noiva, ansiosa para se casar em três meses”, diz Fouad. “Ela se candidatou para ser Miss Líbano e foi despedaçada. Por quê? Por que o mundo permite isso?”

Desde que Israel começou a intensificar seus ataques aéreos contra o Hezbollah em setembro , foguetes atingiram todo o comprimento e largura do país. É uma campanha militar que os líderes de Israel sentem que lhes trouxe grandes vitórias até agora - tendo tirado as vidas da liderança sênior do Hezbollah.

No entanto, também é uma campanha que tirou muitas vidas inocentes, com inúmeros relatos de famílias inteiras sendo mortas em greves por todo o país.

Mais de 1.900 libaneses foram mortos, de acordo com números do governo, desde que Israel intensificou os ataques aéreos. As estatísticas não diferenciam entre combatentes do Hezbollah e civis.

Apesar de não ter emitido nenhuma ordem de evacuação aos moradores com antecedência na noite de segunda-feira, o exército israelense posteriormente declarou que estava mirando um “alvo terrorista do Hezbollah”, mas não deu mais detalhes.

Os primeiros relatos vindos do local sugeriram que o complexo do hospital Rafik Hariri, o maior hospital público da capital, havia sido atingido, o que o exército israelense negou.

Os danos ao hospital são superficiais, mas do outro lado da rua, repleta de carros estacionados com as janelas quebradas, fica um bairro pobre que foi atingido.

O filho de Fouad, Ahmed, se junta a nós. Ele nos mostra uma foto de seu filho que está em tratamento intensivo no hospital, com o rosto enfaixado e ensanguentado.

“Esta era minha casa; ela se foi agora, assim como todo o resto. Não temos para onde ir e nem roupas. Isto é um massacre. Não temos base aqui, nem Hezbollah, não há nada”, Ahmed nos conta.

Não está claro por que seu exército decide emitir ordens de evacuação antes de alguns ataques com mísseis e não de outros - mas quando Israel ataca sem aviso em uma área residencial densa, o custo humano pode ser indiscriminado e alto.

Fouad nos conta que brincou com as crianças do bairro que foram mortas na greve.

“Sempre que eu entrava no bairro, eles gritavam: 'Vovô, vovô! O que você trouxe para nós?' Eu dava a eles doces, salgadinhos e pipoca. A perda deles me enche de tristeza; todos eles morreram. A mãe deles ainda está presa sob os escombros com um dos filhos.”

Quando começamos a deixar o local, um silêncio cai sobre os reunidos e vemos uma maca carregando um corpo embrulhado sendo levado pela escavadeira.

Disseram-nos que uma mãe foi encontrada ao lado de uma criança.